terça-feira, 30 de abril de 2013

TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO

  O trauma crânio-encefálico refere-se a qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo.
Ocorre mais em homens do que em mulheres com idade entre 15 e 24 anos.
Deve-se a acidentes automobilísticos, quedas, violência, esporte ou abuso infantil.
A lesão pode ocorrer por golpes diretos (lesões por golpe ou lesões por contra-golpe), por objetos perfurantes, ou por lesões na cabeça e pescoço.
A lesão pode ser primária ou secundária. A lesão primária é decorrente da ação da força agressora (aceleração, desaceleração, forças rotacionais, objetos perfurantes), resultando na laceração do tecido, compressão, tensão, cisalhamento ou uma combinação. Logo, poderão ocorrer fraturas, contusões e lacerações do cérebro ou lesão axonal difusa (LAD). A lesão secundária é decorrente logo ou após um certo período do trauma e resulta de aumento da PIC, hipóxia cerebral ou isquemia, hemorragia intracraniana, desequilíbrio eletrolítico e ácido-base, infecção secundária a feridas abertas ou convulsões.
O paciente poderá apresentar alterações:
- No SNA: taxa e regularidade dos pulsos, aumento da temperatura, pressão sanguínea, suor excessivo, salivação e secreção sebosa.
- Motora, funcional, sensorial e perceptiva: Decorticação x Descerebração; hemiplegia ou monoplegia; reflexos anormais; hipo ou hipertonia; espasticidade; perda do equilíbrio e da sensação; afasia; disartria; disfagia e dificuldades motoras visuo-espaciais e perceptivas.
 - De consciência /coma: Alerta; concussão leve; letargia; esturpor/torpor; desorientação; coma (Escala de Glasgow); morte cerebral.
- Cognitivas, de personalidade e comportamentais: distúrbios da função intelectual, memória; irritação, raiva, atenção diminuída, perda do raciocínio, comportamentos sociais inadequados.
        Além das alterações o paciente pode apresentar algumas complicações, tais como: úlceras de decúbito ou escaras, contraturas e /ou deformidades, infecções, problemas pulmonares, epilepsia pós-traumática, ossificação heterotópica ou TVP.
A avaliação clínica consiste no exame de crânio e coluna, na avaliação do grau de consciência (ECG), na análise do tamanho e reatividade das pupilas (miose x midríase; isocoria x anisocoria; reflexo fotomotor x consensual), na avaliação do padrão respiratório, da motricidade oculocefálica, da atividade músculo-esquelética.
Alguns exames complementares são solicitados, tais como: Rx, TC, RNM, EEG, Monitorização da PIC= valores até 20mmHg.
O tratamento clínico consiste no uso de antibióticos, em cirurgias, drenagem cirúrgica e controle da HIC.
A avaliação fisioterapêutica consiste na anamnese, na análise sensorial e motora, avaliação de tônus, força, flexibilidade e resistência; verificação das incapacidades apresentadas; avaliação cognitiva, de linguagem e emocional.
O tratamento fisioterapêutico divide-se em duas fases:
* Fase aguda- hospitalar

   Objetivos:
 - Promover uma boa função respiratória
 - Prevenir contraturas e deformidades e complicações secundárias
 -Tratar as anormalidades de movimento e de tônus muscular
         
Conduta:
- Alongamento passivo e lento
- Exercícios de ADM
- Mobilização intra -articular
- Exercícios de fortalecimento
- Posicionamento (rolos, travesseiros, cunhas, espumas)
- Exercícios e alongamentos respiratórios
- Reeducação funcional respiratória           
- Propriocepção
- Treino de sentar levantar*
- Treino de reações de equilíbrio sentado e descarga de peso*
- Método Kabat*
- Órteses (punho, tornozelo)=colocadas no mm. em posição alongada ou neutra=estira os elementos do tec.conjuntivo e adição de sarcômeros às fibras musculares.

* Fase ambulatorial:

      Objetivos: os mesmos acima
-Proporcionar um equilíbrio,coordenação, postura corretas
-Maximizar toda habilidade remanescente
-Proporcionar uma independência funcional e qualidade de vida.

