terça-feira, 23 de julho de 2013

GONIOMETRIA DO MEMBRO SUPERIOR



1 – ARTICULAÇÃO DO OMBRO
Flexão de ombro – Grau 0° a 180°
Posição: De pé ou sentado, braço aduzido.
Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele.
Barra fixa: Em direção ao solo.
Barra móvel: Acompanha o movimento de flexão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para cima.

Extensão de ombro Grau 180° a 0° (é a volta da flexão)
Posição: De pé ou sentado, em flexão.
Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele.
Barra fixa: Em direção ao solo.
Barra móvel: Acompanha o movimento de extensão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para baixo.

Hiperextensão de ombro – Grau 0° a 45°
Posição: De pé ou sentado, braço aduzido.
Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele.
Barra fixa: Em direção ao solo.
Barra móvel: Acompanha o movimento de hiperextensão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para trás.

Abdução de ombro – Grau 0° a 180°
Posição: De pé, com braço aduzido.
Eixo: Localiza o acrômio e mede aproximadamente dois dedos abaixo dele, segue em direção a espinha da escápula.
Barra fixa: Em direção ao solo posteriormente.
Barra móvel: Acompanha o movimento de abdução, na região dorsal.

Adução de ombro – Grau 180° a 0° (é a volta do movimento da abdução)
Posição: De pé, com braço abduzido.
Eixo: Localiza o acrômio e mede aproximadamente dois dedos abaixo dele, segue em direção a espinha da escápula.
Barra fixa: Em direção ao solo posteriormente.
Barra móvel: Acompanha o movimento de adução, na região dorsal.

Abdução horizontal de ombro – Grau 0° a 90°
Posição: Sentado.
Eixo: Com o braço estendido anteriormente, coloca-se o eixo sobre o acrômio.
Barra fixa: Em direção ao úmero anteriormente (para frente).
Barra móvel: Paralela ao úmero, segue o movimento de afastar o braço da linha mediana (para fora).

Adução horizontal de ombro – Grau 0° a 40°
Posição: Sentado.
Eixo: Com o braço estendido anteriormente, coloca-se o eixo sobre o acrômio.
Barra fixa: Em direção ao úmero anteriormente (para frente).
Barra móvel: Paralela ao úmero, segue em direção a linha média do corpo (para dentro).

Rotação interna de ombro – Grau próximo de 0° a 90°
Posição: Posição em decúbito dorsal, com o braço abduzido a 90° e cotovelo em flexão de 90°, em supinação.
Eixo: No olécrano.
Barra fixa: Paralela ao solo em direção à cabeça.
Barra móvel: Fica lateral à ulna e acompanha o seu movimento para frente.

Rotação externa de ombro – Grau 0° a 90°
Posição: Posição em decúbito dorsal, com o braço abduzido a 90° e cotovelo em flexão de 90°, em supinação.
Eixo: No olécrano.
Barra fixa: Paralela ao solo em direção ao tronco.
Barra móvel: Fica lateral à ulna e acompanha o seu movimento para cima.

2 – ARTICULAÇÃO DO COTOVELO
Flexão de cotovelo – Grau 0° a 145°
Posição: De pé ou sentado.
Eixo: Epicôndilo lateral do úmero na região do cotovelo com braço aduzido.
Barra fixa: Lateral ao úmero em direção ao acrômio.
Barra móvel: Paralela ao antebraço, acompanha o movimento de flexão.

Extensão de cotovelo – Grau 145° a 0°
Posição: De pé ou sentado.
Eixo: Epicôndilo lateral do úmero na região do cotovelo com braço aduzido.
Barra fixa: Lateral ao úmero em direção ao acrômio.
Barra móvel: Paralela ao antebraço, acompanha o movimento de extensão.

3 – ARTICULAÇÃO RADIOULNAR
Pronação – Grau 0° a 80°
Posição: De pé ou sentado, com o braço aduzido e em posição intermediária. Cotovelo em flexão de 90°.
Eixo: Sobre a articulação do punho, na direção da linha do 3° dedo, colocando o goniômetro na parte posterior do antebraço.
Barra fixa: Voltada para o solo.
Barra móvel: Oposta à barra fixa, acompanha o movimento de pronação.

