segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

TENDINOPATIA PATELAR




Também conhecida como “joelho do saltador”, a Tendinopatia Patelar é uma afecção comum em praticantes de esportes de salto. No entanto, qualquer tipo de esporte que exponha o aparelho extensor do joelho a esforços intensos e repetitivos pode levar a tendinopatia patelar. É uma patologia que acomete o tendão patelar causando dor, principalmente no pólo inferior da patela. Sua ocorrência deve-se à sobrecarga por esforço repetitivo nas atividades de salto e corrida.

A dor tem início insidioso e gradual, principalmente após uma atividade física, porém com a progressão da doença pode tornar-se frequente durante ou mesmo no início da atividade, ao repouso ou ao dormir. Outra queixa comum é a dor ao flexionar o joelho durante longo período e ao subir e descer escadas.

Roels et al modificaram a classificação de Blazina para Tendinopatia Patelar. Esta classificação é dividida em quatro graus:
·    grau I: dor leve após atividade esportiva;
·    grau II: dor no início, melhora após o aquecimento, piora no final do exercício, sem diminuição do rendimento;
·    grau III: dor durante e após a atividade com piora importante do rendimento do atleta;
·    grau IV: ruptura parcial ou total do tendão.

A classificação acima tem a limitação de apresentar apenas três graus de tendinopatia patelar, já que o grau IV apresenta a ruptura do tendão.
A etiologia da tendinopatia patelar é multifatorial, com fatores extrínsecos e intrínsecos.

Fatores extrínsecos: sobrecarga, frequência e intensidade dos treinos, calçados e palmilhas, tipo de superfície do solo, erros de treinamentos, condições ambientais e equipamento inadequado.
Fatores intrínsecos: idade, sexo, altura, índice de massa corpórea, impacto do pólo inferior da patela, comprimento da tíbia, flexibilidade, força muscular .
 
O diagnóstico clínico consiste na dor à palpação no pólo inferior da patela e adjacências. Deve-se palpar o joelho em extensão total, fazendo uma leve pressão no pólo superior da patela, pois ocorrerá uma inclinação do pólo inferior anteriormente, facilitando a palpação da origem do tendão.
Pacientes crônicos podem apresentar hipotrofia do quadríceps, com o músculo vasto medial oblíquo mais comumente afetado e diminuição da circunferência da coxa. Um teste funcional útil para tendinopatia patelar é o Squat em um plano inclinado descendente a 30º, este teste exerce uma carga maior no tendão patelar.
Alguns exames complementares auxiliam no diagnóstico. O Ultra-som e a Ressonância Magnética são os mais indicados, pois podem definir o local exato da lesão, sua extensão, e identificar a presença ou não de alterações degenerativas.

O tratamento é inicialmente clínico e consiste no repouso relativo, correção biomecânica de fatores predisponentes, ondas de choque, medicamentos, exercícios de alongamentos e fortalecimentos (exercícios de fortalecimento excêntricos do quadríceps são os mais usados nos processos de reabilitação), crioterapia e fisioterapia. O objetivo do tratamento é reduzir a dor e recuperar a função. O tratamento clínico pode levar até seis meses. Nos casos não responsivos ao tratamento clínico realiza-se o tratamento cirúrgico.

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