quinta-feira, 21 de março de 2013

DPOC (DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA)



DPOC é uma mistura de basicamente três processos patológicos distintos, que se combinam para formar o quadro clínico final, lembrando que a alteração comum em todos os tipos de pneumopatia obstrutiva é a obstrução do fluxo de ar durante a expiração. É uma síndrome caracterizada por uma obstrução crônica e progressiva ao fluxo aéreo, podendo estar acompanhada de hiper-reatividade brônquica, parcialmente reversível ou não nos testes de broncodilatação. Os processos patológicos são a bronquite crônica (BC),  o enfisema pulmonar e menos freqüente, a asma.

1) Bronquite Crônica:

A Bronquite Crônica é definida como a produção excessiva de muco pela árvore brônquica, com tosse produtiva crônica ou recorrente durante pelo menos três meses por ano, por dois anos consecutivos.
Os fatores de risco para BC são: tabagismo, infecções do trato respiratório e poluição atmosférica.
A fisiopatogenia da bronquite crônica consiste na hipertrofia das glândulas mucosas; aumento do número de células caliciformes; aumento da espessura da camada de glândulas mucíparas da submucosa, hipersecreção de muco devido à hipertrofia das glândulas mucosas na traquéia e brônquios. 
A persistência da bronquite crônica deve-se ao aumento das células caliciformes de pequenos brônquios e bronquíolos (responsáveis pela produção excessiva de muco, contribuindo para obstrução das vias aéreas, favorecendo as infecções).

A inflamação e secreção de muco é que determinam o componente obstrutivo da BC. Seu leito capilar está relativamente preservado, seu grau de enfisema usualmente é centrolobular, há um decréscimo da ventilação e o organismo responde com um aumento do débito cardíaco. Isso resulta em uma circulação rápida em um pulmão pobremente ventilado, levando a hipoxemia e policitemia. Eventualmente, hipercapnia e acidose respiratória aparecem, levando a vasoconstrição arterial pulmonar e Cor Pulmonale. Com o aumento da retenção de esses pacientes desenvolvem sinais de insuficiência direita do coração e são conhecidos como "blue bloaters" (BB) - azul pletóricos,

2)Enfisema:

Deve-se a uma alteração do pulmão caracterizada por aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhado de alterações destrutivas das paredes alveolares. As lesões surgem por mecanismos obstrutivos e enzimáticos ou oxidativos.
 §                    Tipos de enfisema:
 a) Centrolobular (ou centroacinar): a lesão localiza-se no centro do ácino, na sua extremidade mais proximal, estando os ductos, sacos alveolares e alvéolos íntegros.
 b) Panlobular (ou pan-acinar): compromete todo o ácino.
 c) Perilobular (ou periacinar): lesão na periferia do ácino. 

 A patogenia do enfisema consiste na diminuição da antielastase (deficiência de alfa1-antitripsina) que leva ao aumento da elastase (devido a qualquer estímulo que aumente o número de neutrófilos e macrófagos no pulmão); a elastase destrói tecido elástico do pulmão.
 O tabagismo é a principal causa de enfisema e DPOC. O fumo contribui para o aumento do número de neutrófilos e macrófagos nos alvéolos; estimula liberação de elastase dos neutrófilos; aumenta a atividade elastolítica nos macrófagos (que não é inibida pela alfa1-AT); e os oxidantes na fumaça do cigarro irão inibir a alfa1-AT.

A fisiopatologia envolve destruição gradual dos septos alveolares e destruição do leito capilar pulmonar, levando a um crescimento da incapacidade de oxigenar o sangue. Há uma diminuição do débito cardíaco e hiperventilação compensatória. Isso resulta em um fluxo sanguíneo limitado em um pulmão superventilado. Devido à diminuição do débito cardíaco, o resto do corpo pode sofrer de hipoxemia tecidual e caquexia respiratória. Eventualmente esses pacientes desenvolvem diminuição da massa muscular e perda de peso, sendo conhecidos como "pink puffers" (PP) - soprador rosado.

As principais manifestações clínicas são:


As manifestações radiologias consistem:

                    ↑ diâmetro ântero-posterior do tórax;
                    Hipertransparência difusa;
                    Alargamento dos espaços intercostais;
                    Costelas e clavículas horizontalizadas;
                    Rebaixamento, retificação ou inversão das cúpulas frênicas;
                    ↓ da trama broncovascular.

Na espirometria apresentam:
 
                    ↓ VEF1 e VEF1 / CVF;
                    ↓ FEF 25-75%;
                    ↓ CVF.
                    CRF e VR ↑ : hiperinsuflação.