Conduta:
- Eletrotermoterapia: Tens, calor superficial, FES
- Crioterapia
- Mecanoterapia
- Método Bobath
- Método Kabat
- PRM
- Método Rood
- Hidroterapia e/ou atividades de lazer
- Treino de AVD’s com atividades funcionais e uso de órteses adaptadas.
- Treino de tranferências
- Treino de marcha
- Exercícios aeróbicos
- Orientações ao cuidador e família e adaptações para casa.

SÍNDROME PÓS-PÓLIO



  • Definição
       É uma combinação complexa de deficiências primárias e secundárias que levam a problemas neuromusculares, musculoesqueléticos, psicossociais e cardiopulmonares.

Acomete pessoas por volta dos 40 anos que, pelo menos 15 anos antes, foram infectadas pelo vírus da poliomielite e desenvolveram uma forma aguda ou inaparente da doença.
A principal característica da síndrome é a perda das funções musculares que tinham permanecido estabilizadas no intervalo entre a recuperação e o aparecimento dos novos sintomas.
O quadro não é provocado pela reativação do vírus da poliomielite, mas pelo desgaste proveniente da utilização excessiva dos neurônios motores próximos daqueles que foram destruídos pelo poliovírus. Isso acontece porque, para compensar essa falta, apesar de também terem sido afetados, os neurônios sobreviventes passaram a enviar ramificações para inervar os feixes musculares comprometidos pela doença.

·        Sintomas

* Fraqueza muscular progressiva nos membros atingidos ou não pela doença;
* Cansaço excessivo;
* Dores musculares e nas articulações;
* Cãibras;
* Dor de cabeça;
* Dificuldade de deglutição e para controlar os esfíncteres;
* Hipersensibilidade ao frio;
* Distúrbios do sono;
* Problemas respiratórios;
* Depressão;
* Ansiedade.

·        Deficiências secundárias

- dor articular            
            - dor muscular profunda
            - nova fraqueza muscular
            - intolerância ao frio
            - dificuldades de deglutição
            - hipoventilação
            - distúrbios do sono
 
  • Critérios de Diagnóstico da SPP:
      1.História confirmada da poliomielite paralítica
     2.Recuperação parcial ou completa da força ou função
     3.Período de 15 anos de estabilidade neurológica e funcional 
  4. Início de dois ou mais problemas enumerados: fadiga,dor muscular,dor articular,intolerância ao frio,atrofia
     5. Nenhuma outra condição clínica que explique novos transtornos de saúde     

  • Tratamento
Não existe tratamento específico para a síndrome pós-pólio. A abordagem é sempre multidisciplinar e inclui exercícios aeróbicos leves, de alongamento, de resistência com pouca carga, hidroterapia, orientação nutricional, assim como o uso de órteses (bengalas, muletas, andadores, coletes, por exemplo), de próteses, de equipamentos de assistência e suporte, de medicamentos para controle da dor e da ansiedade.

A fisioterapia é um recurso essencial para ajudar a manter a função muscular.

  • Avaliação Fisioterapêutica:
       .ADM (goniometria)
       .Força muscular
       .Tempo, intensidade, duração e frequência das AVD’s no dia, quantas vezes ao dia
       .Necessidades de órteses

  • Tratamento Fisioterapêutico:
     .Exercícios de ADM passiva e ativa assitida
    .Alongamento
    .Trabalho respiratório
  .Orientações nas AVD’s: não andar muito, não subir e descer escadas,corrigir posturas anormais,melhorar a simetria do tronco, evitar cadeiras baixas,caminhadas desnecessárias, períodos de repouso diário, evitar exercícios aeróbicos e etc.
     .Órteses (calçados corretivos, coletes,muletas).
     

POLIOMIELITE


  • Definição
 Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas) e provocar ou não paralisia.

  • Fisiopatologia
A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, locais por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. A doença pode ser mortal, se forem infectadas as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição

  • Imunidade ao vírus
      . Vacinas: Existem duas vacinas contra a poliomielite: a vacina Salk, que emprega vírus mortos administrados por via injetável, e a Sabin, preparada com vírus vivos atenuados, passíveis de administração oral.

      . Contato com a exposição virótica
      . Leite materno
      . Infecções clínicas sem paralisia

  • Período de incubação
O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.

  • Contaminação
Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da poliomielite pode ser assintomática. Isso não impede sua transmissão, pois é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.

