terça-feira, 30 de abril de 2013

TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO

  O trauma crânio-encefálico refere-se a qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo.
Ocorre mais em homens do que em mulheres com idade entre 15 e 24 anos.
Deve-se a acidentes automobilísticos, quedas, violência, esporte ou abuso infantil.
A lesão pode ocorrer por golpes diretos (lesões por golpe ou lesões por contra-golpe), por objetos perfurantes, ou por lesões na cabeça e pescoço.
A lesão pode ser primária ou secundária. A lesão primária é decorrente da ação da força agressora (aceleração, desaceleração, forças rotacionais, objetos perfurantes), resultando na laceração do tecido, compressão, tensão, cisalhamento ou uma combinação. Logo, poderão ocorrer fraturas, contusões e lacerações do cérebro ou lesão axonal difusa (LAD). A lesão secundária é decorrente logo ou após um certo período do trauma e resulta de aumento da PIC, hipóxia cerebral ou isquemia, hemorragia intracraniana, desequilíbrio eletrolítico e ácido-base, infecção secundária a feridas abertas ou convulsões.
O paciente poderá apresentar alterações:
- No SNA: taxa e regularidade dos pulsos, aumento da temperatura, pressão sanguínea, suor excessivo, salivação e secreção sebosa.
- Motora, funcional, sensorial e perceptiva: Decorticação x Descerebração; hemiplegia ou monoplegia; reflexos anormais; hipo ou hipertonia; espasticidade; perda do equilíbrio e da sensação; afasia; disartria; disfagia e dificuldades motoras visuo-espaciais e perceptivas.
 - De consciência /coma: Alerta; concussão leve; letargia; esturpor/torpor; desorientação; coma (Escala de Glasgow); morte cerebral.
- Cognitivas, de personalidade e comportamentais: distúrbios da função intelectual, memória; irritação, raiva, atenção diminuída, perda do raciocínio, comportamentos sociais inadequados.
        Além das alterações o paciente pode apresentar algumas complicações, tais como: úlceras de decúbito ou escaras, contraturas e /ou deformidades, infecções, problemas pulmonares, epilepsia pós-traumática, ossificação heterotópica ou TVP.
A avaliação clínica consiste no exame de crânio e coluna, na avaliação do grau de consciência (ECG), na análise do tamanho e reatividade das pupilas (miose x midríase; isocoria x anisocoria; reflexo fotomotor x consensual), na avaliação do padrão respiratório, da motricidade oculocefálica, da atividade músculo-esquelética.
Alguns exames complementares são solicitados, tais como: Rx, TC, RNM, EEG, Monitorização da PIC= valores até 20mmHg.
O tratamento clínico consiste no uso de antibióticos, em cirurgias, drenagem cirúrgica e controle da HIC.
A avaliação fisioterapêutica consiste na anamnese, na análise sensorial e motora, avaliação de tônus, força, flexibilidade e resistência; verificação das incapacidades apresentadas; avaliação cognitiva, de linguagem e emocional.
O tratamento fisioterapêutico divide-se em duas fases:
* Fase aguda- hospitalar

   Objetivos:
 - Promover uma boa função respiratória
 - Prevenir contraturas e deformidades e complicações secundárias
 -Tratar as anormalidades de movimento e de tônus muscular
         
Conduta:
- Alongamento passivo e lento
- Exercícios de ADM
- Mobilização intra -articular
- Exercícios de fortalecimento
- Posicionamento (rolos, travesseiros, cunhas, espumas)
- Exercícios e alongamentos respiratórios
- Reeducação funcional respiratória           
- Propriocepção
- Treino de sentar levantar*
- Treino de reações de equilíbrio sentado e descarga de peso*
- Método Kabat*
- Órteses (punho, tornozelo)=colocadas no mm. em posição alongada ou neutra=estira os elementos do tec.conjuntivo e adição de sarcômeros às fibras musculares.

* Fase ambulatorial:

      Objetivos: os mesmos acima
-Proporcionar um equilíbrio,coordenação, postura corretas
-Maximizar toda habilidade remanescente
-Proporcionar uma independência funcional e qualidade de vida.

Conduta:
- Eletrotermoterapia: Tens, calor superficial, FES
- Crioterapia
- Mecanoterapia
- Método Bobath
- Método Kabat
- PRM
- Método Rood
- Hidroterapia e/ou atividades de lazer
- Treino de AVD’s com atividades funcionais e uso de órteses adaptadas.
- Treino de tranferências
- Treino de marcha
- Exercícios aeróbicos
- Orientações ao cuidador e família e adaptações para casa.

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