Também conhecida como doença de
Rhesus ou Doença Hemolítica do recém-nascido, a Eritroblastose Fetal refere-se
a uma incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto, no qual a mãe Rh-, que
já tenha entrado em contato com sangue Rh+, dá a luz a uma criança Rh+.
Durante a gestação podem ocorrer
hemorragias na placenta e a passagem dos glóbulos sangüíneos do sangue do filho
para a circulação materna, com isto as hemácias do filho, portadoras de Rh+,
irão sensibilizar o sistema imunológico da mãe e esta passará a produzir anticorpos
que passarão para a circulação
do filho, onde destruirão suas hemácias, produzindo a anemia hemolítica do
recém-nascido ou eritroblastose fetal.
A sensibilização ocorre sempre
quando a mãe é Rh- e o filho é Rh+. Lembrando que os antígenos Rh do feto são
desenvolvidos nas seis primeiras semanas gestacionais.
Uma pessoa com antígeno Rh não produzirá
anticorpos anti-Rh contra o seu próprio antígeno. E uma pessoa sem antígeno Rh pode produzir anticorpos anti-Rh após a sensibilização. A
sensibilização prévia altera substancialmente o risco de desenvolvimento de
eritroblastose fetal.
Logo após o nascimento, o organismo do recém-nascido
apresentará uma intensa destruição de hemácias, resultando em uma profunda
anemia com liberação de hemácias imaturas, denominadas eritroblastos. Além
disso, o recém-nascido adquirirá uma icterícia, em resposta ao acúmulo de
bilirrubina, sintetizada no fígado a partir de hemoglobina das hemácias
destruídas. Essa condição de incompatibilidade pode levar à morte da mãe ou do
concepto, além de também representar uma importante causa de incapacidade
prolongada, como danos cerebrais e insuficiência hepática.
A maior ameaça na eritroblastose fetal é o dano
ao sistema nervoso central pela intoxicação da bilirrubina.
O diagnóstio ocorre pela história clínica
compatível, confirmada laboratorialmente, e com sinais evidentes de hemólise.
É importante conhecer o tipo sanguíneo do pai
quando a mãe apresentar sangue Rh-.
Para evitar a ocorrência da eritroblastose fetal
numa segunda gestação, quando a mãe é Rh- e o pai é Rh+,
recomenda-se a administração endovenosa de gamaglobulina anti-Rh, após o
nascimento do primeiro bebê Rh+. Tal substância irá causar o bloqueio do
processo que sintetiza anticorpos contra o sangue Rh+ do feto. A mãe recebe uma
dose passiva temporária de anticorpos que eliminam as encontradas na corrente
sanguínea que sejam Rh+, impossibilitando, deste modo, que a mãe produza
anticorpos permanentes.
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