DEFINIÇÃO
Uma fratura é
uma lesão na qual ocorre a ruptura do tecido ósseo.
As fraturas se
incluem entre os problemas médicos mais comuns, podendo ocorrer tanto em
pessoas idosas quanto em jovens.
Embora a
maioria das fraturas cicatrize bem, mesmo em pacientes idosos, muitas podem
resultar em perdas significativas e permanentes da função e incapacidade a
longo prazo.
CARACTERÍSTICAS
DE UMA FRATURA
1)
Incapacidade total ou parcial de movimentos
2)
Dificuldade e dor aos movimentos
3)
Observação de inchaço na área atingida
4)
Posição anormal do membro atingido
5)
Traumatismos
CAUSAS
- Trauma;
- Choque direto
com força considerável;
- Acidente de
automóvel;
- Queda de uma
certa altura;
- Queda sobre a
mão superestirada,
- Trauma pequeno
repetido;
- Osteoporose;
- Tumores ósseos;
- Doença
metabólica;
- Fraturas
patológicas: resultado de uma doença que afeta a composição do osso, tornando-o
propenso à fratura.
TIPOS DE CARGA E PADRÕES DE FRATURAS
As fraturas estão relacionadas
não só com a força, mas também como grau de força aplicada. Se a força for
aplicada vagarosamente e durante um longo período de tempo, será necessária uma
força muito menor para quebrar o osso. Esta força é armazenada e, quando o osso
não pode mais suportar e, finalmente, quebra, ela é dissipada de forma
explosiva, causando dano considerável ao tecido mole ao redor. Há, portanto,
uma distinção entre lesões em alta e em baixa velocidade.
As lesões de baixa velocidade são,
em geral, em espiras, sem cominuição excessiva e têm melhor prognóstico.
Nas lesões de alta velocidade,
as fraturas são mais fragmentadas e estão associadas a um dano muito maior ao tecido
mole, devido à maior dissipação de energia e à aplicação direta de força.
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA
- A consolidação óssea pode
ser primária ou secundária.
* Consolidação óssea primária:
ocorre com o contato direto e íntimo entre os segmentos fraturados. O osso novo
cresce diretamente através das extremidades ósseas comprimidas, a fim de unir a
fratura. A consolidação primária do osso cortical é muito lenta e não pode unir
lacunas na fratura. Habitualmente a formação de calo ósseo ocorre
aproximadamente duas semanas depois do momento da lesão. Esse é o único método
de consolidação de fratura quando é realizada uma fixação rígida da
fratura por compressão. A fixação rígida exige contato cortical direto e uma
vascularização intramedular intacta. O processo de consolidação depende
basicamente da reabsorção osteoclástica do osso, seguida pela formação
osteoblástica de osso novo.
* Consolidação óssea secundária:
denota mineralização e substituição, por osso, de uma matriz cartilaginosa com
um aspecto radiográfico característico de formação de calo. Quanto maior for a
mobilidade no local da fratura, maior será a quantidade de calo. Esse calo de
união externa aumenta a estabilidade no local da fratura, por aumentar a
espessura do osso. Isso ocorre com a aplicação de um aparelho de gesso e
fixação eterna, bem como com a aplicação de hastes intramedulares na fratura. Esse é o tipo mais comum de consolidação óssea.
ESTAGIOS DA CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA DA FRATURA
* Fase inflamatória: dura
aproximadamente 1 a
2 semanas. Inicialmente, a fratura incita uma reação inflamatória. O aumento da
vascularização que envolve a fratura permite a formação de um hematoma de
fratura, que em breve será invadido por células inflamatórias, como
neutrófilos, macrófagos, e fagócitos. Essas células, inclusive os osteoclastos,
funcionam de modo a eliminar o tecido necrosado, preparando o terreno para a
fase reparativa. Radiograficamente,
a linha de fratura pode torna-se mais visível à medida que vai sendo
removido o tecido necrosado.
* Fase reparativa:
habitualmente dura vários meses. Essa fase é caracterizada pela diferenciação
de células mesenquimatosas pluripotenciais. O hematoma de fratura é então
invadido por condroblastos e fibroblastos, que depositam a matriz para o calo.
Inicialmente, forma-se um calo mole, composto principalmente de tecido fibroso
e
cartilagem com pequena quantidade
de osso. Então, os osteoblástos são responsáveis pela mineralização desse calo
mole, convertendo-o num calo duro de osso reticulado e aumentando a
estabilidade da fratura. Esse tipo de osso é imaturo e fraco em termos de
torque; portanto não pode ser submetido a estresse. União retardada e
pseudartrose são decorrentes de erros nessa fase da consolidação óssea. A conclusão
da fase reparativa fica indicada pela estabilidade da fratura. Radiograficamente linha de fratura começa
a desaparecer.
* Fase de remodelamento:
leva de meses a anos para se completar, consiste em atividades osteoblásticas e
osteoclásticas que resultam na substituição do osso reticulado desorganizado e
imaturo por osso lamelar, organizado e maturo, o que aumenta ainda mais a
estabilidade do local fraturado. Com o passar do tempo, o canal medular vai
gradualmente sendo reformado. Ocorre reabsorção do osso das superfícies
convexas e formação nova de osso nas superfícies côncavas. O processo permite
alguma correção das deformidades angulares, mas não das deformidades
rotacionais. Radiograficamente é
habitual que a fratura não seja mais visualizada.
- A
duração de cada estágio varia, dependendo da localização e gravidade da
fratura, lesões associadas, e idade do paciente.
CLASSIFICAÇÃO
DAS FRATURAS
1)De acordo com a direção da linha da fratura
As fraturas alinhadas são freqüentemente difíceis
de diagnosticar porque não existe deformidade associada, exceto edema dos
tecidos moles, as fraturas desalinhadas são descritas pelo tipo de deformidade
que o desalinhamento produz: angulação , rotação, alteração no comprimento e
translação.
2) Conforme a localização anatômica
3) De acordo com a forma linear ou cominutiva
TIPOS
2) Por encurtamento e torção
3) Completa e incompleta (quando a estrutura óssea é lesionada na sua totalidade ou apenas em parte).
4) De impacto, oblíquas, epifisárias, penetrantes
5) Por fadiga: ocorre quando o indivíduo submete-se à esforços além de sua capacidade, fatigando a estrutura óssea podendo assim ocorrer o rompimento
6) Fechadas ou abertas (Não expostas ou expostas): As fraturas são ditas “expostas ou abertas” quando rompem-se a pele e tecidos expondo o osso ao ambiente exterior. E são denominadas “fechadas ou não expostas” quando sente-se que o osso está apenas “desnivelado” mas não rompeu a pele.
TRATAMENTO DAS FRATURAS
Inicialmente
se a fratura é deslocada ou angulada, ela é reduzida, de tal forma que os
fragmentos da fratura estejam satisfatoriamente alinhados, essa etapa ajuda a
prevenir ou minimizar deformidade resíduas. A fratura é então imobilizada ou
fixada, até que o processo de fixação natural una os ossos quebrados.
Uma vez
atingido uma redução satisfatória, a fixação mantém a redução durante o
processo de cicatrização com fraturas instáveis e fraturas intra-articulares
desalinhadas, a fixação externa com gesso é geralmente insuficiente. Nestes
casos, os fragmentos são cirurgicamente expostos, reduzidos e fixados com algum
tipo de dispositivo interno de fixação. Muitos dispositivos diferentes,
inclusive pinos, parafusos, hastes intramedulares e combinações de placas e
parafusos, foram desenvolvidos para estabilizar os fragmentos das fraturas.
OBJETIVO DO TRATAMENTO
A perda da
função do envoltório de tecido mole devida à fibrose e à rigidez secundária da
articulação somente pode ser evitada pela mobilização precoce. Assim, no
tratamento moderno das fraturas, o foco principal não é a consolidação do osso
em detrimento das funções, mas sim a restauração das funções dos tecidos moles
e articulações adjacentes. Uma deformidade ou uma pseudo-artrose são
relativamente fáceis de se corrigir, desde que se mantenha um bom funcionamento
do tecido mole, enquanto que a fibrose, obliteração dos planos de deslizantes
do tecido mole e a rigidez articular costumam ser permanentes.
O retorno
precoce à função total, após uma fratura, somente pode ser alcançado com uma
fixação interna suficientemente estável, que elimina a dor e permite que o
paciente retorne o movimento, com sustentação parcial de carga sem o risco de
falha da fixação, que resultará em consolidação viciosa ou pseudo-artrose.com
métodos não-funcionais, o total retorno as funções dificilmente é atingido e,
mesmo assim somente depois de prolongado período de reabilitação.
Fontes:
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/blair_art4.htm
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