É um conjunto de alterações que ocorrem no indivíduo acamado por período
prolongado.
Considera-se que de 7 a
10 dias seja um período de repouso, de 12 a15 dias já é considerada
imobilização e a partir de 15 dias é considerado decúbito de longa duração.
Para cada semana de imobilização completa no leito um paciente pode
perder de 10 a
20% de seu nível inicial de força muscular. Por volta de 4 semanas, 50% da
força inicial pode estará perdida.
CAUSAS
- Fatores
psicológicos: depressão, demência, medo de quedas;
- Fatores
sociais: isolamento social, restrição física, falta de estímulo;
- Fatores físicos:
osteoporose, fraqueza muscular, insuficiência venosa, quedas.
SINAIS E
SINTOMAS
- Déficit
cognitivo de médio a grave
- Múltiplas
contraturas
- Úlcera de
pressão
- Disfagia leve
a grave
- Dupla incontinência
- Afasia
- Ansiedade
- Apatia
- Depressão
- Labilidade
emocional
- Isolamento
social
PREVENÇÃO
- Estimular a
mobilidade
- Evitar a
restrição ao leito
- Reduzir a dor
e o desconforto
- Evitar a posição
em flexão das articulações
- Fazer
mobilização articular constante
- Hidratar
sempre
SISTEMAS
ACOMETIDOS PELA IMOBILIDADE
1.
Sistema Musculoesquelético
- É o sistema
mais acometido.
- Prejudica as
transferências, posturas, movimentos no leito e na cadeira de rodas.
- Dificulta as
AVD’s.
- Altera o padrão
de marcha.
- Aumenta o
risco de formação de úlcera de pressão.
- Os primeiros músculos
a se tornarem fracos e atrofiados são os músculos dos MMII e tronco.
- Osteoporose,
fibrose, redução da resistência muscular, atrofia, fraqueza muscular,
contraturas.
·
Alterações musculares:
redução de glicogênio e ATP,
redução da tolerância ao ácido láctico,
redução da síntese protéica,
atrofia das fibras musculares tipos I e II,
dor,
contraturas.
·
Alterações articulares:
Atrofia da cartilagem,
desequilíbrio nas inserções ligamentares,
proliferação de tecido fibrogorduroso,
espessamento da sinovia,
fibrose capsular.
·
Alterações ósseas:
Diminuição da massa óssea total
Aumento da atividade osteoclástica
Redução da atividade osteoblástica.
2.
Sistema Tegumentar
- Atrofia da
pele e úlcera de decúbito.
- As úlceras de
decúbito são áreas localizadas d enecrose celular causada por isquemia a qual
privou os tecidos de oxigênio e nutrientes.
3.
Sistema Cardiovascular
- Há aumento da
frequência cardíaca de repouso refletindo a diminuição da eficiência cardíaca.
- O sistema
circulatorio é incapaz de montar uma resposta simpatica adequada, levando a um
acúmulo de sangue em MMII, o enchimento ventricular não está completo e
consequêntemente há queda na perfusão cerebral.
- Há uma
elevação da pressão arterial sistólica pelo aumento da resistência periférica,
e o tempo de ejeção sistólico absoluto e de diástole é encurtado, diminuindo o
volume sistólico.
- Complicações:
hipotensão postural e TVP.
- Os sintomas e
sinais de hipotensão postural incluem: palidez, tontura, sudorese, delírio,
decréscimo da pressão sistólica, aumento da frequência cardíaca e decréscimo da
pressão do pulso, podendo ocorrer desmaios.
- A TVP é um
bloqueio de uma veia profunda pela formação de um trombo.
- Uma suspeita
clínica de TVP surge quando há evidência clínica de edema localizado, eritema,
dor na panturrilha e tendões palpáveis no paciente imobilizado.
4.
Sistemas Metabólicos e Endócrino
- Aumento do PTH
sérico por mecanismo ainda desconhecido, provavelmente relacionado a
hipercalcemia devido a imobilização.
- Diminuição
andrôgenica durante a espermatogênese.
- Diminuição dos
níveis de GH, ACTH e produção de catecolaminas.
5.
Sistema Gastrointestinal:
- Falta de
apetite,
- Redução da
peristalse,
- Absorção mais
lenta de nutrientes causada por um alto nível de atividade adrenérgica.
- Perda de
volume plasmático;
- Desidratação;
- Constipação.
6.
Sistema Genitourínario:
- Esvaziamento
da bexiga comprometido;
- Enfraquecimento
dos músculos abdominais,
- Restrição nos
movimentos diafragmáticos;
- Relaxamento
incompleto do assoalho pélvico,
- Retenção
urinária parcial.
7.
Sistema Respiratório:
- Ocorre uma
redução do volume corrente, volume minuto, capacidade pulmonar total,
capacidade residual funcional, volume residual e volume expiratório forçado;
- Os movimentos
diafragmáticos e intercostais são diminuídos;
- A respiração
fica mais superficial;
- A respiração
alveolar é reduzida com um aumento relativo de dióxido de carbono nos alvéolos,
aumentando a frequência respiratória.
- A eliminação
das secreções é mais difícil pela posição;
- A tosse é
menos efetiva, somada á fraqueza dos músculos abdominais e função ciliar,
diminuindo e predispondo o paciente a infecções respiratórias altas e atelectasias.
FISIOTERAPIA
·
Objetivos:
- Estimular a
movimentação no leito e a independência nas atividades.
- Estimular a
deambulação (caminhada).
- Prevenir
complicações pulmonares.
- Auxiliar na
resolução de patologias pulmonares já instaladas.
- Promover um
padrão respiratório mais eficaz.
- Evitar
complicações circulatórias.
- Reduzir a dor.
- Manter força
muscular e a amplitude de movimentos com exercícios.
- Evitar encurtamentos musculares, atrofias e
contraturas.
- Melhorar
mobilidade e flexibilidade, coordenação e habilidade.
- Promover
relaxamento.
- Prevenir e
tratar o edema (inchaço) que pode ocorrer como consequência da patologia de
cirurgias ou da imobilização no leito.
- Promover a
reeducação postural.
- Promover a
conscientização corporal.
- Prevenção de
escaras.
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