DEFINIÇÃO
Climatério é a transição gradual da fase reprodutiva
(fértil) da mulher para a não reprodutiva (não fértil), compreendendo um longo
período que começa pela passagem de um ciclo ovulatório potencialmente fértil
para um período de total falência ovariana. E menopausa entende-se a última
menstruação, a qual é diagnosticada após o período de um ano de amenorréia. A
menopausa delimita as duas fases do climatério, o climatério pré-menopausa e a
pós-menopausa.
A idade média das mulheres na menopausa é de 51 anos,
podendo variar de 48 a
55 anos. Quando ocorre nas mulheres com menos de 40 anos é chamada de menopausa
prematura.
ALTERAÇÕES HORMONAIS NO CLIMATÉRIO
No início da
puberdade, o hipotálamo induz a hipófise a secretar os hormônios folículos
estimulantes (FSH) e luteinizante (LH), e os ovários a produzirem os hormônios
estrogênio e progesterona.
Caso não ocorra a
fecundação dos óvulos, haverá diminuição na produção dos hormônios ovarianos e
aumento da produção dos hormônios hipofisários, ocasionando a descamação do
endométrio (menstruação). Enquanto houverem folículos primordias viáveis, este
ciclo se repete mensalmente, correspondendo este período à fase reprodutiva da
mulher.
Com o avanço da idade,
as atividades dos ovários declina resultando em diminuição da produção de estrogênio
e progesterona, assim como a elevação da secreção do LH e do FSH pela hipófise,
estando este perfil hormonal alterado, há indicação de que o climatério se
inicia.
Com a falência
ovariana fisiológica vão ocorrer mudanças de um estado de produção normal de
estrogênios (período fértil), para o estado de diminuição do estrogênio,
resultando em alterações dos ciclos menstruais e diminuição dos ciclos ovulatórios
marcando o fim da menstruação (menopausa).
Após a menopausa os
esteróides ovarianos são substituídos por fontes alternativas que tentam manter
a homeostase orgânica, apesar da quantidade total de estrogênios destas fontes
ser inferior a do período reprodutor.
SINAIS E SINTOMAS
O climatério nem
sempre é sintomático, e quando os sintomas estão presentes constituí-se a
síndrome climatérica, que compreende alterações vasomotoras como fogachos,
insônia, vertigens, depressão, sudorese, palpitações, taquicardia, ansiedade e
irritabilidade, alterações de humor e de memória, alterações do tecido
conjuntivo, medo de envelhecer, preocupação com a auto-imagem, redução da massa
muscular e do número de fibras musculares, secura vaginal, aumento de doenças
cardiovasculares e osteoporose.
De cada quatro mulheres, pelo menos três experimentam
sintomas desagradáveis no climatério. As ondas de calor resultantes de sintomas
vasomotores são os mais típicos; estão presentes em 60% a 75% das mulheres.
Surgem inesperadamente como crises de calor sufocante no tórax, pescoço e face,
muitas vezes acompanhadas de rubor no rosto (a temperatura da pele chega a
subir cinco graus), sudorese (que pode ser profusa), palpitações e ansiedade.
As crises geralmente duram de um a cinco minutos e podem repetir-se diversas
vezes por dia.
- A queda dos
níveis dos hormônios sexuais altera a consistência do revestimento da vagina,
da uretra e das fibras do tecido conjuntivo que conferem sustentação à mucosa
dessas regiões.
- Podem surgir
incontinência urinária, ardência à micção, facilidade para adquirir infecções
urinárias e corrimentos ginecológicos.
- Os músculos que
formam o assoalho responsável pela sustentação dos órgãos genitais e bexiga
urinária enfraquecem e podem surgir prolapsos.
- Os pêlos
pubianos ficam mais ralos,
- Os grandes
lábios ficam mais finos,
- A mucosa
vaginal perde elasticidade e flexibilidade podendo sangrar e doer à penetração.
- Há diminuição
da resposta à estimulação clitoriana, secura vaginal e redução da libido
- A falta de
estrogênio resseca e torna a pele mais fina, enrugada, menos elástica e as
unhas frágeis.
- Ricas em
receptores para estrogênio e progesterona, as células das glândulas mamárias se
hipotrofiam com a falta desses hormônios. O espaço deixado entre elas é
substituído por tecido gorduroso.
- As mamas se
tornam mais flácidas, o mamilo fica mais achatado e perde parcialmente
capacidade de ereção.
- Através de
mecanismos mal conhecidos, menor produção de estrogênio modifica os níveis de
dopamina, noradrenalina e serotonina em certas áreas do sistema nervoso
central. Como conseqüência, as mulheres no climatério estão sujeitas a quadros
depressivos, dificuldade de memorização, irritabilidade, melancolia, crises de
choro, humor flutuante e labilidade emocional.
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA À MULHER NO CLIMATÉRIO
O fisioterapeuta,
através de suas avaliações específicas, precisa identificar os objetivos do
paciente; descobrir as alterações funcionais que ele apresenta e os fatores
responsáveis pela sua atual limitação da capacidade motora; identificar a
possibilidade de modificação dos fatores que limitam essa capacidade e o grau
de desempenho funcional nas AVDs, o comprometimento cognitivo e sua associação
às disfunções cinéticas e os objetivos do acompanhante ou familiar, que por
vezes podem ser diferentes dos objetivos do próprio paciente.
A dieta balanceada
aliada à prática de exercícios são essenciais para a melhora do metabolismo,
maturação da massa, da força muscular e da massa óssea adequada.
Dessa forma a
fisioterapia poderá atua fazendo um programa completo que associará diversos
exercícios aeróbios e de musculação realizados de forma contínua, visando:
preservação da flexibilidade, da amplitude de movimento, da força, resistência,
equilíbrio, agilidade; estimulação axial aumento o aporte de sangue, oxigênio,
glicose e cálcio propiciando a manutenção de minerais ósseos prevenindo a
osteoporose, além de melhorar a conscientização corporal e postural.
A atividade física
produz também vários efeitos psicológicos benéficos, tais como: proporcionar
prazer, melhorar o convívio social, redução da depressão e tensão, auxiliar na
estabilização do humor, prevenindo e conservando o bem estar físico e mental.
Fonte:
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA À
MULHER NO CLIMATÉRIO
Grazielle Carneiro
Gonçalves
Manoel de Almeida
Moreira
Valéria Marques Normando
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