quarta-feira, 11 de setembro de 2013

HIPERTERMOTERAPIA SUPERFICIAL


Consiste no tratamento por calor.

É o tratamento através da ação do agente terapêutico de forma localizada, e alcançando pouca profundidade (poucos milímetros) no segmento corporal, resultando em alteração térmica superficial.

Os efeitos fisiológicos da hipertermoterapia superficial são: produção de calor local, vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo,  aumento do débito cardíaco, aumento da frequência cardíaca, aumento da frequência respiratória, aumento do metabolismo, aumento da viscosidade do tecido e da produção de colágeno, aumento da temperatura corpórea, aumento da atividade das glândulas sudoríparas, aumento do consumo de oxigênio, aumento da atividade enzimática, aumento da excreção de metabólicos, aumento da fagocitose, diminuição da atividade do fuso muscular (relaxamento), diminuição da viscosidade intra-celular e diminuição da pressão sanguínea.
Os efeitos terapêuticos são: alívio do quadro de dor; relaxamento muscular; aumento do fluxo sangüíneo local; vasodilatação local (hiperemia); reparo dos tecidos; redução da rigidez articular; melhora do retorno venoso e linfático; diminuição do espasmo muscular; favorece a defesa e imunidade.
Está indicada para o tratamento de mialgias, fibromialgia, torcicolos, entorses, tendinites, bursites, espondilagias, artralgias, artroses, traumatismos após 48h, dores crónicas em geral, caimbras,furúnculos, etc.

1.      FORNO DE BIER


Consiste em uma peça confeccionada em madeira, em forma de “U” ou hemicilindro, aberto nas duas extremidades, forrado internamente com uma camada de material isolante e contendo em ambos os lados de sua face interna resistores de níquel-cromo, protegidos por uma placa de ardósia, a qual tem a finalidade de evitar o contato direto do paciente com os resistores, evitando queimadura e eletrocussão.

A camada interna isolante tem a finalidade de evitar a dissipação de calor para o meio externo. Quando o paciente é introduzido no seu interior, cobre-se o equipamento com um cobertor, para que haja um mínimo de perda de calor do forno para o meio externo, através das aberturas existentes em suas extremidades.

O FB possui a resistência elétrica com controle de temperatura por termostato. É um equipamento de baixo custo e de vida útil extensa.

A temperatura de tratamento dependerá de alguns fatores como: normoestesia térmica, sensibilidade do paciente ao calor e área a ser tratada. Uma faixa de aplicação confiável fica em torno de 45 a 60 °C, isto produzirá nos tecidos a elevação da temperatura em torno de 40 a 45 °C.

Para que o efeito terapêutico seja atingido nos tecidos, é importante que o tempo de aplicação fique em torno de 20 a 30 minutos. Tempos inferiores podem não serem suficientes para se conseguir os objetivos de tratamento.

Alguns cuidados devem ser tomados ao utilizar o FB: verificar a sensibilidade térmica do paciente; retirar os objetos metálicos ou plásticos da área a ser tratada; verificar a pele antes e depois da aplicação; não permita que paciente durma, pois diminui a percepção térmica; alertar sobre o risco de queimadura.

O forno de Bier é indicado em casos de artrose, artrite, artralgia, tendinite, tenossinovite, fibrose pós-imobilização, pré-cinesioterapia, mialgia, entorse e espasmos musculares.

Deve-se evitar o uso do equipamento em certas regiões, tais como: cabeça; face; cervical; ombro; saco escrotal e na região de tronco de paciente obeso.

  1. BANHO DE PARAFINA
 É uma forma de transferência de calor superficial, em que se usa a parafina derretida misturada com óleo mineral a uma temperatura entre 52°C a 54°C, com fins terapêuticos.

A parafina em estado sólido e já misturada ao óleo mineral é colocada no interior da caixa metálica. Liga-se o interruptor de força e seleciona o termostato entre 70°C a 80°C. O ponto de fusão da parafina gira em torno de 54°C. Depois de completamente fundida, baixa-se a temperatura do tanque em torno de 51°C.

É fundamental a assepsia da parte a ser tratada para evitar contaminação da parafina. É importante manter o tanque de parafina fechado quando não estiver em uso, para evitar a deposição de microorganismos. A parafina deve ser trocada com freqüência, e nunca reposta no tanque.