Supinação – Grau 0° a 90°
Posição: De pé ou sentado, com o braço aduzido e em posição intermediária. Cotovelo em flexão de 90°.
Eixo: Sobre a articulação do punho, na direção da linha do 3° dedo, colocando o goniômetro na parte anterior do antebraço.
Barra fixa: Voltado para o solo.
Barra móvel: Oposta à barra fixa e acompanhar seu movimento, acompanha o movimento de supinação.

4 – ARTICULAÇÃO DO PUNHO
Flexão de punho – Grau 0° a 80°
Posição: Braço aduzido, antebraço fletido em 90°, punho reto.
Eixo: Na articulação do punho, em direção à prega distal do lado ulnar.
Barra fixa: Em direção ao antebraço.
Barra móvel: Na direção do 5° metacarpo acompanhando o seu movimento de flexão (mão caída).


Extensão de punho – Grau 0° a 70 °
Posição: Braço aduzido, antebraço fletido em 90°, punho reto.
Eixo: Na articulação do punho, em direção à prega distal do lado ulnar.
Barra fixa: Em direção ao antebraço.
Barra móvel: Na direção do 5° metacarpo acompanhando o seu movimento de extensão (para cima).


Desvio Ulnar – Grau 0° a 45°
Adução de punho é medida em pronação.
Posição: Braço em adução, antebraço apoiado com a mão reta, em prono.
Eixo: Na articulação do punho na prega distal, sobe até a direção da linha do 3° dedo, posteriormente, apoiada em uma mesa.
Barra fixa: Sobre o antebraço.
Barra móvel: Acompanha o movimento na direção da linha do 3° dedo em direção à ulna.


Desvio Radial – Grau 0° a 15°
Abdução de punho é medida em pronação.
Posição: Braço em adução, antebraço apoiado com a mão reta, em prono.
Eixo: Na articulação do punho, na prega distal, sobe até a direção da linha do 3° dedo, em pronação, apoiada em uma mesa.
Barra fixa: Sobre o antebraço.
Barra móvel: Acompanha o movimento na direção da linha do 3° dedo em direção ao rádio.


5 – ARTICULAÇÃO METACARPOFALANGIANA
Flexão Metacarpofalangiana – Grau 0° a 90°
Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária, mantendo o punho e os dedos estendidos.
Eixo: Articulação metacarpofalangiana.
Barra fixa: Paralela ao metacarpo.
Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos de flexão.

Extensão Metacarpofalangiana – Grau 90° a 0° (é a volta da flexão )
Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária mantendo o punho e dedos estendidos.
Eixo: Articulação metacarpofalangiana.
Barra fixa: Paralela ao metacarpo.
Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos.

Hiperextensão Metacarpofalangiana – Grau 0° a 30°
Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária mantendo punho e dedos estendidos.
Eixo: Articulação metacarpofalangiana.
Barra fixa: Paralela ao metacarpo.
Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos para trás.

Flexão interfalangiana proximal – Grau 0° a 90°
Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária.
Eixo: Articulação interfalangiana proximal.
Barra fixa: Paralela ao metacarpo.
Barra móvel: Paralela à falange medial acompanhando seu movimento de flexão.

Flexão interfalangiana distal – Grau 0° a 90°
Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária.
Eixo: Articulação interfalangiana medial.
Barra fixa: Paralela ao metacarpo.
Barra móvel: Paralela à falange distal acompanhando seu movimento de flexão.



GONIOMETRIA



A goniometria é uma técnica de avaliação utilizada na fisioterapia como diagnóstico funcional para mensurar objetivamente as amplitudes de movimento articular, por meio da utilização do goniômetro.
       
O goniômetro consiste em um instrumento durável, lavável e de baixo custo que se assemelha a um transferidor com dois braços longos, um fixo e outro móvel. 
O goniômetro apresenta 2 hastes e 1 centro:
- A haste fixa: deve permanecer fixa até o final da medida.
- Haste móvel: vai acompanhar o movimento.
- O centro (eixo): deve ser colocado sobre a articulação avaliada.

OBJETIVOS DA GONIOMETRIA:
•Determinar a presença ou não de disfunção
•Estabelecer um diagnóstico
•Estabelecer os objetivos do tratamento
•Direcionar a fabricação de órteses
•Avaliar a melhora ou recuperação funcional
•Modificar o tratamento
Alguns fatores podem alterar a amplitude de movimento articular, tais como: idade, sexo, ocupação profissional e estruturas articulares.

