quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

MANGUITO ROTATOR E A SÍNDROME DO IMPACTO



O Manguito Rotador consiste em um grupo de músculos importantes para a estabilização, força e mobilidade do ombro. Tais músculos são: supra-espinhoso, subescapular, infra-espinhoso e redondo menor. A função deles é fazer a rotação do braço e manter o osso do braço bem conectado à escápula. 

A lesão do manguito rotador pode ocorrer devido a algum trauma, à degeneração ligada à idade ou a falta de irrigação sanguínea nesses músculos.

A síndrome do impacto é uma das principais causas de lesões no manguito rotador. É condição dolorosa na qual os tecidos moles do espaço subacromial (bursa, tendões da bainha rotatória, tendão do bíceps) são cronicamente induzidos entre a cabeça do úmero e o arco coracoacromial (acrômio anterior, ligamento coracoacromial, articulação acromioclavicular).

A Síndrome do Impacto e a consequente lesão do manguito rotador ocorrem em 3 fases evolutivas:
Fase 1: Edema e hemorragia;
Fase 2: Fibrose e tendinite;
Fase 3: Ruptura do tendão.

Na fase 1 ocorre dor no ombro e na face lateral do braço relacionada a movimentos repetidos de elevação. Além disso, pode ocorrer limitação de mobilidade e crepitação.

Na fase 2 os sintomas são semelhantes.

Na fase 3 o indivíduo apresenta dor, geralmente noturna, perda de força e dos movimentos de elevação, abdução e rotações, dependendo do local e tamanho da ruptura.

O diagnóstico se dá com a anamnese e o detalhamento dos sintomas. O RX simples, a artrografia, a ecografia e a RNM podem auxiliar no diagnóstico.

Alguns testes também são utlizados para diagnóstico, tais como: 

- Teste de Neer: paciente em pé, o examinador posiciona-se atrás dele; com uma mão, estabiliza o “topo” do ombro, pressionando-o para baixo, enquanto com a outra mão eleva o membro superior até a máxima amplitude. Essa manobra provoca o atrito das estruturas subacromiais com o arco coracoacromial. A dor caracteriza o quadro inflamatório dessas estruturas.

- Teste de Jobe: paciente em pé com ambos os membros superiores posicionados no plano escapular (de 30 a 45º anterior ao plano coronal) e em rotação medial, o examinador aplica uma força no sentido inferior, que deve ser resistida pelo paciente. O teste avalia a força do músculo supra-espinal; e a ocorrência de dor ou a incapacidade de realizá-lo indica a presença de patologia (tendinite ou ruptura) desse músculo.

- Teste de Gerber: pode indicar patologia do músculo subescapular.

- Teste de Hawkins/Kennedy: paciente em pé, o examinador posiciona o membro superior a 90º de flexão e força a rotação medial, e o paciente resiste. Esse teste provoca o atrito das estruturas subacromiais com o arco coracoacromial, principalmente com o tendão do músculo supra-espinal, podendo desencadear dor e/ou desconforto no caso de haver irritação e inflamação.

- Teste de Yergason: paciente com o cotovelo fletido a 90º e o antebraço pronado, o examinador segura ao nível do punho do paciente, para resistir à supinação enquanto palpa a região da goteira biciptal. A dor nessa área ao movimento de supinação resistida caracteriza a tendinite biciptal.

- Teste de Speed: estando o paciente com a articulação glenoumeral fletida, o cotovelo estendido e o antebraço supinado, o examinador aplica uma força no sentido da extensão, que é resistida pelo paciente. A dor nessa região anterior do braço e/ou na goteira biciptal caracteriza tendinite biciptal.

O tratamento inicialmente é clínico e vai depender do tipo de lesão que o paciente apresenta, da qualidade do músculo lesado, da idade do paciente e suas expectativas. O tratamento consiste no uso de analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia e reforço muscular.

A Fisioterapia tem como objetivos diminuir a inflamação, amenizar a dor e, então, fortalecer os músculos. Para isso utiliza alguns recursos, tais como: crioterapia, ondas curtas na forma pulsado, US na forma pulsado, TENS, exercícios pendulares de Coodman, massoterapia, propriocepção.   

Caso o tratamento clínico não seja eficaz, realiza-se o tratamento cirúrgico. A cirurgia pode ser aberta ou artroscópica. Esta última consiste na realização de duas pequenas incisões na articulação que será tratada. Uma para colocar o endoscópio, o aparelho que tem uma micro câmera na ponta para ver dentro da articulação e o outro para colocar os instrumentos necessários para a cirurgia. Como não há cortes, as cicatrizes são minúsculas e a recuperação da lesão é mais rápida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário