terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

MIOLOGIA



Músculos são constituídos por células com uma capacidade especial de se contrair e relaxar, por ter em suas fibras musculares duas proteínas importantes - actina e miosina - que atuam por deslizamento entre si.

MIOLOGIA refere-se ao estudo dos músculos e, naturalmente, seus anexos: aponeurose ou fáscia, bainha fibrosa, bainha sinovial e as bolsas serosas.

 Para GARDNER  et al (1971)  os músculos “são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e, pela sua contração são capazes de transmitir movimento a essas articulações. Constituem exceção os músculos subcutâneos, os músculos que movem os olhos e os associados ao sistema respiratório e ao canal alimentar.”

 De acordo com o tipo de fibra muscular podemos dividir em: estriado e não-estriado. E levando em consideração o controle neural em: voluntário e involuntário. 

Os músculos esqueléticos representam cerca de 40 a 43% do peso corporal.

O número exato de músculos do corpo torna-se difícil, devido à variações, derivações de fascículos, entre outros. Na atualidade, estima-se mais de 600 músculos.

 
TRAJETO

Existem músculos:
-         RETILÍNEO;
-         ANGULAR;
-         CIRCULAR (ESFINCTÉRICO).

CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

- TIPO DE FIBRA E FORMA:

a)      Músculos Fusiforme – As fibras se encontram distribuídas longitudinal, paralelas e percorrem o músculo em toda sua extensão permitindo aos músculos um. grau máximo de movimento, estendendo-se de um tendão ao outro. São encontrados nos locais que requerem a execução de movimentos rápidos e amplos. Ex. bíceps braquial, reto abdominal; sartório.

b) Tipo Peniforme
-         Penados – fibras se dispõem de forma semelhante a uma pena São encontrados em locais de pequena amplitude, porém energéticos.
-         Unipenados –  músculo que se encontra num lado do tendão: Ex.: semi-membranoso;
-          Bipenados – músculos que convergem nos dois lados do tendão: ex: reto femoral
-         Multipenados – músculo que apresenta vários tendões: Ex: deltóide
  

-QUANTO A ORIGEM:

  • UNÍCEPS;
  • BÍCEPS;
  • TRÍCEPS;
  • QUADRÍCEPS.
  
 


- QUANTO AO VENTRE:

  • UNIGÁSTRICO;
  • DIGÁSTRICO;
  • POLIGÁSTRICO.

- QUANTO A INSERÇÃO:
  • UNICAUDADO;
  • BICAUDADO;
  • POLICAUDADO.


- QUANTO A AÇÃO:
  • FLEXOR;
  • EXTENSOR;
  • ADUTOR;
  • ABDUTOR;
  • PRONADOR;
  • SUPINADOR;
  • ROTADOR.

- QUANTO A FUNÇÃO:
a) Agonista/motor primário/motor principal:
É o músculo ou um grupo de músculos responsáveis pelo movimento desejado. O agonista sempre se contrai ativamente para produzir uma contração concêntrica, excêntrica ou isométrica. Ex.: flexão do cotovelo – bíceps braquial; braquial; braquiorradial.

b) Antagonista:


É o músculo ou os músculos que executam a ação oposta à do agonista. Serve para coordenar, moderar ou frear o movimento fisiologicamente.
Ex.: flexão do tronco contra resistência – Agonistas: músculos do abdome. Antagonistas: músculos eretores da espinha.

c) Sinergista/acessório

São os músculos que auxiliam o movimento, facilitando á ação de outros músculos.
A flexão dos dedos é debilitada se o punho também estiver em posição de flexão.
Um sinergista pode excluir uma ação indesejada do motor primário, tal como o pronador redondo impedindo a ação de supinação do bíceps braquial, durante a flexão resistida do cotovelo.

d) Fixador ou estabilizador:

É aquele que age estabilizando um segmento do corpo, para que um outro músculo ativo tenha uma base firme sobre a qual possa exercer sua função.
Ex.: Exercício de apoio ou flexão de solo. Os músculos abdominais se contraem isometricamente, durante este exercício, para impedir uma hiperextensão da coluna (aumento da lordose lombar).


ANEXOS – FÁSCIA MUSCULAR

A Fáscia Muscular é formada por tecido conjuntivo fibroso, geralmente opaca e didaticamente pode ser dividida em dois tipos: superficial ou tela sub-cutânea e profunda ou fáscia, simplesmente.  A tela sub-cutânea fica em contato com a derme.
A fáscia envolve os músculos, separando uns dos outros, bem como outras estruturas não-musculares, como por exemplo a bainha carotídea.
Suas funções são:
- proporcionar origens e inserções aos músculos;
- bainha elástica, para evitar o abaulamento exagerado do ventre muscular durante uma contração, tornando-o assim mais eficiente na propulsão do sangue;
- forma retináculos, faixas especializadas na sustentação e bainhas fibrosas para tecidos;
- permite deslizamento de um músculo sobre outro.
A fáscia é mais ou menos contínua em todo o corpo mas, recebe denominações diferentes, de acordo com a região. Em alguns músculos é inseparável do epimísio, já em outros é mais livre.

VASCULARIZAÇÃO DO MÚSCULO: IRRIGAÇÃO E DRENAGENS



IRRIGAÇÃO – Os músculos são irrigados por vasos adjacentes. Em alguns músculos os vasos são únicos e penetram por uma extremidade (ex.:  gastrocnêmio); outros, por seu ventre (ex.: bíceps braquial); outros, por vários vasos anastomosados (ex.: adutor magno); e alguns, através de combinações de irrigação (ex.: trapézio). Qualquer que seja o tipo de irrigação, ramificam-se e formam um rico leito capilar.

Ao invadir o músculo ramificam-se no perimísio e se anastomosam, formando uma rede perifascicular, com trajeto paralelo aos fascículos. Esta rede é irregular, porém a maioria dos seus ramos dispõem-se em sentido longitudinal (paralelo) ao eixo dos fascículos.

              Desta rede parte um grande número de arteríolas terminais, que penetram os fascículos e vão terminar entre as fibras musculares, formando uma rica rede capilar (rede intra-fascicular ou inter-fibrilar). Esta rede apresenta longos capilares correndo paralelos às fibras e unidos entre si por anastomoses muito curtas.



DRENAGEM VENOSA – do leito capilar inter-fibrilar começam a surgir as vênulas inter-fibrilares, que se dirigem para a superfície dos fascículos e, a nível dos septos perimísicos, unem-se com outros semelhantes formando veias mais volumosas. Estas se unem e, geralmente, fazem um trajeto inverso das artérias. Na saída do músculo, normalmente duas veias acompanham a artéria e desembocam nas veias vizinhas ao músculo em questão.



DRENAGEM LINFÁTICA – começa a nível capilar-capilares linfáticos que se situam nas bainhas do epimísio e do perimísio, aparentemente não no endomísio. Daí convergem para vasos linfáticos maiores que acompanham as veias que deixam os músculos.



 INERVAÇÃO:



             Cada  músculo é inervado por um ou mais nervos, com fibras motoras e         sensitivas que geralmente se originam em vários nervos espinhais.

             Normalmente nos membros, face e pescoço a inervação é única mas, quando o músculo conserva sua disposição segmentar (músculo da parede abdominal) a inervação é múltipla.

             As fibras sensitivas são de diâmetros variados, distribuídos para os fusos musculares, terminações neurotendíneas e fasciais, e as da dor, não-mielinizadas, é de origem incerta.

             Geralmente, depois de se dividir, o nervo penetra o músculo com os vasos numa área oval - hilo neurovascular, que apresenta posição mais ou menos constante para cada músculo e quase sempre mais próximo da extremidade menos  móvel (origem), forma então um plexo que corre nos septos do epimísio e do perimísio antes de invadir os espaços do endomísio, ao redor das fibras musculares.



TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES



a)      Fibras de contração rápida (CR) – importantes na execução de            manobras que exijam contração muscular rápida e forte. Ex. saltar



b) Fibras de contração lenta (CL) – importantes nos acontecimentos que exijam maior resistência, com corrida em distância, ciclismo ou natação.



TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES



a)      Contração Isotônica



Contração de um músculo destacado do corpo e levantando uma carga verticalmente contra a gravidade. Ou seja, o encurtamento do músculo ocorre e a carga sobre o músculo é constante através de toda sua extensão. Ex: dobrar o cotovelo com um peso na mão.

           a.1) Contração concêntrica:
                       

Ocorre quando a tensão muscular vence a resistência, promovendo um encurtamento do músculo. 

                            

          Força muscular > que a  Força resistência





sábado, 23 de fevereiro de 2013

CENTRO DE GRAVIDADE E EQUILÍBRIO



Centro de Gravidade

O centro de gravidade é o único ponto de um corpo ao redor do qual todas as partículas de uma massa estão igualmente distribuídas.
O Centro de Gravidade nos homens refere-se a 56 a 57% do total da altura (S2) e nas mulheres cerca de 55% do total da altura.
As constituições físicas e a distribuição do peso interferem no CG.
As crianças e os adolescentes apresentam um CG mais alto.
O deslocamento do CG é proporcional à massa do corpo afetada, logo, uma mudança na posição anatômica deslocará o CG.

Força da Gravidade

A força da gravidade apresenta 3 características básicas:
         É aplicada constantemente sem interrupções
         Só é aplicada em uma única direção
         Atua sobre cada uma das partículas do nosso corpo


Linha gravitacional

É a intersecção vertical dos planos sagital e frontal, é a projeção vertical do CG.
Em uma posição de equilíbrio a LG passa pelo centro geométrico da base de sustentação.
Na posição ereta à 5 cm para frente do quadril
 

Base de Suporte

É formada pelo contato dos pés no chão

  • Base de suporte pequena: equilíbrio mais difícil 
  • Base de suporte grande: estabilidade maior
Equilíbrio

O equilíbrio ocorre quando as forças que agem sobre um corpo estão perfeitamente balanceadas, evitando oscilações ou desvios.
Existem 3 tipos de equilíbrio:
         Estável à CG deslocado, mas retorna a posição inicial.
         Instável à CG deslocado, mas não retorna a posição inicial.
         Neutro à CG deslocado, mas permanece no mesmo nível.

O grau de estabilidade ou mobilidade irá depender:
         Da altura do CG acima da base de suporte
         Do tamanho da base de suporte
         Da localização da LG dentro da base de suporte
         Do peso do corpo



RESUMO:

          Estabilidade àCG baixo; BS ampla, LG no centro do suporte e um peso grande.

          Mobilidade à CG elevado; BS pequena, peso leve.


ARTICULAÇÕES



Os ossos servem como proteção de vísceras e como fixação de músculos, tendo um papel fundamental nos movimentos.
Para haver movimento o esqueleto deverá possuir dispositivos que permitam um certo grau de angulação, torsão ou deslocamento. Tais dispositivos são as articulações ou junturas.
Em linguagem anatômica, uma articulação ou juntura é a conexão existente entre partes duras do corpo; quer sejam ossos ou cartilagens.

DIVISÃO:

As articulações são classificadas principalmente pelo tipo de tecido interposto entre as peças articulantes e, também, pela capacidade de facilitar o movimento em:

  • FIBROSA ou FIXA ou SINARTROSE
  • CARTILAGEM ou POUCO MÓVEL ou ANFIARTROSE
  • SINOVIAL ou MÓVEL ou DIARTROSE    
 
ARTICULAÇÕES FIBROSAS

O tecido fibroso, assim como o cartilaginoso, é berço para a ossificação de todos os ossos. Logo, estes dois tecidos aparecem nas uniões ósseas, principalmente na fase de crescimento. 
São tecidos temporários e, na maioria dos casos, ocorre a fusão das peças, como por exemplo, nas suturas ou nos discos epifisários  ( sincondroses ).

        Podem ser encontradas e subdivididas em:
  • CRÂNIO: suturas (plana, denteada ou escamosa), gonfose e esquindilese;
  • ANTEBRAÇO E PERNA: sindesmose.


ARTICULAÇÕESCARTILAGINOSAS

Assim como as articulações fibrosas, a maioria das articulações cartilaginosas são temporárias.

    Podem ser subdivididas em : primária ou sincondrose e secundária ou sínfise.
  • SINCONDROSE: esfeno-occiptal, disco epifisário;
  • SÍNFISE: púbica, intervertebral.

ARTICULAÇÃO SINOVIAL


CLASSIFICAÇÕES DAS ART. SINOVIAIS

Existem várias maneiras de classificar as articulações, segundo a:

  1. COMPLEXIDADE DE ORGANIZAÇÃO:
  • SIMPLES –  quando a articulação possui apenas 2 superfícies articulares,     chamadas macho-fêmea. A de maior área é considerada macho;
  •  COMPOSTA –  quando a articulação possui mais de 1 par, sendo que o território    de cada            par permanece separado. Como exemplo, na articulação do   cotovelo a extremidade distal do úmero apresenta 2 superfícies “machos”         distintas (capítulo e tróclea ), as quais articulam-se, respectivamente,   com as superfícies “fêmeas” do rádio e ulna, formando pares separados .   
  •  COMPLEXA –  ocorre quando apresenta um disco ou menisco.
2.NÚMERO DE EIXOS:

·        UNI-AXIAL – quando o movimento do osso na articulação é limitado à rotação em       torno de 1 único eixo e possui um “grau de liberdade”. Exemplo: cotovelo e       inter-falanges.

·        BI-AXIAL – quando 2 movimentos diferentes podem ocorrer em torno de 2 eixos,         possuindo 2 “graus  de liberdade”. Exemplo: ATM ( Articulação Têmporo-     Mandibular ).

·        TRI-AXIAL– quando existir 3 eixos que confirmam movimentos. Exemplo; ombro e      coxo-femural.

        A classificaçào multi-axial, é considerada como uma articulação tri-axial com “eixos” intermediários.



  1. FORMA DAS SUPERFÍCIES ARTICULANTES




     4. MOVIMENTOS PERMITIDOS
  • Translação – é considerado quando uma superfície articular desliza no todo através de sua parceira e, na qual qualquer elemento de rotação ou angulação deve ser leve. Não está no grupo de movimentos anteriores, que inclui os 3 eixos de movimentos de rotação.
  • Deslizante – é o tipo mais simples de movimento onde uma superfície desliza sobre a outra sem qualquer rotação ou angulação. 
  • Angular – como o nome explica, indica a diminuição ou aumento do ângulo existente entre 2 ossos. Existem dois tipos básicos de movimentos angulares: flexão-extensão e abdução-adução.
 - Flexão-Extensão – ocorre muitas vezes em torno de um eixo transverso e resulta na aproximação de duas superfícies morfologicamente ventrais.

 - Abdução-Adução – geralmente ocorre em torno de um eixo ântero-posterior e implica  em movimento para fora  e em direção da linha média do corpo.

  • Rotação – é um movimento em torno do eixo central do osso onde o plano do movimento é perpendicular ao eixo. Pode ser num osso separado ( áxis-atlas ), ou coincidir com o eixo de um osso longo  (rotações , medial e lateral do úmero).
  •  Circundação – ocorre quando a extremidade distal de um osso longo circunscreve uma base de cone, enquanto seu vértice fica na cavidade articular. É um movimento derivado onde elementos dos movimentos angulares estão combinados.