DEFINIÇÃO
A osteoartrose, ou artrose, é uma doença de natureza
degenerativa que envolve toda a articulação: a cartilagem que se desgasta e o
osso que cresce e fica mais denso, formando os osteófitos. Nesse processo
degenerativo ocorrem frequentemente fenômenos mais ou menos importantes de
inflamação articular, que causam dor e muitas vezes, aumento de volume da
articulação.
FISIOPATOLOGIA
A osteoartrose é uma doença que atinge, fundamentalmente,
a cartilagem articular. Esta é nutrida pelo líquido sinovial, que é muito
viscoso e contribui para lubrificar a articulação, facilitando os seus
movimentos e permitindo que as cartilagens deslizem umas sobre as outras sem
atrito, isto é, sem desgaste. A cartilagem articular é constituída por células
chamadas condrócitos, água e por substâncias protéicas produzidas por estas
células e chamadas, respectivamente, proteoglicanos e fibras de colagénio.
Na osteoartrose os condrócitos vão morrendo e
produzem menor quantidade de proteoglicanos e de colagénio. Em consequência
disto a cartilagem articular ulcera e o osso que está por debaixo da
cartilagem, chamado osso sub-condral, reage, espessando-se e dando origem a
excrescências ósseas chamadas osteófitos. Os osteófitos são conhecidos entre o
grande público pelo nome de "bicos de papagaio".
INCIDÊNCIA
- Mais freqüente após os 60 anos
-No conjunto tem preferência feminina
FATORES DE RISCO
- Idade: > 55 anos
- Sexo: femenino
- Predisposição genética
- Obesidade
- Stress mecânico
CLASSIFICAÇÃO
- OA típica
- OA típica
Surge de forma progressiva em doentes de meia-idade ou idosos e envolve uma ou mais das articulações frequentemente afetadas:
a) coluna, coxofemoral, joelho e 1.ª MTF;
b) 1.ª carpometacárpica, interfalângicas proximais e distais.
O envolvimento poliarticular é a regra, com forte tendência à simetria.
* A OA nodular das mãos
É uma situação muito frequente, especialmente em mulheres de meia idade e idosas.
• São sede frequente de OA nas mãos a 1.ª CMC (rizartrose), as IFD e IFP (OA nodular).
• A OA nodular tem forte tendência hereditária.
• Pode surgir isoladamente ou acompanhar OA em outra localização.
• As dores podem ter ritmo misto, com surtos inflamatórios.
• Ausência de tumefação sinovial;
• Nas fases iniciais pode haver sinais inflamatórios e erosão cutânea
com saída de serosidade.
• Exige diagnóstico diferencial com artrite reumatóide e artrite
psoriática
• Raramente podem ocorrer erosões.
• O tratamento é essencialmente sintomático.
* Rizartrose
• Consiste na OA da primeira articulação carpometacárpica.
• Pode surgir isoladamente ou no contexto de OA nodular ou generalizada.
• É uma situação muito frequente, especialmente em mulheres de
meia-idade e idosas.
• Está relacionada com trabalho manual exigente e repetitivo.
• Determina dor na base do polegar, com ritmo mecânico, embora possam
ocorrer surtos inflamatórios. Pode haver deformação visível.
• O exame objetivo detecta dor à palpação da articulação, com ou sem
crepitação.
• O tratamento é sintomático e conservador.
• A imobilização do polegar por tala pode ser muito útil.
• Em situações incapacitantes pode obter-se alívio transitório com
infiltração local de corticóide ou optar por intervenção cirúrgica.
- OA atípica
Considera-se “atípica” a OA que surge em indivíduos jovens (antes dos 45 anos), tem instalação rápida ou afeta localizações incomuns (p.ex, ombro, cotovelo, punho, MCF ou tibiotársica.
Este tipo de OA é quase sempre secundário a outra causa.
QUADRO CLÍNICO
- Certas localizações são preferencialmente femininas (mãos e
joelhos), outras masculinas (coxofemural).
- Raramente cotovelos, ombros, tornozelos.
- As Oas não apresentam manifestações sistêmicas.
- Sua sintomatologia se instala de maneira insidiosa
- Há tendência para a bilateralidade
- Sinais:
*Crepitação,
* Limitação da ADM,
* Hipotrofia,
* Mal alinhamento
articular,
* Alterações da
morfologia articular,
* Sinais
flogísticos.
- Sintomas:
* Dor;
* Rigidez
pós-repouso
* Sensibilidade
à mobilização/ palpação
EXAME FÍSICO
- Pode detectar edema, hipotrofia do quadríceps, dor à
palpação e à mobilização da patela, crepitação à flexo-extensão, Sinal de
Galen.
