DEFINIÇÃO
Também
conhecido popularmente como derrame, é qualquer processo patológico que
comprometa o fluxo sanguíneo vascular para uma área distinta do cérebro.
INCIDÊNCIA
- Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é a principal causa de morte no Brasil
entre óbitos por doenças cerebrovasculares e a principal causa de incapacidade
no mundo.
- Incidência sobe com a idade:
2/3 acima dos 65 anos e depois dos 55 anos o risco dobra a cada 10 anos.
- Homens > Mulheres
- Raça Negra
FATORES DE RISCO
· Imutáveis:
o gênero, a idade, a raça, a história familiar positiva de doença arterial
coronariana (DAC);
· Mutáveis:
a dislipidemia, diabetes mellitus, tabagismo, sedentarismo, hipertensão
arterial sistêmica (HAS), obesidade e o estresse.
CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto à topografia:
· AVC do sistema
carotídeo (maior porcentagem de AVC)
· AVC do sistema
vértebro-basilar
b) Quanto ao caráter evolutivo
da clínica:
· Ataque Isquêmico
Transitório – Déficit neurológico focal durando menos que 24 horas.
· Déficit Neurológico
Isquêmico Reversível (DNIR) – Para sintomas que ultrapassem 24 horas e se
resolvam em 3 semanas.
· Acidente Vascular
Cerebral Concluído – O AVC propriamente dito.
c) Quanto ao mecanismo de
produção da lesão:
·
Isquêmico (80 a 85%):
- AVC Isquêmico Trombótico-34%
- AVC Isquêmico Embólico -31%
- AVC Isquêmico Lacunar- 19%
·
Hemorrágico ( 15 a 20%):
- Hemorragia Intracerebral-10%
Hemorragia Subaracnoíde- 6%
SINTOMAS
a) Acidente Vascular Isquêmico
- Perda repentina da força muscular e/ou da
visão;
- Dificuldade de comunicação oral;
- Tonturas;
- Formigamento num dos lados do corpo;
- Alterações da memória.
b) Acidente Vascular Hemorrágico
- Dor de cabeça;
- Edema cerebral;
- Aumento da pressão intracraniana;
- Náuseas e vômitos;
- Déficits neurológicos semelhantes aos
provocados pelo acidente vascular isquêmico.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
As
manifestações clínicas incluem deficiência nas funções motoras, sensitivas,
mentais, perceptivas e da linguagem, dependendo da localização da artéria
acometida, da extensão da lesão e da disponibilidade de fluxo colateral.
- Deficiência motora
. Hemiplegia
. Fase Flácida
. Fase espástica
.Hemiparesia
- Deficiência sensorial
- Alteração dos reflexos e
reações (equilíbrio, endireitamento e proteção)
- Sincinesias
- Déficit de equilíbrio,
coordenação e postura.
- Deficiência nas AVD’s
- Deficiência na linguagem
(compreensão, fala, escrita, gestos e leitura)
. Afasia de Broca
. Afasia de Wernicke
. Apraxia
- Déficit de comportamento mental
- Espasticidade
MANIFESTAÇÕES SECUNDÁRIAS
- Contraturas e deformidades
- TVP
- Dor
- Depressão
- Incotinência Urinária
- Constipação Intestinal
- Disfagia
- Subluxação de ombro
DIAGNÓSTICO:
- História Clínica
- Exames Complementares: TC, RNM, angiografia cerebral.
TRATAMENTO MÉDICO:
- O tratamento médico irá variar
de acordo com o tempo de evolução, caso esteja o AVC em progresso, ou concluído
ou de acordo com o tipo do AVC, grau de deficiência neurológica e estado do
paciente.
- AIT’s = anticoagulantes
- AVC = assegurar oxigenação e
circulação adequadas, restaurar equilíbrio hídrico e eletrolítico, Impedir a
hipoglicemia, neurocirurgia.
- A neurocirurgia está indicada
nos casos de sangramento intracraniano, causando elevadas pressões
intracranianas.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO:
·
Fase
aguda
* Metas:
- Minimizar os efeitos das anormalidades de
tônus
- Manter uma ADM normal e impedir deformidades.
- Melhorar as funções respiratórias e oromotoras.
- Mobilizar o paciente nas atividades funcionais iniciais.
- Melhorar o controle de tronco e equilíbrio na posição sentada
* Condutas:
- Posicionamento
- Cinesioterapia: exercícios de
ADM, alongamento passivo, atividades de rolamento e a postura sentada, ponte,
sentar-levantar, transferência de peso, reações de equilíbrio na posição
sentada.
·
Fase
ambulatorial
* Metas :
- Minimizar os efeitos da espasticidade e
promover um equilíbrio dos antagonistas
-
Manter uma ADM normal e impedir deformidade
-
Promover o uso funcional e a reintegração do lado
hemiplégico
-
Melhorar o controle postural e o equilíbrio
independente
-
Melhorar a resistência cardiorrespiratória
-
Desenvolver a independência no leito, nas transferências,
na deambulação e nas AVD’S.
* Condutas:
- Mantém exercícios da fase aguda
aumentando a complexidade.
- Atividades deitado: exercícios
com MMSS, ponte, dissociação de cintura pélvica, flexão de quadril, joelho e
dorsiflexão.
- Atividades sentado: atividades
funcionais com MMSS, flexão de quadril, joelho e dorsiflexão, treino de
sentar-levantar, reações de equilíbrio, proteção e endireitamento.
- Atividades de pé: atividades
funcionais com MMSS, flexão de quadril, joelho e dorsiflexão, sustentação de
peso, transferência de peso, facilitação da marcha, treinar subir e descer
escadas.
- Técnicas de desenvolvimento
neuromotor: Método BOBATH, Método Kabat, PRM.
- Hidroterapia
- Órteses: bengalas, muletas,
talas para punho e dedos e para tornozelo e pé.
- Método Rood
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