sexta-feira, 26 de abril de 2013

DISFUNÇÕES ANORRETAIS



INCONTINÊNCIA FECAL

·        Definição
É a incapacidade de controlar a eliminação das fezes. 

Esse distúrbio compromete a qualidade de vida e se manifesta mais nas mulheres do que os homens.

·        Predominância
A incontinência fecal predomina nas mulheres principalmente por causa do trabalho de parto que determina o estiramento e a degeneração parcial do nervo pudendo.
Outra causa importante é a prisão de ventre mais comum no sexo feminino.
Acima dos 70 anos, a incontinência fecal se manifesta igualmente nos dois sexos.

·        Fatores de risco
- Diarréia
- Constipação crônica
- Obesidade
- Radioterapia

  • Etiopatogenia
 - Adquirida pelo enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico;
- Alteração do ângulo anorretal que, com a idade, torna-se mais obtuso;
- Doenças inflamatórias;
- Esclerose múltipla;
- Diabetes;
- AVC;
- TCE;
- TRM;
- Alzheimer;
- Traumas.

  • Diagnóstico
 - Exame proctológico: permite avaliar a flacidez do ânus,
- Retossigmoidoscopia: visualiza a parte interna das porções mais baixas do intestino.
- Exames complementares: eletromanometria, miografia (Medida do Tempo de Latência do Nervo Pudendo), US endoanal; EMG; RM;  videodefecografia.

·        Tratamento

1. Tratamento clínico: dieta e medicamentos específicos para a diarréia e para o aumento bolo do fecal nos casos de prisão de ventre. Antidepressivos e pomadas que melhoram a sensibilidade anal também ajudam. O biofeedback é um auto-treinamento para o paciente descobrir o nível de contração necessário para fechar o ânus.

2. Tratamento cirúrgico: é indicado quando o quadro exige transposição dos músculos e para a implantação de um esfíncter artificial.

3. Tratamento Fisioterapêutico:
- Terapia comportamental: dieta, aumento do consumo de fibras, diário intestinal;
- Biofeedback EMG: não invasivo, capacita o paciente a readquirir o controle voluntário sobre seus músculos estriados;
- Eeletroestimulação das raízes sacrais;
- Eletroterapia: fortalecimento perineal, diminuição das contrações do reto, 15-30 min de aplicação, tempo de trabalho/resposta 1:2;
- TENS;
- Cinesioterapia: contrações rápidas, lentas, exercícios de Kegel, exercícios abdominais, exercícios posturais;
- Treinamento retal com balonete.

CONTINÊNCIA FECAL

  • Condições
- Pressão de fechamento anal adequada;
- Estrutura anatômica do reto intactas;
- Peristaltismo intestinal adequado;
- Controle neurológico normal.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

·     Definição
Refere-se a fezes excessivamente duras e pequenas, eliminadas infreqüentemente ou sob excessivo esforço defecatório. Ocorrendo quando o paciente evacua até duas vezes por semana (menos de uma vez a cada 3-4 dias) ou há excessiva dificuldade para defecar. 
Outro conceito seria a diminuição do conteúdo líquido das fezes, ou seja, menos de 70% de água em seu peso total. 

·   Classificação 

- Simples: de curta duração, com desencadeante casual e recente, como mudança alimentar, pós-operatório, quadros febris, medicação.

- Crônica: idiopática, de longa evolução, sem causa congênita conhecida, que pode mostrar alterações da motricidade.

- Orgânica: com alteração estrutural, com evolução rápida ou crônica.

·        Etiologia

 - Estilo de vida: baixa ingestão líquida e de fibra alimentar, sedentarismo;
-Antidepressivos, antitussígenos, analgésicos opiáceos (codeína, morfina), antiparkinsonianos, anti-hipertensivos, antiácidos contendo alumínio, preparados com cálcio.
- Hipotireoidismo, diabete, insuficiência renal crônica.
- Patologias neurológicas e musculares.
- estreitamento do intestino grosso.

·        Sintomas
- Esforço
 - Fezes duras
- Sensação de evacuação incomleta
- Manobras manuais para facilitar
- Menos de 3 defecações por semana.

·  Diagnóstico
- História clínica: Os pacientes devem ser perguntados sobre seu hábito evacuatório ao longo dos tempos, incluindo em que parte do dia, o tempo que leva para se aliviar e o número de evacuações (por dia? por semana?), além do possível uso de laxantes por longos períodos, anos talvez. Também são de ajuda à compreensão médica as características das fezes (consistência, volume, cor, cheiro), a presença de produtos patológicos, como muco, sangue e pus. Assim, cabe ser esclarecido, o quanto possível, sobre o que o indivíduo sente e observa, inclusive variações do peso corporal. 

  • Avaliação
- Exame físico: toque retal e a retoscopia.
- Exames complementares: podem indicar anemia ou inflamação.
- Testes funcionais: tempo de trânsito colômico, manometria anoretal, eletromiografia, videodefecografia.

  • Tratamento
- Educação do paciente
- Aumento da ingestão de água
- Dieta rica em fibra
- Ginástica hipopressiva
- Massoterapia
- Cinesioterapia
- Biofeedback: melhorar a função muscular, normalizar tônus, relaxamento do assoalho pélvico.

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