O apoio matricial pretende oferecer tanto retaguarda
assistencial quanto suporte técnicopedagógico às equipes de referência. A
equipe ou profissional de referência são aqueles que têm a responsabilidade
pela condução de um caso individual, familiar ou comunitário.
Objetiva ampliar as possibilidades de construção de vínculo
entre profissionais e usuários. O termo responsabilidade de condução refere-se
à tarefa de encarregar-se da atenção ao longo do tempo, ou seja, de maneira
longitudinal, à semelhança do
preconizado para equipes de saúde da família na atenção básica
Apoio matricial e equipe de referência são, ao mesmo tempo,
arranjos organizacionais e uma metodologia para a gestão do trabalho em saúde,
objetivando ampliar as possibilidades de realizar-se clínica ampliada e
integração dialógica entre distintas especialidades e profissões.
A equipe de referência é composta por um conjunto de
profissionais considerados essenciais para a condução de problemas de saúde
dentro de certo campo de conhecimento.
Dentro dessa lógica, a equipe de referência é composta por
distintos especialistas e profissionais encarregados de intervir sobre um mesmo
objeto – problema de saúde –, buscando atingir objetivos comuns e sendo
responsáveis pela realização de um conjunto de tarefas, ainda que operando com
diversos modos de intervenção.
Cada equipe de referência terá um registro
e um cadastro de casos sob sua responsabilidade.
O manejo desse cadastro permitirá avaliação de risco e
vulnerabilidade, identificando-se aqueles casos que mereceriam a elaboração de
um projeto terapêutico singular, ou mesmo alteração da avaliação diagnóstica ou
dos procedimentos de cuidado.
O apoiador matricial é um especialista que tem um núcleo de
conhecimento e um perfil distinto daquele dos profissionais de referência, mas
que pode agregar recursos de saber e mesmo contribuir com intervenções que
aumentem a capacidade de resolver problemas de saúde da equipe primariamente
responsável pelo caso. O apoio matricial procura construir e ativar espaço para
comunicação ativa e para o compartilhamento de conhecimento entre profissionais
de referência e apoiadores.
Há duas maneiras básicas para o
estabelecimento desse contato entre referências e apoiadores. Primeiro,
mediante a combinação de encontros periódicos e regulares – a cada semana, quinzena
ou mais espaçados – entre equipe de referência e apoiador matricial. Nesses
encontros, objetiva-se discutir casos ou problemas de saúde selecionados pela
equipe de referência e procura-se elaborar projetos terapêuticos e acordar
linhas de intervenção para os vários profissionais envolvidos.
O apoio matricial promove encontro entre distintas
perspectivas, obrigando os profissionais a comporem projetos terapêuticos com
outras racionalidades e visões de mundo.
O assunto acima postado foi retirado do seguinte artigo:
http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n2/16.pdf
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