Existem algumas técnicas de aplicação da parafina, tais como:

1) Imersão repetida:

Coloca-se o segmento a ser tratado no tanque de parafina, se for a mão, preferencialmente com os dedos estendidos e abduzidos. Em seguida retire-o e aguarde de 3 a 5 segundos repetindo o processo durante 5 a 7 vezes até formar uma “luva de parafina”. Por cima desta luva enrole um plástico ou uma toalha a fim de manter a temperatura local entre 20 e 30 minutos.
2) Pincelamento:

Com a ajuda de um pincel, formar uma camada espessa de parafina na área a ser tratada. Depois cobrir com um plástico ou toalha a fim de manter a temperatura. O fisioterapeuta deverá atentar para a rapidez na aplicação, pois a demora favorece o resfriamento do local e a ineficiência da técnica. Duração do tratamento entre 20 e 30 minutos. 

3) Enfaixamento:

Passar a parafina com o auxílio de um pincel na área a ser tratada. Enfaixar uma vez a região com atadura; colocar outra camada de parafina por cima da atadura e enfaixar novamente, realizando o processo sucessivamente por 7 a 8 vezes/faixas. O paciente permanece com a faixa durante 20 a 30 minutos.

Os efeitos fisiológicos proporcionados pelo banho de parafina são: relaxamento, flexibilidade, vasodilatação, aumento do fluxo sangüíneo, aumento do metabolismo, aumento do aporte de oxigênio, aumento da extensibilidade do colágeno, diminuição da rigidez articular, melhora o retorno venoso e linfático e estimulação das glândulas sudoríparas.

O banho de parafina é indicado em casos de: artrose, artrite, artralgia, tendinite, cicatrizes quelóides, fibrose pós imobilização, pré-cinesioterapia, mialgia, entorse e em retrações musculares.

As contra-indicações da utilização do forno de bier e do banho de parafina consistem em: áreas com alteração de sensibilidade térmica, traumas e quadros inflamatórios agudos, febre, áreas desvitalizadas e isquêmicas, áreas hemorrágicas, lesões de pele, doenças dermatológicas, enxertos de pele recente, área com fixadores externos, áreas com implantes siliconizados.

  1. COMPRESSA QUENTE
 A técnica de aplicação consiste em mergulhar a toalha em água quente, e logo em seguida retirá-la. Deve-se fazer uma leve torcedura na toalha a fim de retirar o excesso de água. Se for conveniente, pode-se repetir o processo 2 ou 3 vezes. Dobrar a toalha, para que fique num tamanho adequado com a área a ser tratada, e aplicar a compressa diretamente no local a ser tratado por 20 a 25 minutos.

O local onde será aplicado a compressa deve estar desnudo, sem objetos metálicos ou plásticos,

Como a compressa tende a esfriar-se rapidamente pela troca calórica com o meio, ela deve ser substituída a cada 5 minutos, a fim de manter a temperatura local, até o final do tempo estipulado para o tratamento.

  1. BOLSAS DE TERMOGEL E DE ÁGUA QUENTE OU HOT PACK
 A bolsa de termogel é composta de uma substância capaz de absorver a energia calórica e de mantê-la por certo tempo, armazenada em uma bolsa plástica resistente e lacrada.

A bolsa de água quente é um artefato feito de borracha, resistente, com um bocal em uma das extremidades, por onde é introduzida a água quente.

Técnicas de aplicação:

a) bolsa de termogel: colocar a bolsa de termogel em um recipiente contendo água quente ou no microondas domiciliar e deixá-lo até que a substância contida no seu interior absorva a energia calórica. A bolsa de termogel é retirada e o fisioterapeuta verifica se a temperatura está adequada para a aplicação. Aplica-se a bolsa diretamente no local a ser tratado por 20 a 25 minutos.
b) Bolsa de água quente: disponibilizar água quente e colocar dentro da bolsa. Feche-a e aplique na área a ser tratada por 20 a 25 minutos. 
O local onde será aplicado a compressa deve estar desnudo, sem objetos metálicos ou plásticos,

Em pessoas muito sensíveis a temperaturas elevadas, pode-se colocar uma toalha úmida entre a pele e a bolsa.

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