A tendinite ocorre devido à sobrecarga de tensão ou
de atrito tecidual. Ao sobrecarregar o tecido haverá microtraumas repetitivos
que excederão a capacidade de adaptação do tecido. Em nível molecular, a
falência do tendão ocorre pelo estiramento do colágeno. As lesões provenientes
destas sobrecargas podem incidir no músculo, na junção de musculotendinosa, no
próprio tendão, ou na sua inserção óssea.
Estiramentos de até 4% são bem tolerados pelos tendões,
entre 4% e 8% ocorre ruptura das ligações cruzadas das fibras de colágeno e estiramentos
superiores a 8% apresentam lesões macroscópicas, com observação de ruptura de
fibras.
Lesões por excesso de atrito tecidual ocorrem em
regiões com proeminências ósseas, onde os tendões deslizam em íntima
proximidade a estruturas fixas. As bainhas sinoviais cercam os tendões nestes
pontos lubrificando-os e protegendo-os destas estruturas fixas.
O processo envolvido na patogênese e na história natural das tendinites pode ser dividido em quatro fases: inflamatória, proliferativa, de maturação e de fibrose.
Fase Inflamatória:
É caracterizada clinicamente através de dor, edema, aumento de temperatura e sensibilidade no local.
Em nível celular, há hiperplasia vascular, aumento
da permeabilidade capilar e acúmulo de células inflamatórias.
Geralmente o tratamento das tendinites nesta fase
envolve o repouso das estruturas lesadas para prevenir exacerbação e
prolongação do processo. A diminuição do processo inflamatório é desejável,
através do emprego de gelo, de antiinflamatórios não hormonais e de
corticosteróides locais ou sistêmicos.
Fase
de Proliferação:
Costuma
durar uma a duas semanas e envolve a produção de colágeno pobremente organizado
e substâncias de crescimentos.
Durante
esta fase deve ser evitada atividade excessiva, porém são permitidos exercícios
leves de alongamento e de conservação da amplitude de movimento.
Fase
de Maturação:
Ocorre
maturação das ligações cruzadas das fibras de colágeno por um a três meses.
Exercícios
de alongamento e de fortalecimento controlado são recomendados, evitando
atrofia por desuso ou reincidência da lesão.
Fase de Fibrose:
Ocorre
em conseqüência de episódios inflamatórios repetidos, resultando em
cicatrização das bainhas de tendão ou do próprio tendão.
Em
geral lesões que progrediram a esta fase podem requerer liberação cirúrgica.
As tendinites, dependendo dos locais de incidência das lesões, podem ser classificadas em diferentes subtipos:
·Entesite (tendinite de inserção);
·Tenossinovite
(inflamação da bainha sinovial tendínea);
·Peritendinite
(inflamação da junção musculotendínea);
·Tendinite
calcificante (geralmente com depósitos de hidroxiapatita).
Os tendões mais freqüentes acometidos se localizam nos membros superiores.
A inflamação de uma bolsa sinovial (bursa) pode surgir de trauma único de forte intensidade ou de microtraumas repetitivos; pode estar associada a diversas condições reumáticas, metabólicas, infecciosas ou ainda ser idiopática.
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