  • Tipos da poliomielite:
- Poliomielite não-paralítica: infecção semelhante a um estado gripal com recuperação.
-Poliomielite paralítica: atravessa a barreira hematoencefálica, atacando neurônios motores no cérebro, tronco cerebral e na medula, muitos neurônios se recuperam e muitos são destruídos.

·        Sintomas

Quando se manifestam, os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção.

Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite.

Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
  • Deficiências:
        .atrofia
        .arreflexia
        .fasciculações
        .paresia
        .alterações na ADM(hipomobilidade ou hipermobilidade)
       . fadiga anormal
       . fraqueza
      . dores musculares profundas

  • Percentagem de aumento de força:
   . nos primeiros três meses=50%
   . nos outros seis meses=25%

  • Recuperação da força muscular:
1°: Brotamento na extremidades axonais para reinervar fibras musculares desnervadas
2°: Recrutamento de células motoras gigantes que inervam um maior contigente de fibras musculares
3°: Hipertrofia das fibras musculares preservadas
4°: Aumento da capacidade funcional por aprendizado neuromuscular

  • Diagnóstico
      O diagnóstico fundamenta-se nos sinais clínicos e em exames laboratoriais de fezes para pesquisa do vírus.
   Também são importantes o exame do liquor, dos anticorpos da classe IgM e a eletroneuromiografia.


MASTECTOMIA



DEFINIÇÃO
E a remoção da mama através de uma cirurgia indicada para mulheres com câncer de mama.

TIPOS

- Mastectomia simples (ou "mastectomia total"): Neste procedimento, o tecido do peito inteiro é removido, mas o conteúdo axilar estão livres. Freqüentemente, um tubo de drenagem é inserido durante a cirurgia em seu peito e ligado a um dispositivo de sucção pequena para remover o líquido subcutâneo. Este geralmente é removido vários dias após a cirurgia.

- Mastectomia radical modificada: O tecido mamário inteiro é removido juntamente com o conteúdo axilar (tecido adiposo e linfonodos). Em contraste com uma mastectomia radical, os músculos peitorais são poupados.

- Mastectomia radical (ou "Halsted mastectomia"): este procedimnto envolve a remoção de toda a mama, os gânglios linfáticos axilares, e os músculos peitoral maior e menor atrás do de mama. Esta operação está reservada para os tumores que envolvem o músculo peitoral maior ou câncer de mama recorrente envolvendo a parede torácica.
Pele poupando-mastectomia: Nesta cirurgia, o tecido mamário é removido através de uma incisão conservadora feita ao redor da aréola (parte escura ao redor do mamilo). O aumento da quantidade de pele preservada, em comparação com ressecções mastecomy tradicional serve para facilitar os procedimentos de reconstrução de mama. Pacientes com cânceres que acometem a pele, como câncer inflamatório, não são candidatos para a pele poupando-mastectomia.

Mastectomia Nipple-sparing/subcutaneous: O tecido mamário é removido, mas o complexo mamilo-areolar é preservado.  


CAUSAS

Carcinogênese: mutação genética das células sob o efeito de agentes físicos, químicos e biológicos.

FATORES DE RISCO

- Hereditariedade
- Sexo Feminino
- Idade > 40 anos
- Menarca precoce
- Menopausa tardia
- Raça branca

SINAIS E SINTOMAS

- Leve incômodo regional
- Nódulo na mama
- Mamilo retraído
- Lesões com aspecto de casca de laranja

DIAGNÓSTICO PRECOCE

- Auto-exame

- Exame clínico
- Mamografia
- Biópsia

TRATAMENTO PRÉ-OPERATÓRIO

- Anamnese
- Avaliação da função pulmonar
- Avaliação funcional dos ombros e da cintura escapular
- Perimetria e goniometria dos MMSS
- Avaliação postural

TRATAMENTO

- Quimioterapia
- Radioterapia
- Cirúrgico: mastectomia radical, mastectomia parcial, quadrantectomia, tumorectomia.

COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIO

- Escápula alada
- Lesões das raízes do plexo braquial
- Limitação da flexão e rotação do ombro
- Linfedema
- Sensação dolorosa e de peso no ombro
- Limitação da expansibilidade torácica
- Parestesias

TRATAMENTO PÓS-OPERATÓRIO

- Anamnese
- Exame físico
- Fisioterapia:
* Reeducação respiratória
* TENS
* Drenagem Linfática
* Mobilização ativa e ativa resistida para MMSS
* Mobilização da cicatriz
* Deambulação precoce
* Técnicas de relaxamento e reeducação postural


segunda-feira, 29 de abril de 2013

CLIMATÉRIO E MENOPAUSA



DEFINIÇÃO

Climatério é a transição gradual da fase reprodutiva (fértil) da mulher para a não reprodutiva (não fértil), compreendendo um longo período que começa pela passagem de um ciclo ovulatório potencialmente fértil para um período de total falência ovariana. E menopausa entende-se a última menstruação, a qual é diagnosticada após o período de um ano de amenorréia. A menopausa delimita as duas fases do climatério, o climatério pré-menopausa e a pós-menopausa.
A idade média das mulheres na menopausa é de 51 anos, podendo variar de 48 a 55 anos. Quando ocorre nas mulheres com menos de 40 anos é chamada de menopausa prematura. 

ALTERAÇÕES HORMONAIS NO CLIMATÉRIO

No início da puberdade, o hipotálamo induz a hipófise a secretar os hormônios folículos estimulantes (FSH) e luteinizante (LH), e os ovários a produzirem os hormônios estrogênio e progesterona.
Caso não ocorra a fecundação dos óvulos, haverá diminuição na produção dos hormônios ovarianos e aumento da produção dos hormônios hipofisários, ocasionando a descamação do endométrio (menstruação). Enquanto houverem folículos primordias viáveis, este ciclo se repete mensalmente, correspondendo este período à fase reprodutiva da mulher.
Com o avanço da idade, as atividades dos ovários declina resultando em diminuição da produção de estrogênio e progesterona, assim como a elevação da secreção do LH e do FSH pela hipófise, estando este perfil hormonal alterado, há indicação de que o climatério se inicia.
Com a falência ovariana fisiológica vão ocorrer mudanças de um estado de produção normal de estrogênios (período fértil), para o estado de diminuição do estrogênio, resultando em alterações dos ciclos menstruais e diminuição dos ciclos ovulatórios marcando o fim da menstruação (menopausa).
Após a menopausa os esteróides ovarianos são substituídos por fontes alternativas que tentam manter a homeostase orgânica, apesar da quantidade total de estrogênios destas fontes ser inferior a do período reprodutor.

SINAIS E SINTOMAS

O climatério nem sempre é sintomático, e quando os sintomas estão presentes constituí-se a síndrome climatérica, que compreende alterações vasomotoras como fogachos, insônia, vertigens, depressão, sudorese, palpitações, taquicardia, ansiedade e irritabilidade, alterações de humor e de memória, alterações do tecido conjuntivo, medo de envelhecer, preocupação com a auto-imagem, redução da massa muscular e do número de fibras musculares, secura vaginal, aumento de doenças cardiovasculares e osteoporose.

De cada quatro mulheres, pelo menos três experimentam sintomas desagradáveis no climatério. As ondas de calor resultantes de sintomas vasomotores são os mais típicos; estão presentes em 60% a 75% das mulheres. Surgem inesperadamente como crises de calor sufocante no tórax, pescoço e face, muitas vezes acompanhadas de rubor no rosto (a temperatura da pele chega a subir cinco graus), sudorese (que pode ser profusa), palpitações e ansiedade. As crises geralmente duram de um a cinco minutos e podem repetir-se diversas vezes por dia.
- A queda dos níveis dos hormônios sexuais altera a consistência do revestimento da vagina, da uretra e das fibras do tecido conjuntivo que conferem sustentação à mucosa dessas regiões.
- Podem surgir incontinência urinária, ardência à micção, facilidade para adquirir infecções urinárias e corrimentos ginecológicos.
- Os músculos que formam o assoalho responsável pela sustentação dos órgãos genitais e bexiga urinária enfraquecem e podem surgir prolapsos.
- Os pêlos pubianos ficam mais ralos,
- Os grandes lábios ficam mais finos,
- A mucosa vaginal perde elasticidade e flexibilidade podendo sangrar e doer à penetração.
- Há diminuição da resposta à estimulação clitoriana, secura vaginal e redução da libido
- A falta de estrogênio resseca e torna a pele mais fina, enrugada, menos elástica e as unhas frágeis.
- Ricas em receptores para estrogênio e progesterona, as células das glândulas mamárias se hipotrofiam com a falta desses hormônios. O espaço deixado entre elas é substituído por tecido gorduroso.
- As mamas se tornam mais flácidas, o mamilo fica mais achatado e perde parcialmente capacidade de ereção.
- Através de mecanismos mal conhecidos, menor produção de estrogênio modifica os níveis de dopamina, noradrenalina e serotonina em certas áreas do sistema nervoso central. Como conseqüência, as mulheres no climatério estão sujeitas a quadros depressivos, dificuldade de memorização, irritabilidade, melancolia, crises de choro, humor flutuante e labilidade emocional.

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA À MULHER NO CLIMATÉRIO

O fisioterapeuta, através de suas avaliações específicas, precisa identificar os objetivos do paciente; descobrir as alterações funcionais que ele apresenta e os fatores responsáveis pela sua atual limitação da capacidade motora; identificar a possibilidade de modificação dos fatores que limitam essa capacidade e o grau de desempenho funcional nas AVDs, o comprometimento cognitivo e sua associação às disfunções cinéticas e os objetivos do acompanhante ou familiar, que por vezes podem ser diferentes dos objetivos do próprio paciente.
A dieta balanceada aliada à prática de exercícios são essenciais para a melhora do metabolismo, maturação da massa, da força muscular e da massa óssea adequada.
Dessa forma a fisioterapia poderá atua fazendo um programa completo que associará diversos exercícios aeróbios e de musculação realizados de forma contínua, visando: preservação da flexibilidade, da amplitude de movimento, da força, resistência, equilíbrio, agilidade; estimulação axial aumento o aporte de sangue, oxigênio, glicose e cálcio propiciando a manutenção de minerais ósseos prevenindo a osteoporose, além de melhorar a conscientização corporal e postural.
A atividade física produz também vários efeitos psicológicos benéficos, tais como: proporcionar prazer, melhorar o convívio social, redução da depressão e tensão, auxiliar na estabilização do humor, prevenindo e conservando o bem estar físico e mental.

Fonte:
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA À MULHER NO CLIMATÉRIO
Grazielle Carneiro Gonçalves
Manoel de Almeida Moreira
Valéria Marques Normando

ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ



O PRIMEIRO TRIMESTRE

O corpo da mulher faz um grande esforça durante o primeiro trimestre (1-12 semanas) para se adaptar ao embrião e à placenta em desenvolvimento.
- A taxa metabólica aumenta em 10-25% , de modo que o corpo acelera todas as suas funções.
- O ritmo cardíaco aumenta e o ritmo respiratório também aumenta à medida que mais oxigênio tem que ser levado ao feto e que mais dióxido de carbono é exalado.
- As fibras musculares do útero ficam rapidamente maiores e mais grossas e o útero em expansão tende a pressionar a bexiga, aumentando a vontade de urinar.
- O tamanho e peso dos seios aumentam rapidamente.
- Os seios tornam-se mais sensíveis logo nas primeiras semanas de gravidez.
- Surgem novos ductos lactíferos.
- As auréolas dos seios escurecem, e as glândulas nelas situados, chamadas tubérculos de Montgomery , aumentam em número e tornam-se mais salientes.

 - Com o aumento do envio de sangue para os seios, as veias se tornam mais visíveis. 


O SEGUNDO TRIMESTRE

Vai da 13ª à 18ª semana.
- No início desse trimestre, o útero em expansão ultrapassa a borda da pelve, o que resulta na perda gradual de cintura.
- A musculatura do trato intestinal relaxa, provocando diminuição das secreções gástricas; a comida fica mais tempo no estômago.
- Há menos evacuação, pois o músculo intestinal está mais relaxado que o habitual.
- Os seios podem formigar e ficar doloridos.
- A pigmentação da pele tende a aumentar principalmente em áreas já pigmentadas como sardas, pintas, mamilos.
- Pode aparecer a linea nigra.
 - As gengivas podem se tornar um tanto esponjosas devido à ação aumentada dos hormônios da gravidez.
- O refluxo do esôfago pode provocar azia, devido ao relaxamento do esfíncter no alto do estômago.
- O coração trabalha duas vezes mais do que o de uma mulher não grávida, e faz circular 6 litros de sangue por minuto.
- O útero precisa de mais 50% de sangue que habitualmente.
- Os rins precisam de mais 25%de sangue do que habitualmente.

