segunda-feira, 29 de abril de 2013

CLIMATÉRIO E MENOPAUSA



DEFINIÇÃO

Climatério é a transição gradual da fase reprodutiva (fértil) da mulher para a não reprodutiva (não fértil), compreendendo um longo período que começa pela passagem de um ciclo ovulatório potencialmente fértil para um período de total falência ovariana. E menopausa entende-se a última menstruação, a qual é diagnosticada após o período de um ano de amenorréia. A menopausa delimita as duas fases do climatério, o climatério pré-menopausa e a pós-menopausa.
A idade média das mulheres na menopausa é de 51 anos, podendo variar de 48 a 55 anos. Quando ocorre nas mulheres com menos de 40 anos é chamada de menopausa prematura. 

ALTERAÇÕES HORMONAIS NO CLIMATÉRIO

No início da puberdade, o hipotálamo induz a hipófise a secretar os hormônios folículos estimulantes (FSH) e luteinizante (LH), e os ovários a produzirem os hormônios estrogênio e progesterona.
Caso não ocorra a fecundação dos óvulos, haverá diminuição na produção dos hormônios ovarianos e aumento da produção dos hormônios hipofisários, ocasionando a descamação do endométrio (menstruação). Enquanto houverem folículos primordias viáveis, este ciclo se repete mensalmente, correspondendo este período à fase reprodutiva da mulher.
Com o avanço da idade, as atividades dos ovários declina resultando em diminuição da produção de estrogênio e progesterona, assim como a elevação da secreção do LH e do FSH pela hipófise, estando este perfil hormonal alterado, há indicação de que o climatério se inicia.
Com a falência ovariana fisiológica vão ocorrer mudanças de um estado de produção normal de estrogênios (período fértil), para o estado de diminuição do estrogênio, resultando em alterações dos ciclos menstruais e diminuição dos ciclos ovulatórios marcando o fim da menstruação (menopausa).
Após a menopausa os esteróides ovarianos são substituídos por fontes alternativas que tentam manter a homeostase orgânica, apesar da quantidade total de estrogênios destas fontes ser inferior a do período reprodutor.

SINAIS E SINTOMAS

O climatério nem sempre é sintomático, e quando os sintomas estão presentes constituí-se a síndrome climatérica, que compreende alterações vasomotoras como fogachos, insônia, vertigens, depressão, sudorese, palpitações, taquicardia, ansiedade e irritabilidade, alterações de humor e de memória, alterações do tecido conjuntivo, medo de envelhecer, preocupação com a auto-imagem, redução da massa muscular e do número de fibras musculares, secura vaginal, aumento de doenças cardiovasculares e osteoporose.

De cada quatro mulheres, pelo menos três experimentam sintomas desagradáveis no climatério. As ondas de calor resultantes de sintomas vasomotores são os mais típicos; estão presentes em 60% a 75% das mulheres. Surgem inesperadamente como crises de calor sufocante no tórax, pescoço e face, muitas vezes acompanhadas de rubor no rosto (a temperatura da pele chega a subir cinco graus), sudorese (que pode ser profusa), palpitações e ansiedade. As crises geralmente duram de um a cinco minutos e podem repetir-se diversas vezes por dia.
- A queda dos níveis dos hormônios sexuais altera a consistência do revestimento da vagina, da uretra e das fibras do tecido conjuntivo que conferem sustentação à mucosa dessas regiões.
- Podem surgir incontinência urinária, ardência à micção, facilidade para adquirir infecções urinárias e corrimentos ginecológicos.
- Os músculos que formam o assoalho responsável pela sustentação dos órgãos genitais e bexiga urinária enfraquecem e podem surgir prolapsos.
- Os pêlos pubianos ficam mais ralos,
- Os grandes lábios ficam mais finos,
- A mucosa vaginal perde elasticidade e flexibilidade podendo sangrar e doer à penetração.
- Há diminuição da resposta à estimulação clitoriana, secura vaginal e redução da libido
- A falta de estrogênio resseca e torna a pele mais fina, enrugada, menos elástica e as unhas frágeis.
- Ricas em receptores para estrogênio e progesterona, as células das glândulas mamárias se hipotrofiam com a falta desses hormônios. O espaço deixado entre elas é substituído por tecido gorduroso.
- As mamas se tornam mais flácidas, o mamilo fica mais achatado e perde parcialmente capacidade de ereção.
- Através de mecanismos mal conhecidos, menor produção de estrogênio modifica os níveis de dopamina, noradrenalina e serotonina em certas áreas do sistema nervoso central. Como conseqüência, as mulheres no climatério estão sujeitas a quadros depressivos, dificuldade de memorização, irritabilidade, melancolia, crises de choro, humor flutuante e labilidade emocional.

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA À MULHER NO CLIMATÉRIO

O fisioterapeuta, através de suas avaliações específicas, precisa identificar os objetivos do paciente; descobrir as alterações funcionais que ele apresenta e os fatores responsáveis pela sua atual limitação da capacidade motora; identificar a possibilidade de modificação dos fatores que limitam essa capacidade e o grau de desempenho funcional nas AVDs, o comprometimento cognitivo e sua associação às disfunções cinéticas e os objetivos do acompanhante ou familiar, que por vezes podem ser diferentes dos objetivos do próprio paciente.
A dieta balanceada aliada à prática de exercícios são essenciais para a melhora do metabolismo, maturação da massa, da força muscular e da massa óssea adequada.
Dessa forma a fisioterapia poderá atua fazendo um programa completo que associará diversos exercícios aeróbios e de musculação realizados de forma contínua, visando: preservação da flexibilidade, da amplitude de movimento, da força, resistência, equilíbrio, agilidade; estimulação axial aumento o aporte de sangue, oxigênio, glicose e cálcio propiciando a manutenção de minerais ósseos prevenindo a osteoporose, além de melhorar a conscientização corporal e postural.
A atividade física produz também vários efeitos psicológicos benéficos, tais como: proporcionar prazer, melhorar o convívio social, redução da depressão e tensão, auxiliar na estabilização do humor, prevenindo e conservando o bem estar físico e mental.

Fonte:
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA À MULHER NO CLIMATÉRIO
Grazielle Carneiro Gonçalves
Manoel de Almeida Moreira
Valéria Marques Normando

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