O tratamento se dá com o abandono do tabagismo; profilaxia vacinal (anti-gripal); broncodilatadores, corticóides inalatórios, antibióticos; oxigenoterapia (PaO2 <50mmHg ou SatO2 < 88%); reabilitação.

Os objetivos do tratamento fisioterapêutico são:

                    Facilitar a remoção de secreções;
                    Melhorar o padrão, o controle respiratório e a dispnéia;
                    Orientar o paciente quanto a sua patologia e importância da tosse;
                    Melhorar a tolerância ao exercício;
                    Retorno mais rápido as AVD´s e da maior qualidade de vida.

A exacerbação aguda da DPOC manifesta-se com diferentes formas clínicas e gravidades. O quadro clínico mais freqüente é o aumento da dispnéia. Pode ocorrer, também, aumento da tosse, aumento e/ ou alteração do aspecto da expectoração, sibilos, opressão torácica, indisposição, fadiga e diminuição na tolerância aos exercícios. Irritabilidade, tremores, confusão mental, sonolência, coma e convulsão podem estar presentes nos casos mais graves. A febre nem sempre é presente.

Ao exame físico apresentam sinais de gravidade como o uso de musculatura acessória, respiração paradoxal, sinais clínicos de cor pulmonale, instabilidade hemodinâmica, estado mental alterado, cianose e presença de outras co-morbidades. Na gasometria, avalia-se a presença de hipoxemia, hipercapnia e acidose.

A terapêutica da exacerbação da DPOC se faz com a utilização de broncodilatadores, corticosteróides, oxigênio e medidas específicas para o tratamento da causa da exacerbação, como antibioticoterapia, anticoagulação, drenagem pleural e outras.

Os broncodilatadores são a base do tratamento da DPOC e sempre utilizados nas exacerbações. Betaagonistas de curta duração são as drogas broncodilatadores de escolha, devido ao rápido início de ação e efeitos colaterais bem tolerados.

A via inalatória deve ser priorizada devido à ação mais rápida e presença de menos efeitos colaterais.

Os anticolinérgicos têm uma ação broncodilatadora inferior aos betaagonistas, porém, quando associados a eles podem ter ação sinérgica, com efeitos colaterais toleráveis. Portanto, o uso da associação entre anticolinérgicos e betaagonistas, na reversão do broncoespasmo, especialmente nos casos graves, é recomendável.

Antibioticoterapia deve ser reservada para os pacientes com pneumonia e para aqueles que apresentarem, pelos menos, dois desses sintomas: aumento da dispnéia, alteração da cor ou aumento do volume da expectoração.

Com a ventilação mecânica invasiva visa-se: fornecer repouso muscular; manter uma PaCO2 inicial entre 45 e 65mmHg, sem acidose respiratória; devem ser utilizadas baixas freqüências respiratórias, baixos volumes correntes, com altos fluxos inspiratórios, a fim de ser evitado o auto-PEEP.




domingo, 17 de março de 2013

Reabilitação do Ligamento Cruzado Anterior - LCA



O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos principais ligamentos do joelho, já que tem função de estabilização do mesmo, ajudando no movimento de rotação e de rolamento do joelho, ele também impede a translação anterior da tíbia e a rotação externa da mesma. 

O LCA apresenta as seguintes características:

         Hipervascularizado;
         Sensor proprioceptivo;
         Auxilia na restrição dos movimentos extremos para rotação do joelho;
         Limita a anteriorização excessiva da Tíbia;
         Auxilia o trabalho biomecânico do LCL/LCM;
         Frequentemente lesionado em esportes de contato com MI como pivô e em CCF;
         Está mais frágil com o joelho em Flexão/CCF.

As principais causas de lesões nesse ligamento estão relacionadas com a prática de esportes, tais como: Futebol, Esqui, Voleibol, Basquete, e outros relacionados a movimentos torcionais de flexo-rotação, em geral por não contato direto.

O mecanismo de lesão se dá por entorse de joelho com rotação interna do fêmur sobre a tíbia com o pé fixo no solo, combinado com stress em valgo e em flexão do joelho; ou por hiperextensão são do joelho.



Durante a anamnese o paciente relata e/ou apresenta: Estalos no momento da lesão; derrame articular; dor ao realizar movimentos; dificuldade na deambulação; edema; instabilidade articular (falseios).

 A lesão do LCA é diagnosticada através de exames complementares (RNM) e através de exame físico (Teste da Gaveta Anterior, Teste de Lachman e Teste do Pivot Shift).


O tipo de tratamento irá variar de acordo com o grau da lesão:

         Lesões Grau I
    Tratamento clínico conservador/Fisioterapia.

         Lesões Grau II
    Tratamento clínico conservador/Fisioterapia;
    Ocorrerá cirurgia se persistirem os falseios após 6 meses de tratamento conservador.

         Lesões Grau III
    Tratamento cirúrgico;
    Substituição do LCA rompido por enxertia;
    Área doadora – 1) tendão patelar (porção central) / 2) Ísquios tibiais (semitendinoso)
  
As cirurgias podem ser para reconstrução do ligamento (Tratamento Gold Standard) ou com reconstrução com tendão patelar; com tendão dos flexores; com aloenxerto; com tendão do quadríceps; com enxerto sintético.

Os enxertos com tendão patelar e com tendão da pata de ganso apresentam algumas características:


  • Patelar: fixação do enxerto com parafusos, é mais resistente, porém com recuperação mais lenta;
  • Pata de ganso: fixação do enxerto com grampo, é menos resistente, porém com recuperação mais rápida.


Processo de cicatrização apresentará as seguintes fases:

         Necrose ( 3 primeiras semanas) :não pode fazer tensão pois pode romper, nada de estresse.

       Revascularização: Ocorre antes da proliferação as células do enxerto mesenquimais faz a proliferação (6 a 8 semana)

         Proliferação celular (3 semanas): o túnel começa a fechar e pode iniciar exercícios para aumentar hipertrofia óssea, da musculatura e aumento do espessamento do tendão e começar a produzir colágeno.

         Remodelamento: Na fase colágena, o tendão vira ligamento começa então a fazer trabalho de carga para eliminar volume muscular para ganhar hipertrofia e hipertrofia do tendão.

Após a reconstrução do ligamento o paciente poderá apresentar como complicações: dor anterior no joelho; rigidez articular; atrofia muscular; contratura em flexão; perda da extensão.

No Pós-operatório imediato o paciente apresentará: dor à movimentação; marcha com muletas; amplitude de movimento (extensão total e 100 graus de flexão);  cicatriz cirurgica; sensibilidade ao redor da cicatriz; processo inflamatório da articulação; derrame articular; fraqueza muscular do membro inferior operado (inibição).

A reabilitação constitui de:

         Proteção do enxerto e dos pontos cirúrgicos
         Eliminação rápida/precisa dos sinais flogísticos
         Manutenção da extensão completa do joelho e da ADM gradual.
         Atividades inicias em semiflexão (60º/90º)
         Recuperação do Trofismo/Propriocepção
         Treino de marcha com muletas e sem
         Treino para AVP´s

A reabilitação da lesão do LCA apresenta as seguintes fases:

1.      Fase de proteção
         Eletroterapia (FES – 1:3)
         Crioterapia – (crio/compressão/elevação)
         Mobilização patelar em diagonal
         Estimulação do quadrante anterior/posterior da coxa (1:3)
         Treino marcha muletas

2.      Fase I
·        ADM parcial
·        Treino com muletas
·        Eletroterapia
·        FES/BIOFEEDBACK
·        CPM
·        Ativos livres (60º/90º)/extensão
·        Propriocpeção grau I/II


3.      Fase II
·        ADM
·        Treino sem muletas
·        Eletroterapia
·        FES/BIOFEEDBACK
·        CPM
·        Mobilização patelar
·        Ativos livres (60º/90º)
·        Ativos resistidos moderados (RM)
·        Propriocpeção grau I/II

4.      Fase III
·        ADM completa
·        Treino de marcha sensibilizado
·        Ativos resistidos totais
·        Treino de AVP´s/esporte
         Propriocpeção grau I/II/III


VARIZES



Varizes são veias dilatadas, tortuosas e alongadas que se desenvolvem sob a superfície cutânea, podendo causar dor, cansaço e sensação de peso nas pernas.

Veias são vasos sanguíneos que levam o sangue dos tecidos do corpo ao coração. Elas possuem válvulas que auxiliam na distribuição do sangue em direção ao coração. Quando essas válvulas não funcionam corretamente, o sangue passa a refluir e ficar parado dentro das veias. Isto provoca mais dilatação e mais refluxo. Esta dilatação anormal das veias leva à formação das varizes.

As veias mais acometidas pela doença varicosa são as dos membros inferiores: nos pés, pernas e coxas.

Classificação
Dependendo da fase em que se encontram, podem ser de pequeno, médio ou de grande calibre. Algumas pessoas apresentam minúsculas ramificações, de coloração avermelhada. Estes casos costumam ser assintomáticos e provocam apenas desconforto estético em seus portadores. Esses pequenos vasos são de localização intradérmica.



Varizes de pequeno, médio e grande calibre.

Fatores de risco

Calcula-se que 18% da população adulta têm varizes. No Brasil estima-se que mais de vinte milhões de pessoas carregam esta doença. 