O TERCEIRO TRIMESTRE

Durante este trimestre (da 29ª semana em diante), o feto em crescimento pressiona e restringe o diafragma. Por isso a mulher grávida respira mais rápida e profundamente, aspirando mais ar com cada inalação, o que aumenta o consumo de oxigênio.
- A taxa de ventilação aumenta cerca de 40%.
- A maior sensibilidade das vias respiratórias aos elevados níveis de dióxido de carbono no sangue pode resultar em falta de ar.
- À medida que o feto cresce e o abdome aumenta de tamanho, as costelas inferiores da mulher são empurradas para fora.
- Os ligamentos inclusive da pelve e dos quadris ficam distendidos, o que pode causar desconforto ao caminhar.
- Mãos e pés inchados , além de causarem desconforto, podem ser um sinal de pré-eclâmpsia.
 - Podem ocorrer dores nas costas, causadas pela mudança do centro de gravidade do corpo e por um ligeiro relaxamento das articulações pélvicas.
- Os mamilos podem secretar colostro.
 - Aumenta a freqüência e a vontade de urinar.
- Aumenta a necessidade de repousar e dormir.
- O peso do útero aumenta cerca de 20 vezes durante a gravidez, de cerca de 60 g , antes da gestação , para cerca de 1000 g, ao termo, e aumenta de tamanho de cinco a seis vezes. Ao fim da gravidez o útero tem de 30 a 35 cm de comprimento , de 20 a 25 cm de largura e cerca de 22 cm de profundidade. Sua capacidade terá aumentado de 700 a 1000 vezes, de aproximadamente 4 ml para de 4000 a 5000 ml.


HORMÔNIOS DA GRAVIDEZ



A maior parte dos hormônios da gravidez é secretada pela própria placenta.
Dois desses hormônios são o estrogênio e a progesterona, que são hormônios sexuais femininos secretados pelos ovários durante o ciclo menstrual feminino normal. Além desses, dois outros hormônios também são importantes para a gravidez: a gonadotropina coriônica e a somatomamotropina coriônica humana. Esses hormônios atuam tanto sobre a mãe quanto sobre o feto. Na mãe ajuda a controlar as alterações do útero e das mamas que são necessárias para assegurar a vida fetal até seu desenvolvimento e de promover a produção de leite. Também ajudam a regular o desenvolvimento do próprio feto, especialmente de seus órgãos sexuais.

SECREÇÃO DE ESTROGÊNIO E PROGESTERONA DURANTE A GRAVIDEZ

A secreção placentária desses dois hormônios começa dentro de poucas semanas após o início da gravidez e aumenta após a 16ª semana de gravidez, atingindo o seu máximo pouco antes do nascimento do feto.
Funções do estrogênio durante a gravidez:
- Na mãe provoca rápida proliferação da musculatura uterina,
- Aumenta o crescimento do sistema vascular para o útero,
- Dilata os órgãos sexuais externos e o orifício vaginal, o que provê uma via adequadamente maior para a passagem do feto,
- Relaxamento os ligamentos pélvicos que permitem a dilatação do canal pélvico com passagem do feto,
- Promove o crescimento rápido das mamas,
- Promove a deposição de quantidade adicional de gordura nas mamas.

FUNÇÕES DA PROGESTERONA DURANTE A GRAVIDEZ

- To
rna disponíveis para o uso fetal as quantidades adicionais de nutrientes que ficam armazenadas no endométrio. Isso é realizado para fazer com que essas células do endométrio armazenem glicogênio, gorduras e aminoácidos.
- Exerce potente efeito inibidor sobre a musculatura uterina, fazendo com que permaneça relaxada durante toda a gravidez. 
- Complementa os efeitos do estrogênio sobre as mamas, ou seja, faz com que os elementos glandulares fiquem ainda maiores e formem um epitélio secretor, e promove a deposição de nutrientes nas células glandulares, de modo que, quando a produção de leite for necessária, todos os elementos que devem participar dessa produção estejam disponíveis.