Para a realização da goniometria podem ser utilizados os três planos:
- Plano Sagital
- Plano Frontal ou Ântero-posterior ou Lateral
- Plano Transversal ou Horizontal

Ao fazer a goniometria de uma articulação, esta pode ter movimentos normais, diminuídos (hipomóveis) ou aumentados (hipermóveis).

Princípios do método

- O paciente deve permanecer com a região a ser avaliada descoberta;
- O paciente deve assumir um bom alinhamento corporal, evitando compensações;
- Deve-se explicar de forma clara e demonstrar (se necessário) ao paciente o movimento que deverá ser realizado;
- Deve-se comparar sempre com o membro contralateral e com a tabela de ângulos normais. (Estabelecendo um parâmetro de normalidade)
- Os dados devem ser registrados, o nome do examinador, a data do exame e a posição da mensuração.

Obs.: PROPOSTA DE FICHA DE AVALIAÇÃO GONIOMÉTRICA E DE TESTE DE FORÇA (http://www.prac.ufpb.br/anais/xenex_xienid/xi_enid/monitoriapet/ANAIS/Area6/6CCSDFTMT12.pdf)


MEDIDAS DE COMPRIMENTO E CIRCUNFERÊNCIA DOS MEMBROS



MENSURAÇÃO LINEAR

Através da mensuração linear, determina- se o comprimento do segmento do corpo, em centímetros, utilizando a fita métrica, usando-se como ponto de referência proeminências ósseas de fácil identificação.

Os valores serão expressos em cm e anotados;

O objetivo é verificar igualdade ou desproporção (discrepâncias) entre os membros.

PERIMETRIA: medida de comprimento dos membros.

CIRTOMETRIA: medida de circunferência dos membros.
 
PERIMETRIA

  • REAL
- MMSS: A partir do vértice do acrômio ao processo estilóide do rádio.
- MMII: A partir da Espinha Ilíaca ântero-superior ao maléolo medial da tíbia. A pelve deve estar nivelada e os membros em posição neutra


  • APARENTE

A partir da cicatriz umbilical ao maléolo medial da tíbia.



CIRTOMETRIA

Medida de Circunferência para verificar o volume do segmento

MMSS


MMII





EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO



EQUILÍBRIO

Do latim aequilibrĭum, o termo equilíbrio faz referência ao estado de um corpo quando as forças encontradas que atuam no mesmo se compensam e se destroem mutuamente. 

É a noção de distribuição do peso em relação a um espaço e a um tempo e em relação ao eixo de gravidade. Depende essencialmente do sistema labiríntico e do sistema plantar. Pode ser estático ou dinâmico.

·        Equilíbrio estático é a capacidade para assumir e sustentar qualquer posição do corpo contra a força da gravidade. Ex.: equilibrar-se sobre um pé só, inclinar-se verticalmente para frente e para trás.

·        Equilíbrio dinâmico é quando um corpo está em movimento Ex.: andar na ponta dos pés, andar com um copo cheio de água na mão.

 Dentre os aspectos essenciais do equilíbrio estão:
· A manutenção das posturas.
· A estabilização do equilíbrio.
· A orientação do corpo, em relação ao estímulo da gravidade.
· As contrações musculares para serem eficazes devem intervir no momento certo e com determinada duração.

O equilíbrio permite alguns benefícios, dentre eles:
·        Melhora a autonomia e a confiança;
·        Melhora a marcha;
·        Aumenta a disposição para a realização das tarefas diárias;
·        Aumenta a segurança para subir e descer escadas;
·        Melhora a qualidade de vida.

Em mais da metade dos casos, o desequilíbrio tem origem entre os 65 e os 75 anos de idade aproximadamente e cerca de 30% dos idosos apresenta os sintomas nesta idade. As quedas são as consequências mais perigosas do desequilíbrio e da dificuldade de locomoção, podendo levar a fraturas, deixando os idosos acamados por dias ou meses. É responsável por 70% das mortes acidentais em pessoas com mais de 75 anos de idade.

Alguns testes são utilizados para verificar o equilíbrio:

·        Equilíbrio estático
- Romberg;
- Romberg sensibilizado com os olhos abertos;
- Romberg sensibilizado com os olhos fechados.


·        Equilíbrio dinâmico
- Caminhar nas pontas dos pés;
- Subir e descer escadas;
- Caminhar para frente aproximando o calcanhar do antepé;
- Saltar uma corda;
- Saltar uma corda com os pés juntos;
- Saltar girando sobre si mesmo;
- Pular com os dois pés juntos;
- Pular um pé só;
- Dar um salto para um lado e cair parado;
- Caminhar para trás aproximando calcanhar e antepé;
- Pular com um pé só e não dominante.

