domingo, 3 de fevereiro de 2013

NERVOS



Os nervos são constituídos por prolongamentos de neurônios revestidos por envoltórios e por tecido conjuntivo. Eles fazem conexões entre as estruturas periféricas e o sistema nervoso central. Os nervos que se ligam à medula espinhal são chamados de nervos espinhais, enquanto aqueles ligados ao encéfalo são chamados de nervos cranianos.
Como não existem corpos neuronais no trajeto dos nervos, uma lesão danificará apenas prolongamentos celulares que poderão ser, eventualmente, regenerados.

  • Nervos espinhais
Os nervos espinhais têm origem na medula espinhal, sob a forma de duas raízes: raiz ventral (anterior) e raiz dorsal (posterior). Na raiz dorsal, observa-se uma dilatação, o gânglio espinhal, onde se encontram os corpos dos neurônios sensitivos. As duas raízes se unem formando o nervo espinhal, que deixa o canal vertebral através dos forames intervertebrais.

Os nervos espinhais são encontrados em todos os níveis da medula, mas seu número varia nas diferentes regiões. Logo, existem: 8 pares de nervos cervicais, 12 pares torácicos, 5 pares lombares, 5 pares sacrais e 1 par coccígeo, atingindo um total de 31pares de nervos espinhais.

Os nervos espinhais deixam o canal vertebral passando logo abaixo da vértebra correspondente, com exceção da região cervical, onde existem 8 nervos e apenas 7 vértebras.
Alguns nervos espinhais se anastomosam, ou seja, se unem com nervos vizinhos, dando lugar aos “plexos” nervosos.


Em relação à função, todos os nervos espinhais são mistos, ou seja, possuem tanto fibras aferentes (sensitivas) quanto eferentes (motoras) ao SNC. A raiz ventral é eferente, enquanto a raiz dorsal é aferente.
Dentre as fibras aferentes, as exteroceptivas são aquelas que conduzem sensações que tiveram origem no mundo externo, como, por exemplo, o tato, a pressão, a sensibilidade térmica e dolorosa. As fibras proprioceptivas têm origem m receptores sensoriais nas articulações, nos músculos e tendões e levam as SNC informações sobre a disposição do corpo no espaço. As fibras visceroceptivas levam informações que têm origem nas vísceras.
Com relação às fibras eferentes, as somáticas irão inervar a musculatura esquelética, e as viscerais inervarão a musculatura lisa, glândulas ou músculo cardíaco.
Cada raiz dorsal é responsável pela inervação de um território sensitivo, representado, na superfície do corpo, pelos chamados dermátomos, que são faixas de pele que recebem a inervação de cada nervo espinhal.


  • Nervos cranianos
Os 12 pares de nervos que têm origem no encéfalo são chamados de nervos cranianos. Os 2 primeiros fazem conexão com o cérebro e os demais com o tronco encefálico.

 - I - Nervo Olfatório: sensorial visceral; nasce em receptores situados na mucosa olfatória da cavidade nasal e penetram no crânio através da lâmina crivosa do osso etmóide e fazem conexão com o bulbo olfatório. É um nervo exclusivamente sensitivo, responsável pelo olfato. Alterações: hiposmia (diminuição do olfato), anosmia (ausência de olfato) ou parosmia (sensação distorcida do olfato).

- II - Nervo Óptico: sensorial somático; é exclusivamente sensitivo. Suas fibras têm origem na retina e fazem conexão com o quiasma óptico, na base do encéfalo. É responsável pela visão. Alterações: ambliopia (diminuição da acuidade visual), amaurose, hemianopsia (falha na metade do campo visual), quadrantopsia (lesão no quadrante do campo visual), escotoma (falha no campo visual).

- III – Nervo Oculomotor: motor somáticos; tem origem no mesencéfalo. Inerva todos os demais músculos extrínsecos do globo ocular, sendo responsável pela maior parte dos seus movimentos, além de inervar o músculo ciliar e o músculo esfíncter da íris. Alterações: diplopia (visão dupla), estrabismo divergente, ptose palpebral (um olho aberto e o outro fechado), midríase (dilatação da pupila).

