ANATOMIA
O músculo piriforme origina-se ao longo da superfície
anterior do sacro e segue posterolateralmente através do sulco isquiático para
se inserir sobre o trocanter maior do fêmur, de forma a passar sobre o nervo na
maioria dos casos. Porém, situações com o nervo passando abaixo ou através do
próprio ventre muscular do piriforme têm sido relatadas.
O músculo piriforme possui função primaria de rotação externa
do quadril, na posição neutra, e abdução do quadril, com o mesmo flexionado em
cadeia cinética aberta. Em cadeia cinética fechada age como extensor e rotador
externo do quadril.
DEFINIÇÃO
O termo Síndrome
do Piriforme foi usado pela primeira vez por Robinson, em 1947. Ele chamou-a de
síndrome porque listou seis achados que compunham o quadro clínico:
1-
|
História
de trauma na região sacro-ilíaca e glútea.
|
2-
|
Dor
na região sacro-ilíaca, escoltadura ciática maior e piriforme que desce para
a coxa e provoca dificuldade de caminhar.
|
3-
|
Aumento
da dor quando o paciente que estava sentado fica em pé ou, ao caminhar, pára
repentinamente.
|
4-
|
Aumento
palpável e doloroso de volume, em forma de salsicha, ao se examinar o músculo
piriforme através do toque retal.
|
5-
|
Dor
ao elevar o membro inferior com o joelho estendido e o paciente deitado de
costas. (Sinal de Lasegue)
|
6-
|
Atrofia
glútea, dependendo da duração dos sintomas.
|
A Síndrome do
Piriforme é a conseqüência do encarceramento do nervo ciático pelo músculo
piriforme na sua saída da pelve para a região glútea.
É uma
importante causa de dor na região glútea que pode frequentemente ser
acompanhada de ciatalgia.
Tal
síndrome representa uma entidade clínica configurada não somente pela presença
do quadro álgico, mas também por distúrbios sensitivos, motores e tróficos
relacionados à distribuição radicular do nervo isquiático.
ETIOLOGIA
·
Aumento
de volume e consistência do piriforme;
·
Exercícios
excessivos da musculatura glútea;
·
Inflamação
e espasmo desse músculo associado a trauma ou infecção;
·
Anomalias anatômicas;
·
Hematoma
calcificado após contusão local.
INCIDÊNCIA
- A prevalência de dor ciática na população adulta é maior que 5%,
atingindo cerca de 40% ao longo da vida.
- Pode contribuir em mais de 6-8% dos casos de lombalgia, sendo
uma das principais causas das dores lombares e isquiáticas, juntamente com a
hérnia de disco, traumas nas regiões lombar e glútea, inflamações crônicas e
estenose espinhal central.
- A literatura relata que a SP acomete seis vezes mais os
indivíduos do sexo feminino em relação ao masculino.
Achados Clínicos mais Comuns
- Compressão dolorosa do ciático na região glútea.
- Atrofia isolada do músculo glúteo máximo.
- Sensibilidade na parede retal.
- Dor com rotação interna forçada com a coxa estendida (sinal de Freiberg)
- Dor contra a resistência da abdução e rotação externa da coxa (sinal de Pace).
Principais Exames Complementares
- RADIOGRAFIA.
- RESSONÂNCIA MAGNÉTICA.
- ULTRA-SONOGRAFIA.
- ELETRONEUROMIOGRAFIA.
- HEMOGRAMA.
- ARTROSCOPIA DO QUADRIL.
Diagnósticos
diferenciais
·
Bursite
trocantérica,
·
Distensões e
contusões,
·
Lombociatalgia,
·
Artrose,
·
Lesões do labrum
acetabular,
·
Síndrome do
impacto femoro-acetabular,
·
Tumores e o aneurisma da artéria glútea
TRATAMENTO
As
metas iniciais do tratamento centram-se no controle do processo inflamatório,
associado à dor e ao espasmo muscular, caso esteja presente.
O tratamento pode incluir:
·
Analgésicos;
·
Injeção local de
anestésicos e corticóides;
·
Injeção de
botox;
·
Massagem
transretal;
·
Fisioterapia;
·
Cirurgia de ressecção do músculo piriforme para
liberação do nervo.
FISIOTERAPIA
-
Cinesioterapia,
-
Técnicas de manipulação,
-
Reeducação postural,
-
Alongamentos do músculo piriforme, nunca deve ser realizada durante a fase aguda
da doença e obrigatoriamente respeitar o limite de dor do paciente;
-
Exercícios ativos,
-
Alongamentos passivos,
-
Mobilização dos tecidos moles;
-
Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP);
-
Termoterapia;
-
Eletroterapia.
PREVENÇÃO
As lesões
desportivas que atingem o quadril são responsáveis por 2,5% dos casos, mas são
de difícil diagnóstico.
As mulheres que
exercitam excessivamente os glúteos em busca de um bumbum perfeito estão mais
sujeitas a apresentar quadros como a Síndrome do Piriforme e lesões dos
"hamstrings", que são os músculos posteriores da coxa.
O aumento rápido e exagerado dos glúteos pode causar compressão do nervo ciático, provocando uma inflamação chamada de neurite.
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