COORDENAÇÃO MOTORA

Segundo Thurstone (1947) e VEIGA (1987,p.11) a coordenação motora é uma habilidade, traço da personalidade, e pode ser definida como aquilo que o indivíduo é capaz de fazer em determinada atividade.

Coordenação motora é a capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos esqueléticos, resultando em uma ação global mais equilibrada, plástica e econômica. 

Uma boa coordenação implica boa modulação do tono, assim como boa estruturação espaço-temporal.

Dentre os benefícios da coordenação motora estão:
·        Aumento da precisão e da eficiência dos movimentos;
·        Melhora a agilidade e a atenção;
·        Diminuição dos riscos de aparecimento de doenças senis.

A coordenação motora pode ser subdivida em coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina e visual.

·   Coordenação dinâmica global ou geral: envolve movimentos gerais com todo o corpo (cabeça, ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, etc.), fazendo com que vários grupos musculares atuem ao mesmo tempo para executar movimentos voluntários complexos.
·   Coordenação visomanual ou fina: refere-se a movimentos dos pequenos músculos, por exemplo ao executar atividades que impliquem os dedos, as mãos e os pulsos.
·   Coordenação visual: engloba movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direções.
Testes que verificaram coordenação motora:

- Index-index.
- Index-nariz.
- Index-index do terapeuta.
- Oponência dos dedos.
- Amassa e massa.
- Pronacão-supinacão
- Percussão da mão.
- Percussão do pé.
- Calcanhar tíbia.

EXERCÍCIOS DE COORDENAÇÃO

Marchar em diferentes formas, com joelhos altos ou pernas esticadas, para frente, para os lados e para trás, variando os movimentos dos braços, em um determinado ritmo ou livremente, é a maneira mais adequada de se desenvolverem os movimentos coordenativos do idoso.

· Coordenação dinâmica:
- Movimentos simultâneos.
- Movimentos alternados.
- Movimentos sucessivos.
- Movimentos assimétrico.


· Coordenação óculo-manual.
- Coordenação sensório-motora.
- Educação do olhar.
- Educação das sensações táteis e cinestésicas.
- Coordenação fina.


· Coordenação músculo-facial.



quinta-feira, 11 de julho de 2013

DISFUNÇÃO CEREBELAR



                 CEREBELO

É um órgão do SNC, o qual apresenta a substância cinzenta quase toda por fora, o córtex cerebelar, abaixo do qual se encontra a substância branca, o chamado corpo medular do cerebelo. No interior deste último há novamente substância cinzenta sob a forma dos núcleos centrais do cerebelo.

É localizado posteriormente ao tronco encefálico e abaixo do cérebro (lobo occipital) na fossa posterior do crânio, mais precisamente, na fossa cerebelar.
O córtex cerebelar apresenta 3 camadas celulares que são, de fora para dentro: a camada molecular, a camada das células de Punkinje e a camada granular.

            Todos os neurônios do córtex do cerebelo são inibitórios e têm como neurotransmissor o GABA, com exceção dos neurônios granulares, que são excitatórios e utilizam o glutamato como neurotrnsmissor.

Os núcleos centrais do cerebelo são 4 de cada lado:
- fastigial - postura e equilíbrio
- globoso e emboliforme (núcleo interpósito) - controle dos membros, tônus, coordenação dos movimentos.
- denteado - planejamento dos movimentos e movimento contínuo.

As informações enviadas ao cerebelo são inicialmente processadas o seu córtex. Este, através das células de Purkinje, repassa-as aos seus núcleos centrais, que se encarregam de enviá-las a outras estruturas do sistema nervoso.         

De acordo com a divisão filogenética o cerebelo pode ser dividido em três partes:
- Arquicerebelo – relacionado com o equilíbrio – ouvido interno-labirinto
- Paleocerebelo – relacionado com a marcha – medula espinhal
- Neocerebelo – relacionado com o cérebro – coordenação motora fina.
O cerebelo opera de forma inconsciente e involuntária participando do controle sobre a motricidade. Também está relacionado com memória; planejamento motor; iniciativa, seqüência e correção dos movimentos; coordenação motora; tônus muscular; equilíbrio; postura e processos cognitivos.

