Também conhecida
como “joelho do saltador”, a Tendinopatia Patelar é uma afecção comum em
praticantes de esportes de salto. No entanto, qualquer tipo de esporte que
exponha o aparelho extensor do joelho a esforços intensos e repetitivos pode
levar a tendinopatia patelar. É uma patologia que acomete o tendão patelar
causando dor, principalmente no pólo inferior da patela. Sua ocorrência deve-se
à sobrecarga por esforço repetitivo nas atividades de salto e corrida.
A
dor tem início insidioso e gradual, principalmente após uma atividade física, porém
com a progressão da doença pode tornar-se frequente durante ou mesmo no início
da atividade, ao repouso ou ao dormir. Outra queixa comum é a dor ao flexionar
o joelho durante longo período e ao subir e descer escadas.
Roels
et al modificaram a classificação de Blazina para Tendinopatia Patelar. Esta
classificação é dividida em quatro graus:
· grau I: dor leve após atividade esportiva;
· grau II: dor no início, melhora após o aquecimento,
piora no final do exercício, sem diminuição do rendimento;
· grau III: dor durante e após a atividade com piora
importante do rendimento do atleta;
· grau IV: ruptura parcial ou total do tendão.
A classificação acima tem a limitação de apresentar apenas três graus de tendinopatia patelar, já que o grau IV apresenta a ruptura do tendão.
A
etiologia da tendinopatia patelar é multifatorial, com fatores extrínsecos e
intrínsecos.
Fatores
extrínsecos: sobrecarga, frequência e intensidade dos treinos, calçados e palmilhas, tipo de
superfície do solo, erros de treinamentos, condições ambientais e equipamento
inadequado.
Fatores
intrínsecos: idade,
sexo, altura, índice de massa corpórea, impacto do pólo inferior da patela, comprimento
da tíbia, flexibilidade, força muscular .
O diagnóstico clínico consiste na dor à palpação no pólo inferior da patela e adjacências. Deve-se palpar o joelho em extensão total, fazendo uma leve pressão no pólo superior da patela, pois ocorrerá uma inclinação do pólo inferior anteriormente, facilitando a palpação da origem do tendão.
Pacientes
crônicos podem apresentar hipotrofia do quadríceps, com o músculo vasto medial
oblíquo mais comumente afetado e diminuição da circunferência da coxa. Um teste
funcional útil para tendinopatia patelar é o Squat em um plano inclinado
descendente a 30º, este teste exerce uma carga maior no tendão patelar.
Alguns
exames complementares auxiliam no diagnóstico. O Ultra-som e a Ressonância Magnética
são os mais indicados, pois podem definir o local exato da lesão, sua extensão,
e identificar a presença ou não de alterações degenerativas.
O
tratamento é inicialmente clínico e consiste no repouso relativo, correção
biomecânica de fatores predisponentes, ondas de choque, medicamentos,
exercícios de alongamentos e fortalecimentos (exercícios de fortalecimento
excêntricos do quadríceps são os mais usados nos processos de reabilitação), crioterapia
e fisioterapia. O objetivo do tratamento é reduzir a dor e recuperar a função. O
tratamento clínico pode levar até seis meses. Nos casos não responsivos ao
tratamento clínico realiza-se o tratamento cirúrgico.
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