segunda-feira, 8 de abril de 2013

OSTEOARTROSE



DEFINIÇÃO


  A osteoartrose, ou artrose, é uma doença de natureza degenerativa que envolve toda a articulação: a cartilagem que se desgasta e o osso que cresce e fica mais denso, formando os osteófitos. Nesse processo degenerativo ocorrem frequentemente fenômenos mais ou menos importantes de inflamação articular, que causam dor e muitas vezes, aumento de volume da articulação.
 
FISIOPATOLOGIA

  A osteoartrose é uma doença que atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular. Esta é nutrida pelo líquido sinovial, que é muito viscoso e contribui para lubrificar a articulação, facilitando os seus movimentos e permitindo que as cartilagens deslizem umas sobre as outras sem atrito, isto é, sem desgaste. A cartilagem articular é constituída por células chamadas condrócitos, água e por substâncias protéicas produzidas por estas células e chamadas, respectivamente, proteoglicanos e fibras de colagénio.

  Na osteoartrose os condrócitos vão morrendo e produzem menor quantidade de proteoglicanos e de colagénio. Em consequência disto a cartilagem articular ulcera e o osso que está por debaixo da cartilagem, chamado osso sub-condral, reage, espessando-se e dando origem a excrescências ósseas chamadas osteófitos. Os osteófitos são conhecidos entre o grande público pelo nome de "bicos de papagaio".


INCIDÊNCIA

- Mais freqüente após os 60 anos
-No conjunto tem preferência feminina

FATORES DE RISCO


- Idade: > 55 anos
- Sexo: femenino
- Predisposição genética
- Obesidade
- Stress mecânico

CLASSIFICAÇÃO

- OA típica

Surge de forma progressiva em doentes de meia-idade ou idosos e envolve uma ou mais das articulações frequentemente afetadas:

a) coluna, coxofemoral, joelho e 1.ª MTF;
b) 1.ª carpometacárpica, interfalângicas proximais e distais.

O envolvimento poliarticular é a regra, com forte tendência à simetria.

* A OA nodular das mãos

É uma situação muito frequente, especialmente em mulheres de meia idade e idosas.
• São sede frequente de OA nas mãos a 1.ª CMC (rizartrose), as IFD e IFP (OA nodular).
• A OA nodular tem forte tendência hereditária.
• Pode surgir isoladamente ou acompanhar OA em outra localização.
• As dores podem ter ritmo misto, com surtos inflamatórios.
• Ausência de tumefação sinovial;
• Nas fases iniciais pode haver sinais inflamatórios e erosão cutânea com saída de serosidade.
• Exige diagnóstico diferencial com artrite reumatóide e artrite psoriática
• Raramente podem ocorrer erosões.
• O tratamento é essencialmente sintomático.
 * Rizartrose

• Consiste na OA da primeira articulação carpometacárpica.
• Pode surgir isoladamente ou no contexto de OA nodular ou generalizada.
• É uma situação muito frequente, especialmente em mulheres de meia-idade e idosas.
• Está relacionada com trabalho manual exigente e repetitivo.
• Determina dor na base do polegar, com ritmo mecânico, embora possam ocorrer surtos inflamatórios. Pode haver deformação visível.
• O exame objetivo detecta dor à palpação da articulação, com ou sem crepitação.
• O tratamento é sintomático e conservador.
• A imobilização do polegar por tala pode ser muito útil.
• Em situações incapacitantes pode obter-se alívio transitório com infiltração local de corticóide ou optar por intervenção cirúrgica.

- OA atípica

Considera-se “atípica” a OA que surge em indivíduos jovens (antes dos 45 anos), tem instalação rápida ou afeta localizações incomuns (p.ex, ombro, cotovelo, punho, MCF ou tibiotársica.

Este tipo de OA é quase sempre secundário a outra causa.

QUADRO CLÍNICO

- Certas localizações são preferencialmente femininas (mãos e joelhos), outras masculinas (coxofemural).
- Raramente cotovelos, ombros, tornozelos.
- As Oas não apresentam manifestações sistêmicas.
- Sua sintomatologia se instala de maneira insidiosa
- Há tendência para a bilateralidade
- Sinais:
     *Crepitação,
     * Limitação da ADM,
      * Hipotrofia,
      * Mal alinhamento articular,
      * Alterações da morfologia articular,
      * Sinais flogísticos.
- Sintomas:
       * Dor;
       * Rigidez pós-repouso
       * Sensibilidade à mobilização/ palpação

EXAME FÍSICO


- Pode detectar edema, hipotrofia do quadríceps, dor à palpação e à mobilização da patela, crepitação à flexo-extensão, Sinal de Galen.

DIAGNÓSTICO

- Radiografias convencionais: perda heterogênea de espaço articular; esclerose subcondral; áreas de hipodensidade no interior da esclerose subcondral;
osteófitos.

PROGNÓSTICO

- A osteoartrose não tem, hoje em dia, cura, e o doente deve sabê-lo, mas tem tratamento, que pode permitir ao indivíduo afetado por esta doença levar uma vida completamente normal na imensa maioria dos casos.
- O médico deve enfatizar o caráter benigno da doença e o seu bom prognóstico na grande maioria dos casos. 

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 

- OBJETIVOS:
* Alívio do quadro álgico
* Aumentar ADM
* Minimizar deformidades
* Reequilíbrio muscular
* Minimizar a progressão da doença
* Controlar a dor
* Prevenir limitações
* Elevar a qualidade de vida

- ATIVIDADE FÍSICA
* Atividades que promovam alto impacto ou sobrecarga articular são prejudiciais.
* Repouso prolongado (Inatividade) - Predispõe ao ganho de massa corporal e é um agravante ao quadro clínico desses pacientes.

- EXERCÍCIO TERAPÊUTICO
* Devem ser específicos a cada caso, dependendo do estágio clínico da artrose, buscando ganho de função sem gerar estresse articular.

n      FASE AGUDA ( Estágios de agudização):
- Podem ser realizadas mobilizações passivas para diminuir a formação de contraturas e ganhar ADM, aumentar a lubrificação da articulação.

n      FASE SUB-AGUDA E CRÔNICA
- Alongamentos diminuem as retrações e os encurtamentos miofasciais, descomprimindo as articulações, garantindo, assim, nutrição e a hidratação cartilaginosa.
- Alongamentos passivos e estáticos são ideais para o aumento nos níveis de flexibilidade articular garantindo ADM. 

- GANHO DE FORÇA MUSCULAR:
* Exercícios isométricos realizados em diferentes angulações, permitem o treino muscular sem gerar movimento articular, com um índice de estresse mecânico menor sobre a cartilagem.

- EXERCÍCIOS ISOTÔNICOS:
* Podem ser realizados em uma etapa mais avançada, empregados com pouca carga e pouca repetição.
* Podem ser intercalados com o uso de criocinética com o objetivo de não permitir a elevação da atividade enzimática e controlar a dor e espasmo.

- HIDROTERAPIA
* Movimento em meio líquido com redução do estresse articular, da percepção dolorosa, desenvolve o condicionamento aeróbico.

- TERMOTERAPIA
* Seu emprego justifica-se quando se pretende reduzir a rigidez articular ou diminuir a dor e espasmo muscular.
* Efeitos Térmicos do US são pouco interessantes para os quadros de AO, enquanto os efeitos mecânicos são importantes no tratamento de contraturas ou tensões miofasciais e nos quadros de fibrose cápsuloligamentar. O modo pulsátil evita aquecimentos indesejáveis.


- CRIOTERAPIA

- MASSOTERAPIA
* As manobras devem envolver deslizamentos superficiais, importantes para a dessensibilização local, diminuindo a percepção dolorosa.

- ELETROTERAPIA
* Baixa Freqüência (TENS)- Estimula seletivamente fibras “táteis” de diâmetro largo sem ativar as fibras nociceptivas de menor diâmetro, promovendo alívio da dor. 
- Os recursos da eletroterapia mais utilizados são o ultra-som, ondas curtas, microondas, eletroestimulação pulsada de baixa freqüência e a corrente galvânica.

- ÓRTESES
* Contra lateral

- ORIENTAÇÕES
* Perda de peso,
* Evitar carregar objetos pesados,
* Evitar caminhadas excessivas,
* Não caminhar em superfícies irregulares,
* Evitar subir e descer escadas repetidamente,
* Não permanecer longos períodos em pé,
* Uso de bengala contralateral em OA unilateral,
* Uso de andador ou muletas em OA bilateral,
* O repouso absoluto é prejudicial para as art. com OA,
* Não permanecer em uma mesma postura por períodos longos,
* Estabelecer um programa de atividades físicas diárias.

TRATAMENTO 

O tratamento da OA de joelho requer modalidades farmacológicas e não farmacológicas
- Não-farmacológicos: educação, exercício, bengala, palmilha, brace e redução de peso.
- Farmacológicas: Paracetamol , uso tópico (AINH e capsaícina).
- Prótese de joelho deve ser considerada quando evidência radiográfica de osteoartrose e piora da dor e incapacidade






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