O equilíbrio é dado pela interpretação das informações que chegam do labirinto (canais semi-circulares) e, o cerebelo “coloca” a cabeça em posição de equilíbrio.

  • Conexões extrínsecas ou aferentes:
 - Medula – tratoespinocerebelar: propriocepção inconsciente, tensão nas articulações, velocidade do movimento.
- Bulbo - olivo-cerebelares: informações cognitivas, orientação temporal e espacial.
- Ponte - ponto-cerebelares: acima citados.
- Aparelho vestibular – vestibulocerebelar: informações de equilíbrio e postura.
- Núcleo trigeminal: sistema límbico
- Area pré-motora: planejamento motor

  • Conexões eferentes em que o cerebelo influencia:
 - Trato cortico-espinhal lateral e anterior: motricidade voluntária, força e direção dos movimentos e planejamento motor.
- Trato rubroespinhal: controle dos músculos distais dos membros.
- Trato vestibuloespinhal: controle de cabeça e de postura e músculos proximais dos membros.
- Trato reticuloespinhal: movimentos e músculos posturais, flexores e extensores dos membros.

DISFUNÇÕES CEREBELARES

  • Causas
 - AVE
- Esclerose múltipla
- Tumores
- Hereditários
- TCE

  • Manifestações clínicas:
- Ataxia
- Hipotonia
- Dismetria
- Dissinergia
- Deficiências de balanço e equilíbrio
- Anormalidades na preensão
- Disdiadococinesia
- Decomposição dos movimentos
- Astenia
- Tremores ao movimento ou de ação
- Disartria
- Dismetria ocular
- Distasia
- Disbasia (marcha ebriosa)


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

  • Princípios
 - Repetição e tempo para uma atividade
- Sequência de movimentos
- Habilidades motoras complexas

  • Tratamento

1. Controle de cabeça e tronco: decúbito ventral (bola); decúbito dorsal (atividades com abdominal, iliopsoas e glúteos); posição sentada e pistas visuais.

2. Equilíbrio sentado: uso da bola; transferência de peso; Kabat para tronco; atividades na posição sentada (rotação de tronco, elevação de MMSS); treino de sentar-levantar.

3. Transferências independentes e atividades funcionais ao sentar: vestuário; alimentação; higiene; posicionamento correto.

4. Preparação para ficar de pé e deambulação independentes: treino de sentar-levantar (bola e espaldar).

5. Deambulação: feedback visual; órteses; espelho; peso nos tornozelos.
         
  • Progresão do paciente na deambulação:
     Avaliar pelo número de vezes que eles perdem o equilíbrio numa sessão de tratamento, pela frequência de um erro específico, pela distância percorrida ou pelo nível de auxílio necessário.

  • EXERCÍCIOS DE FRENKEL
 Os Exercícios de Frenkel consistem em uma série de exercícios projetados para ajudar a compensar a inabilidade de saber, sem olhar, onde estão os braços e as pernas no espaço.
Os exercícios são projetados principalmente para coordenação e não para fortalecimento muscular.
Os exercícios devem ser comandados e contados em tom de voz constante e lenta. É importante que o local seja bem iluminado e que você esteja posicionado de forma a poder enxergar os movimentos de suas pernas.
Evite cansar-se. Cada exercício não deve ser executado mais do que quatro vezes. Descanse entre cada exercício. O exercício todo deve durar aproximadamente 1/2 hora e deve ser feito 2 vezes por dia.
Os exercícios devem ser feitos dentro do alcance normal dos movimentos, evitando-se forçar demasiadamente os músculos.
Os exercícios mais simples devem ser executados adequadamente antes de se prosseguir para os mais difíceis.

Mais informações sobre Disfunção Cerebelar:
http://pt.scribd.com/doc/53906008/25/Disfuncao-Cerebelar                          

SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ


Também conhecida por polirradiculoneuropatia idiopática aguda, a Síndrome de Guillain-Barré é uma doença do sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de caráter autoimune, marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos. Ela se manifesta sob a forma de inflamação aguda dos nervos periféricos e cranianos. Em alguns casos pode acometer a raiz dorsal, o gânglio espinhal da raiz dorsal, o corno posterior e o funículo posterior.

 
O processo inflamatório e desmielizante interfere na condução do estímulo nervoso até os músculos e, em parte dos casos, na condução dos estímulos sensoriais até o cérebro.

Sua incidência é de 0,6 a 1,9 casos para 100.000 hab. Os mais velhos têm maior probabilidade, porém a doença não aumenta com a idade. Não há preferência por sexo.