Os principais fatores de risco são:

• Idade – costumam aparecer a partir de 30 anos de idade.
• Sexo – mulheres são 2 a 3 vezes mais propensas a desenvolver varizes do que homens.
• História Familiar – há maior chance de se ter varizes quando há incidência de varizes na família.
• Obesidade – o sobrepeso aumenta a pressão sobre as veias e dificulta o retorno venoso.
• Traumatismo nas pernas
• Temperatura – exposição ao calor por tempo prolongado pode provocar dilatação das veias.
 • Tabagismo
• Gravidez - Durante a gravidez o crescimento do feto eleva a pressão nas veias das pernas. As varizes que ocorrem durante a gravidez costumam melhorar em 3 a 12 meses depois do parto.
• Sedentarismo
• Pílulas anticoncepcionais e reposição hormonal 

Sinais e sintomas
• Presença de veias azuladas e muito visíveis abaixo da pele;
• Agrupamentos de finos vasos avermelhados;
• Queimação nas pernas e planta dos pés;
• Inchação, especialmente nos tornozelos ao final do dia;
• Prurido ou coceira
• Cansaço ou sensação de fadiga nas pernas;
• Sensação de peso nas pernas;
• Câimbras

Diagnóstico

Através de exame físico. A ultrassonografia venosa com Doppler também pode ser utilizada para o mapeamento dos segmentos varicosos. O Doppler auxilia na identificação de trombos venosos e na busca de alterações de fluxo de sangue venoso.

Tratamento
Os principais tratamentos utilizados são:

• Escleroterapia química–Muito utilizada para as microvarizes ou vasos e para as varizes de calibre muito pequeno. Consiste na injeção de substâncias esclerosantes que expulsam o sangue para as veias normais e entopem as veias que estão sendo tratadas. Embora essas injeções precisem ser repetidas em algumas veias, a escleroterapia costuma ser muito eficaz e com excelentes resultados.

• Cirurgia – A maioria das varizes pode ser realizada hoje através de mini-incisões e o tempo de internação hospitalar raramente precisa passar de 24 horas. As varizes retiradas numa cirurgia não provocam danos à circulação, uma vez que as outras veias normais e o sistema venoso profundo normal se encarregam de garantir o fluxo de retorno.

• Laser escleroterapia –Não pode ser aplicada em todos os tipos de pele e ainda não dá bom resultado nos vasos de calibre maior. 

• Laser endovenoso – consiste na introdução de cateter com laser dentro das varizes com a intenção de destruí-las pelo calor. É uma técnica ainda em fase experimental.

• Radiofreqüência – é a mesma técnica anterior usando o calor produzido por cateteres dotados de dispositivo de RF (radio-freqüência).

Existem vários tratamentos para as varizes, porém é importante a prevenção. É importante fazer certos exercícios para pernas, usar meias de compressão e evitar ficar em pé ou sentada por muito tempo.


Dados coletados nos sites:
http://www.copacabanarunners.net/varizes.html

RESPIRE CORRETAMENTE



A respiração é um mecanismo cíclico e automático, natural do corpo humano, controlado pelo cérebro, que leva o oxigênio através do ar até os pulmões, sendo então distribuído para o sangue. Alimentando, desta forma, os aparelhos, os órgãos e as células do corpo.

Alguns estudos indicam que respiramos cerca de 20 mil vezes por dia. 

Cerca de 80% do oxigênio transportado pelo sangue é consumido pelo cérebro, órgão que representa apenas 2% do peso total do corpo. A falta de oxigênio pode provocar alguns sintomas como enjôos, tonturas, desmaio ou até mesmo a morte.

O principal músculo da respiração é o diafragma, este separa o tórax do abdômen. No ato da inspiração o diafragma se contrai e pressiona os pulmões para baixo. Na expiração ocorre o contrário, ou seja, o diafragma relaxa e pressiona os pulmões para cima.


A maioria das pessoas respira de forma errada. É importante saber respirar corretamente, desta forma haverá controle da freqüência cardíaca; diminuirá a probabilidade de problemas cardíacos, já que irá diminuir a sobrecarga no coração; haverá liberação de substâncias químicas responsáveis pela sensação de bem-estar e relaxamento, como endorfina e serotonia.

Na maioria das vezes respiramos de forma curta, rápida e superficial. Ao respirar mais rapidamente, menos oxigênio será mandado ao sangue e, conseqüentemente, o coração precisará bater mais vezes para enviar a mesma quantidade de oxigênio ao cérebro.
Para respirar corretamente é necessário inspirar lenta e profundamente pelo nariz e soltar o ar pela boca.
Uma boa respiração irá beneficiar todo o corpo. Além disso, melhora a circulação sanguínea, relaxa, desacelera batimentos cardíacos e baixa a pressão arterial.
Por isso respire bem e sinta os benefícios!