sexta-feira, 12 de abril de 2013

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

DEFINIÇÃO


Também conhecido popularmente como derrame, é qualquer processo patológico que comprometa o fluxo sanguíneo vascular para uma área distinta do cérebro.

INCIDÊNCIA


- Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é a principal causa de morte no Brasil entre óbitos por doenças cerebrovasculares e a principal causa de incapacidade no mundo.

- Incidência sobe com a idade: 2/3 acima dos 65 anos e depois dos 55 anos o risco dobra a cada 10 anos.

- Homens > Mulheres

- Raça Negra



FATORES DE RISCO


·  Imutáveis: o gênero, a idade, a raça, a história familiar positiva de doença arterial coronariana (DAC);

·  Mutáveis: a dislipidemia, diabetes mellitus, tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), obesidade e o estresse.



CLASSIFICAÇÃO:



a) Quanto à topografia:

· AVC do sistema carotídeo (maior porcentagem de AVC)

· AVC do sistema vértebro-basilar



b) Quanto ao caráter evolutivo da clínica:

· Ataque Isquêmico Transitório – Déficit neurológico focal durando menos que 24 horas.


· Déficit Neurológico Isquêmico Reversível (DNIR) – Para sintomas que ultrapassem 24 horas e se resolvam em 3 semanas.


· Acidente Vascular Cerebral Concluído – O AVC propriamente dito.



c) Quanto ao mecanismo de produção da lesão:

·  Isquêmico (80 a 85%):

    - AVC Isquêmico Trombótico-34%

    - AVC Isquêmico Embólico -31%

    - AVC Isquêmico Lacunar- 19%
 ·  Hemorrágico ( 15 a 20%):

    - Hemorragia Intracerebral-10%

     Hemorragia Subaracnoíde- 6%          

SINTOMAS


a) Acidente Vascular Isquêmico

- Perda repentina da força muscular e/ou da visão;

- Dificuldade de comunicação oral;

- Tonturas;

- Formigamento num dos lados do corpo;

- Alterações da memória.


b) Acidente Vascular Hemorrágico

- Dor de cabeça;

- Edema cerebral;

- Aumento da pressão intracraniana;

- Náuseas e vômitos;

- Déficits neurológicos semelhantes aos provocados pelo acidente vascular isquêmico.


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:


As manifestações clínicas incluem deficiência nas funções motoras, sensitivas, mentais, perceptivas e da linguagem, dependendo da localização da artéria acometida, da extensão da lesão e da disponibilidade de fluxo colateral.

- Deficiência motora

        . Hemiplegia

                . Fase Flácida

                . Fase espástica

        .Hemiparesia

- Deficiência sensorial

- Alteração dos reflexos e reações (equilíbrio, endireitamento e proteção)

- Sincinesias

- Déficit de equilíbrio, coordenação  e postura.

- Deficiência nas AVD’s

- Deficiência na linguagem (compreensão, fala, escrita, gestos e leitura)

             . Afasia de Broca

             . Afasia de Wernicke

             . Apraxia

- Déficit de comportamento mental

- Espasticidade
 MANIFESTAÇÕES SECUNDÁRIAS


- Contraturas e deformidades

- TVP

- Dor

- Depressão

- Incotinência Urinária

- Constipação Intestinal

- Disfagia

- Subluxação de ombro




DIAGNÓSTICO:



- História Clínica

- Exames Complementares: TC,  RNM, angiografia cerebral.



TRATAMENTO MÉDICO:



- O tratamento médico irá variar de acordo com o tempo de evolução, caso esteja o AVC em progresso, ou concluído ou de acordo com o tipo do AVC, grau de deficiência neurológica e estado do paciente.

- AIT’s = anticoagulantes

- AVC = assegurar oxigenação e circulação adequadas, restaurar equilíbrio hídrico e eletrolítico, Impedir a hipoglicemia, neurocirurgia.

- A neurocirurgia está indicada nos casos de sangramento intracraniano, causando elevadas pressões intracranianas.



TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO:



·        Fase aguda

* Metas:

    - Minimizar os efeitos das anormalidades de tônus

   - Manter uma ADM normal e impedir deformidades.

   - Melhorar as funções respiratórias e oromotoras.

   - Mobilizar o paciente nas atividades funcionais iniciais.

   - Melhorar o controle de tronco e equilíbrio na posição sentada



* Condutas:

- Posicionamento

- Cinesioterapia: exercícios de ADM, alongamento passivo, atividades de rolamento e a postura sentada, ponte, sentar-levantar, transferência de peso, reações de equilíbrio na posição sentada.

       

·        Fase ambulatorial

* Metas :

 - Minimizar os efeitos da espasticidade e promover um equilíbrio dos antagonistas

-   Manter uma ADM normal e impedir deformidade

-   Promover o uso funcional e a reintegração do lado hemiplégico

-   Melhorar o controle postural e o equilíbrio independente

-   Melhorar a resistência cardiorrespiratória

-   Desenvolver a independência no leito, nas transferências, na deambulação e nas AVD’S.



* Condutas:

- Mantém exercícios da fase aguda aumentando a complexidade.

- Atividades deitado: exercícios com MMSS, ponte, dissociação de cintura pélvica, flexão de quadril, joelho e dorsiflexão.

- Atividades sentado: atividades funcionais com MMSS, flexão de quadril, joelho e dorsiflexão, treino de sentar-levantar, reações de equilíbrio, proteção e endireitamento.

- Atividades de pé: atividades funcionais com MMSS, flexão de quadril, joelho e dorsiflexão, sustentação de peso, transferência de peso, facilitação da marcha, treinar subir e descer escadas.

- Técnicas de desenvolvimento neuromotor: Método BOBATH, Método Kabat, PRM.

- Hidroterapia

- Órteses: bengalas, muletas, talas para punho e dedos e para tornozelo e pé.

- Método Rood






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