quinta-feira, 11 de julho de 2013

DISFUNÇÃO CEREBELAR



                 CEREBELO

É um órgão do SNC, o qual apresenta a substância cinzenta quase toda por fora, o córtex cerebelar, abaixo do qual se encontra a substância branca, o chamado corpo medular do cerebelo. No interior deste último há novamente substância cinzenta sob a forma dos núcleos centrais do cerebelo.

É localizado posteriormente ao tronco encefálico e abaixo do cérebro (lobo occipital) na fossa posterior do crânio, mais precisamente, na fossa cerebelar.
O córtex cerebelar apresenta 3 camadas celulares que são, de fora para dentro: a camada molecular, a camada das células de Punkinje e a camada granular.

            Todos os neurônios do córtex do cerebelo são inibitórios e têm como neurotransmissor o GABA, com exceção dos neurônios granulares, que são excitatórios e utilizam o glutamato como neurotrnsmissor.

Os núcleos centrais do cerebelo são 4 de cada lado:
- fastigial - postura e equilíbrio
- globoso e emboliforme (núcleo interpósito) - controle dos membros, tônus, coordenação dos movimentos.
- denteado - planejamento dos movimentos e movimento contínuo.

As informações enviadas ao cerebelo são inicialmente processadas o seu córtex. Este, através das células de Purkinje, repassa-as aos seus núcleos centrais, que se encarregam de enviá-las a outras estruturas do sistema nervoso.         

De acordo com a divisão filogenética o cerebelo pode ser dividido em três partes:
- Arquicerebelo – relacionado com o equilíbrio – ouvido interno-labirinto
- Paleocerebelo – relacionado com a marcha – medula espinhal
- Neocerebelo – relacionado com o cérebro – coordenação motora fina.
O cerebelo opera de forma inconsciente e involuntária participando do controle sobre a motricidade. Também está relacionado com memória; planejamento motor; iniciativa, seqüência e correção dos movimentos; coordenação motora; tônus muscular; equilíbrio; postura e processos cognitivos.

O equilíbrio é dado pela interpretação das informações que chegam do labirinto (canais semi-circulares) e, o cerebelo “coloca” a cabeça em posição de equilíbrio.

  • Conexões extrínsecas ou aferentes:
 - Medula – tratoespinocerebelar: propriocepção inconsciente, tensão nas articulações, velocidade do movimento.
- Bulbo - olivo-cerebelares: informações cognitivas, orientação temporal e espacial.
- Ponte - ponto-cerebelares: acima citados.
- Aparelho vestibular – vestibulocerebelar: informações de equilíbrio e postura.
- Núcleo trigeminal: sistema límbico
- Area pré-motora: planejamento motor

  • Conexões eferentes em que o cerebelo influencia:
 - Trato cortico-espinhal lateral e anterior: motricidade voluntária, força e direção dos movimentos e planejamento motor.
- Trato rubroespinhal: controle dos músculos distais dos membros.
- Trato vestibuloespinhal: controle de cabeça e de postura e músculos proximais dos membros.
- Trato reticuloespinhal: movimentos e músculos posturais, flexores e extensores dos membros.

DISFUNÇÕES CEREBELARES

  • Causas
 - AVE
- Esclerose múltipla
- Tumores
- Hereditários
- TCE

  • Manifestações clínicas:
- Ataxia
- Hipotonia
- Dismetria
- Dissinergia
- Deficiências de balanço e equilíbrio
- Anormalidades na preensão
- Disdiadococinesia
- Decomposição dos movimentos
- Astenia
- Tremores ao movimento ou de ação
- Disartria
- Dismetria ocular
- Distasia
- Disbasia (marcha ebriosa)


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

  • Princípios
 - Repetição e tempo para uma atividade
- Sequência de movimentos
- Habilidades motoras complexas

  • Tratamento

1. Controle de cabeça e tronco: decúbito ventral (bola); decúbito dorsal (atividades com abdominal, iliopsoas e glúteos); posição sentada e pistas visuais.

2. Equilíbrio sentado: uso da bola; transferência de peso; Kabat para tronco; atividades na posição sentada (rotação de tronco, elevação de MMSS); treino de sentar-levantar.

3. Transferências independentes e atividades funcionais ao sentar: vestuário; alimentação; higiene; posicionamento correto.

4. Preparação para ficar de pé e deambulação independentes: treino de sentar-levantar (bola e espaldar).

5. Deambulação: feedback visual; órteses; espelho; peso nos tornozelos.
         
  • Progresão do paciente na deambulação:
     Avaliar pelo número de vezes que eles perdem o equilíbrio numa sessão de tratamento, pela frequência de um erro específico, pela distância percorrida ou pelo nível de auxílio necessário.

  • EXERCÍCIOS DE FRENKEL
 Os Exercícios de Frenkel consistem em uma série de exercícios projetados para ajudar a compensar a inabilidade de saber, sem olhar, onde estão os braços e as pernas no espaço.
Os exercícios são projetados principalmente para coordenação e não para fortalecimento muscular.
Os exercícios devem ser comandados e contados em tom de voz constante e lenta. É importante que o local seja bem iluminado e que você esteja posicionado de forma a poder enxergar os movimentos de suas pernas.
Evite cansar-se. Cada exercício não deve ser executado mais do que quatro vezes. Descanse entre cada exercício. O exercício todo deve durar aproximadamente 1/2 hora e deve ser feito 2 vezes por dia.
Os exercícios devem ser feitos dentro do alcance normal dos movimentos, evitando-se forçar demasiadamente os músculos.
Os exercícios mais simples devem ser executados adequadamente antes de se prosseguir para os mais difíceis.

Mais informações sobre Disfunção Cerebelar:
http://pt.scribd.com/doc/53906008/25/Disfuncao-Cerebelar                          

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