DIAGNÓSTICO
- Radiografias convencionais: perda heterogênea de espaço
articular; esclerose subcondral; áreas de hipodensidade no interior da
esclerose subcondral;
osteófitos.
osteófitos.
PROGNÓSTICO
- A osteoartrose não tem, hoje em dia, cura, e o
doente deve sabê-lo, mas tem tratamento, que pode permitir ao indivíduo afetado
por esta doença levar uma vida completamente normal na imensa maioria dos
casos.
- O médico deve enfatizar o caráter benigno da doença
e o seu bom prognóstico na grande maioria dos casos.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
- OBJETIVOS:
* Alívio do quadro álgico
* Aumentar ADM
* Minimizar deformidades
* Reequilíbrio muscular
* Minimizar a progressão da doença
* Controlar a dor
* Prevenir limitações
* Elevar a qualidade de vida
- ATIVIDADE FÍSICA
* Atividades que promovam alto impacto ou sobrecarga
articular são prejudiciais.
* Repouso prolongado (Inatividade) - Predispõe ao ganho de
massa corporal e é um agravante ao quadro clínico desses pacientes.
- EXERCÍCIO TERAPÊUTICO
* Devem ser específicos a cada caso, dependendo do estágio
clínico da artrose, buscando ganho de função sem gerar estresse articular.
n FASE AGUDA ( Estágios de agudização):
- Podem ser realizadas mobilizações passivas para diminuir a
formação de contraturas e ganhar ADM, aumentar a lubrificação da articulação.
n FASE SUB-AGUDA E CRÔNICA
- Alongamentos diminuem as retrações e os encurtamentos
miofasciais, descomprimindo as articulações, garantindo, assim, nutrição e a
hidratação cartilaginosa.
- Alongamentos passivos e estáticos são ideais para o aumento
nos níveis de flexibilidade articular garantindo ADM.
- GANHO DE FORÇA MUSCULAR:
* Exercícios isométricos realizados em diferentes angulações,
permitem o treino muscular sem gerar movimento articular, com um índice de
estresse mecânico menor sobre a cartilagem.
- EXERCÍCIOS ISOTÔNICOS:
* Podem
ser realizados em uma etapa mais avançada, empregados com pouca carga e pouca repetição.
* Podem ser intercalados com o uso de criocinética com o
objetivo de não permitir a elevação da atividade enzimática e controlar a dor e
espasmo.
- HIDROTERAPIA
* Movimento em meio líquido com redução do estresse
articular, da percepção dolorosa, desenvolve o condicionamento aeróbico.
- TERMOTERAPIA
* Seu emprego justifica-se quando se pretende reduzir a
rigidez articular ou diminuir a dor e espasmo muscular.
* Efeitos Térmicos do US são pouco interessantes para os
quadros de AO, enquanto os efeitos mecânicos são importantes no tratamento de
contraturas ou tensões miofasciais e nos quadros de fibrose cápsuloligamentar. O
modo pulsátil evita aquecimentos indesejáveis.
- CRIOTERAPIA
- MASSOTERAPIA
* As manobras devem envolver deslizamentos superficiais,
importantes para a dessensibilização local, diminuindo a percepção dolorosa.
- ELETROTERAPIA
* Baixa Freqüência (TENS)- Estimula seletivamente fibras “táteis” de diâmetro
largo sem ativar as fibras nociceptivas de menor diâmetro, promovendo alívio da
dor.
- Os recursos da eletroterapia mais utilizados são o
ultra-som, ondas curtas, microondas, eletroestimulação pulsada de baixa
freqüência e a corrente galvânica.
- ÓRTESES
* Contra lateral
- ORIENTAÇÕES
* Perda de peso,
* Evitar carregar objetos pesados,
* Evitar caminhadas excessivas,
* Não caminhar em superfícies irregulares,
* Evitar subir e descer escadas repetidamente,
* Não permanecer longos períodos em pé,
* Uso de bengala contralateral em OA unilateral,
* Uso de andador ou muletas em OA bilateral,
* O repouso absoluto é prejudicial para as art. com OA,
* Não permanecer em uma mesma postura por períodos longos,
* Estabelecer um programa de atividades físicas diárias.
TRATAMENTO
O tratamento da OA de joelho requer modalidades
farmacológicas e não farmacológicas
- Não-farmacológicos: educação, exercício, bengala, palmilha,
brace e redução de peso.
- Farmacológicas: Paracetamol , uso tópico (AINH e
capsaícina).
- Prótese de joelho deve ser considerada quando evidência
radiográfica de osteoartrose e piora da dor e incapacidade
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