sexta-feira, 12 de abril de 2013

SÍNDROME DO PIRIFORME


ANATOMIA



O músculo piriforme origina-se ao longo da superfície anterior do sacro e segue posterolateralmente através do sulco isquiáti­co para se inserir sobre o trocanter maior do fêmur, de forma a passar sobre o nervo na maioria dos casos. Porém, situações com o nervo passando abai­xo ou através do próprio ventre muscular do piriforme têm sido relatadas. 

O músculo piriforme possui função primaria de rotação exter­na do quadril, na posição neutra, e abdução do quadril, com o mesmo flexionado em cadeia cinética aberta. Em cadeia cinéti­ca fechada age como extensor e rotador externo do quadril.


DEFINIÇÃO


          O termo Síndrome do Piriforme foi usado pela primeira vez por Robinson, em 1947. Ele chamou-a de síndrome porque listou seis achados que compunham o quadro clínico:

1-
História de trauma na região sacro-ilíaca e glútea.
2-
Dor na região sacro-ilíaca, escoltadura ciática maior e piriforme que desce para a coxa e provoca dificuldade de caminhar.
3-
Aumento da dor quando o paciente que estava sentado fica em pé ou, ao caminhar, pára repentinamente.
4-
Aumento palpável e doloroso de volume, em forma de salsicha, ao se examinar o músculo piriforme através do toque retal.
5-
Dor ao elevar o membro inferior com o joelho estendido e o paciente deitado de costas. (Sinal de Lasegue)
6-
Atrofia glútea, dependendo da duração dos sintomas.


          A Síndrome do Piriforme é a conseqüência do encarceramento do nervo ciático pelo músculo piriforme na sua saída da pelve para a região glútea.


      É uma importante causa de dor na região glútea que pode frequentemente ser acompanhada de ciatalgia.


          Tal síndrome representa uma entidade clínica configurada não somente pela presença do quadro álgico, mas também por distúrbios sensiti­vos, motores e tróficos relacionados à distribuição radicular do nervo isquiático.


ETIOLOGIA


·        Aumento de volume e consistência do piriforme;

·        Exercícios excessivos da musculatura glútea;

·        Inflamação e espasmo desse músculo associado a trauma ou infecção;

·        Anomalias anatômicas;

·        Hematoma calcificado após contusão local.


INCIDÊNCIA


- A prevalência de dor ciática na população adulta é maior que 5%, atingindo cerca de 40% ao longo da vida. 


- Pode contribuir em mais de 6-8% dos casos de lombalgia, sendo uma das princi­pais causas das dores lombares e isquiáticas, juntamente com a hérnia de disco, traumas nas regiões lombar e glútea, inflama­ções crônicas e estenose espinhal central.


- A literatura relata que a SP acomete seis vezes mais os indivíduos do sexo feminino em relação ao masculino.


DIAGNÓSTICO


Achados Clínicos mais Comuns

  • Compressão dolorosa do ciático na região glútea.
  • Atrofia isolada do músculo glúteo máximo.
  • Sensibilidade na parede retal.
  • Dor com rotação interna forçada com a coxa estendida (sinal de Freiberg)
  • Dor contra a resistência da abdução e rotação externa da coxa (sinal de Pace).

Principais Exames Complementares

  • RADIOGRAFIA.
  • RESSONÂNCIA MAGNÉTICA.
  • ULTRA-SONOGRAFIA.
  • ELETRONEUROMIOGRAFIA.
  • HEMOGRAMA.
  • ARTROSCOPIA DO QUADRIL.

Diagnósticos diferenciais


·        Bursite trocantérica,

·        Distensões e contusões,

·        Lombociatalgia,

·        Artrose,

·        Lesões do labrum acetabular,

·        Síndrome do impacto femoro-acetabular,

·        Tumores e o aneurisma da artéria glútea


TRATAMENTO


     As metas iniciais do tratamento centram-se no controle do processo inflamatório, associado à dor e ao espasmo muscular, caso esteja presente.


          O tratamento pode incluir:

·        Analgésicos;

·        Injeção local de anestésicos e corticóides;

·        Injeção de botox;

·        Massagem transretal;

·        Fisioterapia;

·        Cirurgia de ressecção do músculo piriforme para liberação do nervo.


FISIOTERAPIA


- Cinesioterapia,

- Técnicas de manipulação,

- Reeducação postural,

- Alongamentos do músculo piriforme, nunca deve ser realizada durante a fase agu­da da doença e obrigatoriamente respeitar o limite de dor do paciente;

- Exercícios ativos,

- Alongamentos passivos,

- Mo­bilização dos tecidos moles;

- Facilitação neuromuscular pro­prioceptiva (FNP);

- Termoterapia;

- Eletroterapia. 
 PREVENÇÃO


          As lesões desportivas que atingem o quadril são responsáveis por 2,5% dos casos, mas são de difícil diagnóstico.


         As mulheres que exercitam excessivamente os glúteos em busca de um bumbum perfeito estão mais sujeitas a apresentar quadros como a Síndrome do Piriforme e lesões dos "hamstrings", que são os músculos posteriores da coxa.


           O aumento rápido e exagerado dos glúteos pode causar compressão do nervo ciático, provocando uma inflamação chamada de neurite.
 

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