Também conhecida
por polirradiculoneuropatia idiopática aguda, a Síndrome de Guillain-Barré é
uma doença do sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de caráter
autoimune, marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos.
Ela se manifesta sob a forma de inflamação aguda dos nervos periféricos e
cranianos. Em alguns casos pode acometer a raiz dorsal, o gânglio espinhal da
raiz dorsal, o corno posterior e o funículo posterior.
Sua incidência é de 0,6 a 1,9 casos para 100.000 hab. Os mais velhos têm maior probabilidade, porém a doença não aumenta com a idade. Não há preferência por sexo.
Geralmente, a doença evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar meses até o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a doença pode tornar-se crônica ou recidivar.
Causas
Ainda
não se conhece a causa específica da síndrome. Porém, aproximadamente 60%-70%
dos pacientes com SGB apresentam alguma doença aguda precedente (1-3 semanas
antes), sendo a infecção por Campylobacter jejuni a mais frequente delas (32%),
seguida por citomegalovírus (13%), vírus Epstein Barr (10%) e outras infecções
virais, tais como hepatites por vírus tipo A, B e C, influenza e HIV. Outros
fatores precipitantes de menor importância são cirurgia, imunização e gravidez.
Sintomas
O sintoma preponderante da SGB é a fraqueza muscular progressiva e ascendente, acompanhada ou não de parestesias que se manifesta inicialmente nas pernas e pode provocar perdas motoras e paralisia flácida. Com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço e afetar os músculos da face, da orofaringe, da respiração e da deglutição.
O comprometimento dos nervos periféricos ocorre em um menor número de casos podendo produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autônomo, como taquicardia, oscilações na pressão arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos intestinos e da bexiga, no controle dos esfíncteres e disfunção pulmonar.
Os sintomas regridem no sentido inverso ao que começaram, isto é, de cima para baixo.
As principais manifestações clínicas são:
- hipotonia
- fraqueza simétrica das extremidades
- transtornos de sensibilidade
- arreflexia
- diplegia facial (VII)
- paralisia orofaríngea e disfagia(IX e X)
-disfunção do SNA (hipotensão postural,disfunção vesical,intestinal).
- paralisia respiratória
- disartria (XII)
- ataxia sensorial
- dor
Evolução
1. Fase de extensão: parestesias e déficit motor, MMII e orais, ascensão de modo progressivo e rápido.
2. Fase de estabilização: déficit motor total, tetraplegia, comprometimento de músculos respiratórios e da deglutição, arreflexia generalizada, lesão de nervo craniano (paralisia facial periférica uni ou bilateral).
3. Fase de recuperação: os sinais neurológicos começam a regredir depois de 1 a 2 semanas de estabilidade, a regressão ocorre em semanas ou meses e pode deixar seqüelas motoras ou sensitivas.
Prognóstico
A SGB apresenta bom prognóstico em jovens, em doença leve ou início agudo dos sintomas, e prognóstico ruim em idosos, em início hiperagudo e padrão patológico severo.
Em 80% dos pacientes ocorre recuperação total, em 15% ocorrem sequelas residuais e em 5% a morte.
Diagnóstico
- Avaliação clínica e neurológica,
- Análise laboratorial do líquido cefalorraquiano (LCR),
- Eletroneuromiografia.
Diagnóstico diferencial
- Botulismo
- Intoxicação por metais pesados
- Poliomielite
- Mielite transversa
Tratamento
- Clínico: imunoglobulinas EV, Plasmaférese, Medicamentos imunosupressores podem ser úteis, nos quadros crônicos da doença.
- Fisioterapia
Tratamento Fisioterapêutico
·
Avaliação fisioterapêutica
- Função respiratória- Função motora
- Função sensitiva
- Função reflexa
·
Objetivos
- Proporcionar cuidados respiratórios- Melhorar a tolerância às atividades de vida diária
- Evitar contraturas e deformidades e úlceras de decúbito
- Tornar o paciente mais independente possível
·
Condutas
- Cinesioterapia: ADM; alongamento contínuo,
suave, mantido 20’
e global; - Exercícios respiratórios para desobstrução pulmonar e reexpansão;
- Transferência da posição de DD para sentado no leito;
- Exercícios ativos para função;
- Exercícios resistidos;
- Eletroterapia: TENS;
- Termoterapia: IV;
- Mecanoterapia;
- Hidroterapia;
- Método Bobath com treino de transferências;
- FNP;
- Órteses : tornozelo –pé, andador, muletas,bengalas ou cadeira de rodas.
Mais informações:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_sindrome_guillain_barre_livro_2010.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário