terça-feira, 6 de agosto de 2013

TENDINITE DOS COTOVELOS



As epicondilites lateral e medial são as lesões mais freqüentes do cotovelo, apresentando alta incidência na população.

Etiologia

O excesso de movimento repetitivo dos tendões do cotovelo causam rompimento da orientação paralela normal das fibras de colágeno associado à infiltração de fibroblastos e formação de tecido de granulação vascular. O desenvolvimento desta hiperplasia angiofibroblástica, sem um componente inflamatório apreciável tem como conseqüência comum à degeneração destes tendões.

EPICONDILITE LATERAL
Geralmente está associada a indivíduos que executam a EXTENSÃO do punho contra a resistência de forma repetitiva, tais como carpinteiros, encanadores e em atividades esportivas que utilizam raquetes. Metade dos tenistas desenvolve quadro de epicondilite lateral durante alguma fase de suas carreiras. Beisebol, arremesso de peso, golfe, squash, natação, levantamento de peso são outros exemplos de atividade esportiva com potencial lesivo do epicôndilo lateral. A lesão, geralmente, encontra-se na origem dos grupos músculos que realizam EXTENSÃO e SUPINAÇÃO do punho.

EPICONDILITE MEDIAL

Geralmente está associada às atividades em que ocorre FLEXÃO repetitiva do punho ou fechamento freqüente dos punhos. As atividades esportivas em que ocorre este tipo de lesão são em arremessadores, jogadores de golfe, de "racquet" de boliche e nadadores. A lesão muscular é observada na origem dos grupos musculares FLEXORES e PRONADORES do punho.
TENDINOSE POSTERIOR
Geralmente é observada em atletas de jogos de arremessos ou associado a algum distúrbio do compartimento posterior do cotovelo, como osteofitose, corpos livres ou sinovites. Observa-se lesão na inserção olecraniana do tríceps.

BURSITE OLECRANIANA
Pode surgir do trauma repetitivo, de trauma agudo maior, infecção, de doenças sistêmicas, como a gota e a artrite reumatóide.

LESÃO DO BÍCEPS DISTAL
É observada em indivíduos que realizam trabalhos com sobrecarga de força durante a FLEXÃO do cotovelo.

LESÃO DO TRÍCEPS DISTAL
É freqüentemente observada em levantadores de peso, ginastas, boxeadores, esportes de raquetes e de arremesso, ocorre quando há desaceleração da extensão do cotovelo ou contração do tríceps concomitante a uma flexão do cotovelo. Pacientes que apresentem bursite olecraniana, doenças sistêmicas, tais como gota, diabetes e osteodistrofia renal, têm maior risco.

Quadro clínico

Os pacientes que apresentam lesões tendíneas em cotovelo podem evoluir com dores agudas, intermitentes ou subagudas, geralmente no cotovelo, durante a movimentação dos punhos.

Na epicondilite lateral a dor geralmente está presente na região do epicôndilo lateral, às vezes irradiando-se para o antebraço. Muitas vezes piora as manobras de preensão manual. Durante o exame físico pode notar área sensível a palpação no epicôndilo lateral, às vezes acompanhado de um discreto aumento de volume local. A extensão do punho contra-resistência com o antebraço em pronação reproduz a dor.

A dor da epicondilite medial geralmente é de instalação insidiosa, na região do epicôndilo medial e irradiando-se para o antebraço medial, às vezes, acompanhada de fraqueza da força de preensão das mãos. Há sensibilidade dolorosa e, às vezes, discreto aumento de volume a palpação do epicôndilo medial Podemos reproduzir sua dor ao realizarmos uma flexão forçada dos punhos contra-resistência.

A bursite olecraniana é muitas vezes assintomática e há presença do inchaço característico, poupando a articulação do cotovelo. A bursite aguda é rara e a forma crônica é bem mais comum.

Na lesão do bíceps distal os pacientes apresentam dor aguda na fossa ântero-cubital, equimose e perda da flexão e supinação.

Na tendinose do tríceps ocorre geralmente dor durante a extensão na região posterior do cotovelo. A presença de fraqueza muscular durante a extensão do cotovelo, levanta suspeita de ruptura do tríceps.
Diagnóstico

Nas epicondilites observamos em 20% dos casos alterações radiológicas, como calcificações ou exostoses locais. Na maioria das situações o diagnóstico é confirmado através da ultra-sonografia. Esta também é útil na avaliação das bursites de olecrano. A ressonância magnética deve ser empregada quando houver necessidade de definir a extensão de envolvimento do tendão, inclusive documentando rupturas musculares ou desarranjos da articulação do cotovelo, como nas lesões osteocondrais. Esta técnica é empregada também quando há dúvida diagnóstica, com suspeita de estarem presentes outras lesões, tais neuropatias compressivas. A

Dor associada a lesões do cotovelo
- Região anterior do cotovelo: Tendinite bicipital, síndrome do pronador, lesão anterior da cápsula articular;
- Região posterior do cotovelo: Tendinite do tríceps, pinçamento olecraniano, fratura de estresse do olécrano, bursite olecraniana;
- Região lateral do cotovelo: Epicondilite lateral, síndrome do túnel do radio, instabilidade póstero-lateral e de rotação;
- Região medial do cotovelo: Epicondilite medial, lesão do ligamento colateral ulnar, compressão do nervo ulnar.

Diagnóstico diferencial
Além de doenças sistêmicas, como artrite reumatóide, gota e outras artropatias por deposição de cristal, o cotovelo pode ser sede de processos infecciosos e de outras lesões causadas por excesso de movimentos repetitivos.
Tratamento

A maior parte dos pacientes evoluem bem com o tratamento conservador. O repouso da estrutura lesada é importante, podendo-se indicar órteses nos casos de epicondilites. Deve-se utilizar antiinflamatórios não hormonais e nos casos mais sintomáticos a infiltração local com corticosteróides costuma dar bom resultado. Deve-se proceder a reabilitação física gradual até que o paciente tenha a sua função restabelecida.
De um modo geral, a terapêutica cirúrgica é adotada nos casos refratários ao tratamento conservador e nos casos de lesões completas bicipitais e tricipitais com perda de função importante.





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