Geralmente, a doença evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar meses até o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a doença pode tornar-se crônica ou recidivar.

Causas

Ainda não se conhece a causa específica da síndrome. Porém, aproximadamente 60%-70% dos pacientes com SGB apresentam alguma doença aguda precedente (1-3 semanas antes), sendo a infecção por Campylobacter jejuni a mais frequente delas (32%), seguida por citomegalovírus (13%), vírus Epstein Barr (10%) e outras infecções virais, tais como hepatites por vírus tipo A, B e C, influenza e HIV. Outros fatores precipitantes de menor importância são cirurgia, imunização e gravidez.

A hipótese é que essa infecção aciona o sistema de defesa do organismo para produzir anticorpos contra os microorganismos invasores. No entanto, a resposta imunológica é mais intensa do que seria necessária e, além do agente infeccioso, ataca também a bainha de mielina dos nervos periféricos.

Sintomas

O sintoma preponderante da SGB é a fraqueza muscular progressiva e ascendente, acompanhada ou não de parestesias que se manifesta inicialmente nas pernas e pode provocar perdas motoras e paralisia flácida. Com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço e afetar os músculos da face, da orofaringe, da respiração e da deglutição.

O comprometimento dos nervos periféricos ocorre em um menor número de casos podendo produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autônomo, como taquicardia, oscilações na pressão arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos intestinos e da bexiga, no controle dos esfíncteres e disfunção pulmonar.

Os sintomas regridem no sentido inverso ao que começaram, isto é, de cima para baixo.

As principais manifestações clínicas são:
          - hipotonia
          - fraqueza simétrica das extremidades
          - transtornos de sensibilidade
          - arreflexia  
          - diplegia facial (VII)
          - paralisia orofaríngea e disfagia(IX e X)
          -disfunção do SNA (hipotensão postural,disfunção vesical,intestinal).
          - paralisia respiratória
          - disartria (XII)
          - ataxia sensorial  
          - dor


 Evolução

1. Fase de extensão: parestesias e déficit motor, MMII e orais, ascensão de modo progressivo e rápido. 

2. Fase de estabilização: déficit motor total, tetraplegia, comprometimento de músculos respiratórios e da deglutição, arreflexia generalizada, lesão de nervo craniano (paralisia facial periférica uni ou bilateral).

3. Fase de recuperação: os sinais neurológicos começam a regredir depois de 1 a 2 semanas de estabilidade, a regressão ocorre em semanas ou meses e pode deixar seqüelas motoras ou sensitivas.

Prognóstico

A SGB apresenta bom prognóstico em jovens, em doença leve ou início agudo dos sintomas, e prognóstico ruim em idosos, em início hiperagudo e padrão patológico severo.

Em 80% dos pacientes ocorre recuperação total, em 15% ocorrem sequelas residuais e em 5% a morte.

Diagnóstico

- Avaliação clínica e neurológica,
- Análise laboratorial do líquido cefalorraquiano (LCR),
- Eletroneuromiografia.

Diagnóstico diferencial

 - Botulismo
 - Intoxicação por metais pesados
 - Poliomielite
- Mielite transversa

Tratamento

- Clínico: imunoglobulinas EV, Plasmaférese, Medicamentos imunosupressores podem ser úteis, nos quadros crônicos da doença.

- Fisioterapia 

Tratamento Fisioterapêutico

·        Avaliação fisioterapêutica
- Função respiratória
- Função motora
- Função sensitiva
- Função reflexa

·        Objetivos  
- Proporcionar cuidados respiratórios
- Melhorar a tolerância às atividades de vida diária
- Evitar contraturas e deformidades e úlceras de decúbito
- Tornar o paciente mais independente possível

·        Condutas
- Cinesioterapia: ADM; alongamento contínuo, suave, mantido 20’ e global;
- Exercícios respiratórios para desobstrução pulmonar e reexpansão;
- Transferência da posição de DD para sentado no leito;
- Exercícios ativos para função;
- Exercícios resistidos;
- Eletroterapia: TENS;
- Termoterapia: IV;
- Mecanoterapia;
- Hidroterapia;
- Método Bobath com treino de transferências;
- FNP;
- Órteses : tornozelo –pé, andador, muletas,bengalas ou cadeira de rodas.


Mais informações: 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_sindrome_guillain_barre_livro_2010.pdf