SECREÇÃO E FUNÇÃO DA GONADOTROPINA CORIÔNICA DURANTE A GRAVIDEZ
      Se o corpo lúteo degenera ou é removido do ovário durante os 2 ou 3 primeiros meses de gravidez, a perda de estrogênio e progesterona que são secretados por este corpo lúteo faz com que o feto pare de se desenvolver e seja eliminado dentro de poucos dias. Por esta razão é necessário que o corpo lúteo permaneça ativo, pelo menos, durante o primeiro terço da gravidez. Além desse período, a remoção do corpo lúteo geralmente não mais afeta o curso da gravidez, já que, a esse tempo a placenta já está secretando tanto estrogênio e tanta progesterona quanto estaria o corpo lúteo.


      A gonadotrofina coriônica começa a ser formada a partir do dia em que os trofoblastos implantam no endométrio uterino. Sua concentração é máxima aproximadamente durante a 8ª semana de gravidez. Dessa forma sua concentração é mais elevada exatamente no período em que é essencial impedir a involução do corpo lúteo. Nas partes média e tardia da gravidez, a secreção da gonadotropina coriônica cai até valores muito menores. A essa época da gravidez, sua única função conhecida é a de estimular a secreção de testosterona pelo testículo fetal e tem papel muito importante no desenvolvimento do feto masculino.
SECREÇÃO E FUNÇÕES DA SOMATOMAMOTROPINA CORIÔNICA HUMANA
      É uma proteína pequena que começa a ser secretada a partir da 5ª semana da gravidez, aumentando progressivamente durante todo o resto da gravidez.
      O efeito desse hormônio é o de promover o crescimento do feto, semelhante ao efeito do hormônio do crescimento, produzido pela hipófise anterior. Contudo esse efeito é fraco.
    Esse hormônio diminui a utilização de glicose pela mãe, e, portanto, a torna mais disponível, e em maior quantidade, pelo feto. Ao mesmo tempo promove uma mobilização aumentada de ácidos graxos dos tecidos adiposos da mãe, de modo que possa usar essa gordura para sua própria energia, em lugar da glicose.

FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ



A fecundação do óvulo ocorre, geralmente, na primeira porção da trompa de Falópio. Um único espermatozóide atravessa sua membrana carregando consigo 23 cromossomos não pareados. Imediatamente, esses cromossomos isolados combinam-se com os outros 23 cromossomos , também não pareados, que existem nesse óvulo, passando a formar um complemento normal de 46 cromossomos , dispostos em 23 pares. Isso dá início ao processo de multiplicação celular, cujo resultado final é o desenvolvimento de uma criança.


     Durante as primeiras semanas após a implantação do ovo, sua nutrição vai depender da digestão trofoblástica e da fagocitose do endométrio. Contudo em torno da 12ª semana de gravidez, a placenta já se desenvolveu o suficiente para que possa, daí por diante suprir todos os nutrientes que forem necessários.
      A placenta é formada por um componente materno que é formado por grandes e múltiplas camadas chamadas de seios placentários por onde flui continuamente o sangue materno, e por um componente fetal que é representado, principalmente por uma grande massa de vilosidades placentárias que proeminam para o interior dos seios placentários e por cujo interior circula o sangue fetal. Os nutrientes difundem desde o sangue materno através da membrana da vilosidade placentária para o sangue fetal, passando por um meio da veia umbilical para o feto. Por sua vez, os excretas fetais como o gás carbônico, a uréia e outras substâncias, difundem do sangue fetal para o sangue materno e são eliminados para o exterior pelas funções excretoras da mãe.

      A placenta secreta quantidades extremamente elevadas de estrogênio e de progesterona. Esses hormônios são muito importantes na promoção do desenvolvimento fetal. Durante as primeiras semanas de gravidez, um outro hormônio também secretado pela placenta, a gonadotropina coriônica, estimula o corpo lúteo, fazendo com que continue a secretar estrogênio e progesterona durante a primeira parte da gravidez. Esses hormônios do corpo lúteo são essenciais para a continuação da gravidez, durante as primeiras 8 a 12 semanas, mas, após esse período a placenta secreta quantidades suficientes de estrogênio e progesterona para assegurar a manutenção da gravidez.
    Ao término de aproximadamente nove meses de crescimento e de desenvolvimento, uma criança completamente formada é expulsa do útero pelo processo da parturição. Embora a causa precisa da parturição não seja conhecida, parece resultar, fora de qualquer dúvida, de fatores tais como (1) estimulação mecânica do útero pelo feto em crescimento e (2) alterações na intensidade de secreção dos hormônios placentários, em especial ,do estrogênio e da progesterona.