- IV – Nervo Troclear: motor somático, tem origem no mesencéfalo. Inerva o músculo oblíquo superior (sua ativação provoca uma torção do globo ocular para dentro e para baixo).

- V- Nervo Trigêmeo: sensorial somático, motor somático. Emerge entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio, sob a forma de duas raízes. A raiz sensorial se dilata formando o gânglio trigeminal, onde se encontram neurônios sensitivos e de onde partem 3 ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. Responsável pelas inervações exteroceptivas, proprioceptivas e nociceptivas da região da cabeça, bem como a sensibilidade somática da maior parte da mucosa oral, nasal e 2/3 anteriores da língua. Este nervo inerva ainda a maior parte da dura-máter craniana. A raiz motora acompanha o ramo mandibular e se distribui para os músculos responsáveis pela mastigação (masseter, temporal e pterigóideos).

- VI - Nervo Abducente: motor somático, emerge do limite entre a ponte e o bulbo. Inerva o músculo reto lateral, abduzindo o globo ocular. Alterações: estrabismo convergente, diplopia, paralisia do reto lateral.

- VII - Nervo Facial: motor somático, sensorial visceral e motor visceral. Emerge do sulco bulbo-pontino sob a forma de duas raízes: nervo facial e nervo intermédio. Essas raízes se juntam formando o nervo facial pro priamente dito. A primeira raiz possui fibras motors, que se dirigem para a grande maioria dos músculos da face, sendo a inervação da musculatura mímica a função mais importante do nervo facual. O nervo intermédio promove a inervação das glândulas salivares submandibular e sublingual. Esta raiz contém ainda fibras sensitivas, que conduzem a sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua.

- VIII - Nervo Vestibulococlear: sensorial somático, tem duas porções: porção vestibular e porção coclear. A primeira tem origem nos receptores do labirinto do ouvido interno, que são sensíveis à posição da cabeça e aos seus movimentos. Estas informações são importantes para a manutenção do equilíbrio corporal. A porção coclear tem origem nos receptores da cóclea, onde tem origem a sensibilidade auditiva. As duas porções penetram no encéfalo na região lateral do sulco bulbo-pontino.

- IX - Nervo Glossofaríngeo: sensorial somático, sensorial visceral, motor somático, motor visceral. Tem sua emergência do encéfalo. Suas fibras se distribuem para a língua e para a faringe. Na língua é responsável pela sensibilidade gustativa e sensibilidade geral do seu 1/3 posterior. Na faringe é responsável pela sensibilidade, além da deglutição. O nervo glossofaríngeo tem ainda fibras viscerais motoras que se dirigirão para a glândula parótida.

- X – Nervo vago: sensorial visceral, motor visceral, motor somático. Inerva todas as vísceras torácicas e abdominais. É um nervo motor para a laringe e para a faringe, onde juntamente com o glossofaríngeo participa do reflexo de deglutição. Tem emergência do sulco lateral posterior do bulbo.

- XI - Nervo Acessório: motor somático. Tem fibras motoras que vão para os músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Inerva a musculatura da laringe.

- XII – Nervo Hipoglosso: motor simpático. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo. Inerva os músculos extrínsecos e intrínsecos da língua.


Nº DO PAR
NOME
FUNÇÕES
I
OLFATÓRIO
Olfação
II
ÓPTICO
Visão
III
OCULOMOTOR
Movimento dos olhos, acomodação visual, miose pupilar.
IV
TROCLEAR
Movimento dos olhos
V
TRIGÊMEO
Sensibilidade geral da cabeça, mastigação
VI
ABDUCENTE
Movimento lateral dos olhos
VII
FACIAL
Movimentos da musculatura mímica, gustação, salivação
VIII
VESTIBULOCOCLEAR
Equilíbrio, audição
IX
GLOSSOFARÍNGEO
Gustação, sensibilidade da faringe, salivação, deglutição
X
VAGO
Sensibilidade visceral, motricidade visceral, deglutição, fonação
XI
ACESSÓRIO
Movimentos no pescoço e ombro
XII
HIPOGLOSSO
Movimentos da língua


Um comentário: