A
Tuberculose é uma doença infecto-contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium
Tuberculosis, também denominado bacilo de Koch (BK). Este consiste numa
bactéria aeróbica do tipo Gram-positivo de crescimento lento (se divide a cada
16 ou 20 horas). Esta bactéria afeta principalmente os pulmões, mas, também
pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges.
A transmissão
é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal
fator de transmissão. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas
gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro
indivíduo contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo,
alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também
favorece o estabelecimento da doença.
A tuberculose pulmonar é dividida em:
- Primária ou primoinfecção (indivíduos que ainda não tiveram
contato com o bacilo, sendo, portanto, mais comum em crianças);
- Secundária: desenvolve-se a partir de uma nova infecção
(reinfecção exógena) ou da reativação de bacilos latentes (reinfecção endógena).
Tuberculose primária ou Primoinfecção:
Ocorre em indivíduo sem vacinação (BCG) exposto pela primeira vez ao
bacilo, este atinge alvéolos e multiplica-se. O processo inflamatório inicial
(mediado por neutrófilos e macrófagos alveolares) leva à formação de nódulo exsudativo.
Se o mecanismo de defesa não for suficiente para conter avanço do bacilo, os macrófagos
ativados secretam citocinas levando a uma reação de hipersensibilidade e
fagocitose (englobam bacilo), formando granuloma. Este serve como barreira à
disseminação do bacilo a outros locais;
Dependendo do número e virulência do bacilo e grau de resistência do
hospedeiro: pode evoluir para cura ou para tuberculose secundária.
Na 3ª semana o indivíduo desenvolve imunidade adquirida e torna-se reator
ao PPD.
O PPD, Derivado Protéico Purificado da Fração Antígena do Bacilo, é
um teste realizado por injeção, via intradérmica, na parte anterior do
antebraço esquerdo. A leitura é realizada 72 hs após, conforme maior diâmetro
da pápula:
*0-4 mm: não reator, não infectado.
*5-9 mm: reator fraco,
infectado BK ou vacinado.
*10 mm ou mais: reator forte, vacinado,
infectado BK.
Na tuberculose primária o indivíduo é assintomático, só sabendo que
ocorreu a primoinfecção pela positivação do PPD. Algumas vezes pode ocorrer:
anorexia, febre baixa, emagrecimento e irritabilidade. O Rx apresenta-se normal.
A cura ocorre por fibrose e calcificação.
Tuberculose de Reinfecção ou Pós-Primária:
Ocorre em pessoas que têm imunidade desenvolvida tanto por infecção natural
quanto pela vacinação.
A defesa adquirida pode se alterar por stress, alcoolismo, desnutrição e
AIDS.
A doença primária evolui a partir de foco parenquimatoso pulmonar ou
ganglionar, levando a expansão de lesões destrutivas nas quais os bacilos
atingem vasos sanguíneos e disseminam para pulmão e outros órgãos. A lesão inicial
parenquimatosa ou nova infecção originam necrose central e eliminação de
material por brônquio, com formação de cavitações; A partir das cavitações os bacilos disseminam para
pulmão por via brônquica (disseminação brônquica) ou como na forma progressiva
da infância, por via hematogênica (tuberculose miliar).
A transmissão se dá por contágio, comum em adulto jovem. O indivíduo
apresenta tosse seca – produtiva, escarro com sangue, febre baixa e vespertina,
sudorese noturna, anorexia. A evolução é lenta e progressiva.
O diagnóstico ocorre através de Rx: condensações tipo alveolar
heterogêneo, com cavidades arredondadas e através do escarro para verificar a presença
do bacilo.
Após infecção pelo M. tuberculosis, em média são esperadas de 4 a 12 semanas para detecção
das lesões primárias.
A
transmissão é plena quando o doente estiver eliminando bacilos e não tiver
iniciado o tratamento, com o tratamento a transmissão é reduzida,
gradativamente, a níveis insignificantes ao fim de poucos dias ou semanas. O
tratamento à base de antibióticos é 100% eficaz, no entanto, não pode haver
abandono. A cura leva seis meses. Para prevenir a doença é necessário imunizar
as crianças com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que
apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção
inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados
e sem iluminação solar.
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