terça-feira, 9 de abril de 2013

SÍNDROME DO IMOBILISMO




É um conjunto de alterações que ocorrem no indivíduo acamado por período prolongado.
Considera-se que de 7 a 10 dias seja um período de repouso, de 12 a15 dias já é considerada imobilização e a partir de 15 dias é considerado decúbito de longa duração.
Para cada semana de imobilização completa no leito um paciente pode perder de 10 a 20% de seu nível inicial de força muscular. Por volta de 4 semanas, 50% da força inicial pode estará perdida.

CAUSAS
- Fatores psicológicos: depressão, demência, medo de quedas;
- Fatores sociais: isolamento social, restrição física, falta de estímulo;
- Fatores físicos: osteoporose, fraqueza muscular, insuficiência venosa, quedas.

SINAIS E SINTOMAS

- Déficit cognitivo de médio a grave
- Múltiplas contraturas
- Úlcera de pressão
- Disfagia leve a grave
- Dupla incontinência
- Afasia
- Ansiedade
- Apatia
- Depressão
- Labilidade emocional
- Isolamento social

PREVENÇÃO

- Estimular a mobilidade
- Evitar a restrição ao leito
- Reduzir a dor e o desconforto
- Evitar a posição em flexão das articulações
- Fazer mobilização articular constante
- Hidratar sempre

SISTEMAS ACOMETIDOS PELA IMOBILIDADE

1.      Sistema Musculoesquelético

- É o sistema mais acometido.
- Prejudica as transferências, posturas, movimentos no leito e na cadeira de rodas.
- Dificulta as AVD’s.
- Altera o padrão de marcha.
- Aumenta o risco de formação de úlcera de pressão.
- Os primeiros músculos a se tornarem fracos e atrofiados são os músculos dos MMII e tronco.
- Osteoporose, fibrose, redução da resistência muscular, atrofia, fraqueza muscular, contraturas.

·        Alterações musculares:
  redução de glicogênio e ATP,
  redução da tolerância ao ácido láctico,
  redução da síntese protéica,
  atrofia das fibras musculares tipos I e II,
  dor,
  contraturas.                    

·        Alterações articulares:
  Atrofia da cartilagem,
  desequilíbrio nas inserções ligamentares,  
  proliferação de tecido fibrogorduroso,
  espessamento da sinovia,
  fibrose capsular.

·        Alterações ósseas:
  Diminuição da massa óssea total
  Aumento da atividade osteoclástica
  Redução da atividade osteoblástica.

2.      Sistema Tegumentar

- Atrofia da pele e úlcera de decúbito.
- As úlceras de decúbito são áreas localizadas d enecrose celular causada por isquemia a qual privou os tecidos de oxigênio e nutrientes.

3.      Sistema Cardiovascular

- Há aumento da frequência cardíaca de repouso refletindo a diminuição da eficiência cardíaca.
- O sistema circulatorio é incapaz de montar uma resposta simpatica adequada, levando a um acúmulo de sangue em MMII, o enchimento ventricular não está completo e consequêntemente há queda na perfusão cerebral.
- Há uma elevação da pressão arterial sistólica pelo aumento da resistência periférica, e o tempo de ejeção sistólico absoluto e de diástole é encurtado, diminuindo o volume sistólico.
- Complicações: hipotensão postural e TVP.
- Os sintomas e sinais de hipotensão postural incluem: palidez, tontura, sudorese, delírio, decréscimo da pressão sistólica, aumento da frequência cardíaca e decréscimo da pressão do pulso, podendo ocorrer desmaios.
- A TVP é um bloqueio de uma veia profunda pela formação de um trombo.
- Uma suspeita clínica de TVP surge quando há evidência clínica de edema localizado, eritema, dor na panturrilha e tendões palpáveis no paciente imobilizado.

4.      Sistemas Metabólicos e Endócrino

- Aumento do PTH sérico por mecanismo ainda desconhecido, provavelmente relacionado a hipercalcemia devido a imobilização.
- Diminuição andrôgenica durante a espermatogênese.
- Diminuição dos níveis de GH, ACTH e produção de catecolaminas.

5.      Sistema Gastrointestinal:

- Falta de apetite,
- Redução da peristalse,
- Absorção mais lenta de nutrientes causada por um alto nível de atividade adrenérgica.
- Perda de volume plasmático;
- Desidratação;
- Constipação.

6.      Sistema Genitourínario:

- Esvaziamento da bexiga comprometido;
- Enfraquecimento dos músculos abdominais,
- Restrição nos movimentos diafragmáticos;
- Relaxamento incompleto do assoalho pélvico,
- Retenção urinária parcial.

7.      Sistema Respiratório:

- Ocorre uma redução do volume corrente, volume minuto, capacidade pulmonar total, capacidade residual funcional, volume residual e volume expiratório forçado;
- Os movimentos diafragmáticos e intercostais são diminuídos;
- A respiração fica mais superficial;
- A respiração alveolar é reduzida com um aumento relativo de dióxido de carbono nos alvéolos, aumentando a frequência respiratória.
- A eliminação das secreções é mais difícil pela posição;
- A tosse é menos efetiva, somada á fraqueza dos músculos abdominais e função ciliar, diminuindo e predispondo o paciente a infecções respiratórias altas e atelectasias.

FISIOTERAPIA

·        Objetivos:

- Estimular a movimentação no leito e a independência nas atividades.
- Estimular a deambulação (caminhada).
- Prevenir complicações pulmonares.
- Auxiliar na resolução de patologias pulmonares já instaladas.
- Promover um padrão respiratório mais eficaz.
- Evitar complicações circulatórias.
- Reduzir a dor.
- Manter força muscular e a amplitude de movimentos com exercícios.
 - Evitar encurtamentos musculares, atrofias e contraturas.
- Melhorar mobilidade e flexibilidade, coordenação e habilidade.
- Promover relaxamento.
- Prevenir e tratar o edema (inchaço) que pode ocorrer como consequência da patologia de cirurgias ou da imobilização no leito.
- Promover a reeducação postural.
- Promover a conscientização corporal.
- Prevenção de escaras.



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